Haverá coisa mais natural do que a liderança? Os meninos e meninas as constituem naturalmente em suas brincadeiras, e numa sala de aula sempre despontam lideranças naturais. O mesmo se dá com os adultos. E até os animais o fazem. Por exemplo, os patos selvagens no hemisfério norte que, uma vez por ano, vão a procura de um clima mais quente, e voam em “V”, com um líder à frente. Os homens de bem não são exceção a essa regra, e mesmo entre os bandidos a lei da liderança existe.
Em matéria de liderança, existem três gêneros: “há os que lideram e não são liderados ‒ os que lideram e são liderados ‒ os que não lideram e são liderados”.
Tomemos por exemplo um grupinho de seis pessoas: “um tem liderança, dois o admiram e aplaudem muito, e por isso ele se impõe aos três outros. Formam uma pequena pirâmide.”
Existem líderes “que levam os outros para onde não querem ir, e os que levam os outros para onde querem ir. Este é um líder menor, porque no fundo se deixa conduzir pelos seus liderados. O líder pleno é aquele que mostra algo que os outros não querem, faz ver que é bom ou que é ruim ‒ conforme o caso ‒ e os induz a seguir o caminho que aponta. Este é o verdadeiro líder”. (Dr. Plinio, 12-5-71).
Há líderes oradores e outros que quase não falam, e os há para efeitos diferentes. Numa sala de aula, por exemplo, um será o líder na hora do esporte, outro na hora da desordem, outro na hora do estudo. Existem líderes de líderes, e lideres de líderes-de-líderes formando uma pirâmide. Há grupos horizontais, sem liderança, mas são grupos pequenos.
Notemos que o líder tem uma natural superioridade sobre o liderado, pelo menos naquilo em que lidera. Há uma desigualdade evidente.
Uma sociedade boa tende a gerar lideranças boas. Mas até os comunistas em seu igualitarismo feroz têm e cultivam as lideranças. E como!
Os líderes formam uma classe social? Não. Eles existem em todas as classes e em todas as profissões. É interessante citar a propósito o caso do Mestre Pinon, um lenhador de uma família de lenhadores franceses que remontava à alta Idade Média, sempre nessa profissão. Dada a sua antiguidade, Luis XIV quis nomeá-lo barão, mas ele não aceitou dizendo que preferia ser o primeiro dos lenhadores da França, a ser o último dos barões.
Conclusão dessa conversa despretensiosa a respeito de líderes e lideranças: sua existência é uma verdade simples e irrefutável. E como os líderes independem de nomeação, provam o caráter natural da desigualdade entre os homens.
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