Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:40 PM
Matt Haber, do “The New York Times”, sentiu uma vibração no bolso onde leva o iPhone. Porém, o celular não estava ai.
Estava fechado numa sacola grampeada, junto com o relógio, o cartão de crédito e seus documentos.
A vibração havia sido imaginada. Ali ele percebeu que estava viciado deveras e que tinha feito bem indo ao Camp Grounded, acampamento de férias só para adultos, perto de San Francisco, para se livrar da dependência digital.
Junto com ele, trezentas pessoas seguiam um curso de atividades ao pé da letra reais, de apalpar com as mãos, de cheirar com o nariz e saborear com a língua, incluindo hasteamento da bandeira e outras atividades que ele qualificou de “tranquilizadoramente regressivas”.
O curso é dado pelo grupo Digital Detox, de Oakland, Califórnia, e visa ensinar pessoas desnorteadas ou dependentes da tecnologia a se “reconectar” com a realidade.
Pode parecer estranho, quase como tentar trazer ao juízo alguém que construiu um universo mental onde ele é Napoleão Bonaparte. Entretanto é possível, e Matt tentou.
As regras do curso são simples: nada de telefones, computadores, tablets ou relógios.
“Em Camp Grounded não éramos mais blogueiros, empreendedores, advogados ou consultores. Éramos nós mesmos, apenas”, explica.
Coisa básica, não é? Todos os nossos antepassados eram assim. Agora se precisa de curso para tentar voltar à noirmalidade de outrora.
O objetivo do curso, explica Matt, é “remover as coisas que supostamente nos conectam nesta era de comunicação sem fio e partilha excessiva”. E voltar a fazer “conexões reais que sejam mais profundas do que uma pessoa seguir a outra no Twitter ou ‘curtir’ a foto de alguém”.
“Minha meta agora é me conectar com as pessoas”, explicou Levi Felix, 28, co-fundador da Digital Detox.
Camp Grounded propõe um retorno saudosista à infância. Homens e mulheres são separados e alojados em cabanas. Uma tenda serve de salão de chá aberto a noite toda. Ajuda a esquecer o fast-food complemento indispensável da dependência digital.
Matt conta que uma noite ele se surpreendeu a si mesmo contemplando o céu noturno. Em algum lugar fora do acampamento – pensou ele – os iPhones estavam vibrando com as últimas notícias.
Mas ele se desinteressou. Estava fazendo algo muito mais importante: “eu estava procurando estrelas cadentes, não estrelas de TV. Estava curtindo o silêncio, por uma vez na vida”.
Ele ficou verdadeiramente satisfeito: o tratamento estava dando certo.
A Digital Detox não é a única opção.
O Betty Ford Center Hospital que trata vítimas do alcoolismo e da droga também oferece terapias para os adictos a Apple e Blackberry num resort em Rancho Mirage, Califórnia, segundo o “The Huffington Post”.
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