Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 5 anos — Atualizado em: 5/30/2019, 5:21:21 PM
“É o inferno na terra!” assim um cristão descreveu o tempo de “reeducação pelo trabalho” passado num campo de concentração, parte da galáxia carcerária, ou “laogai”, criada pelo socialismo chinês em 1957.
Nesses campos, o regime reclui dissidentes, fiéis de religiões proibidas como o catolicismo fiel a Roma e os “contrarrevolucionários”, reais ou imaginários.
Oficialmente foram abolidos em 2013 para ocidental ver. Mas, na prática estão sendo multiplicados do atual ditador Xi Jinping, em parte para se beneficiar com o produto da “mão de obra escrava” assim recrutada.
Produto que depois é vendido no mundo com preços abaixo de qualquer concorrência.
Bitter Winter entrevistou a alguns ex-presos que relataram a dolorosa experiência do atual sistema.
A situação dos religiosos é pior que a dos demais presos. Para o Partido Comunista Chinês – PCC, o “crime” de acreditar em Cristo é mais grave que roubar, assaltar, incendiar ou assassinar.
As quotas de trabalho diário são enormes, como produzir 3.000 acendedores de cigarros, 1.000 peças de roupa interior, ou 4.000 caixas de fósforos.
Os gerentes de produção aumentam a carga de trabalho segundo os interesses do momento por vezes até os prisioneiros perderem a pele dos dedos, e independentemente da idade ou forças físicas.
O turno de trabalho quotidiano mais curto anda pelas 12 horas, podendo chegar até 20 horas por dia.
“Durante dois anos e dez meses de prisão passei sentado num banco mais de 10 horas por dia. Achava que minhas costas iam quebrar. Não nos era permitido nem mesmo limpar o suor”, contou um ex-preso por motivos religiosos.
Um outro encarcerado com os mesmos pretextos, contou que:
“sempre éramos obrigados a cumprir os serviços perigosos, como aplicar uma cola que continha certo tipo de veneno. Os olhos ficavam tão irritados que as lágrimas escorriam ininterruptamente”.
Um outro cristão designado para um forno de tijolos contou que “a temperatura do forno podia atingir 60 ou 70 graus. Os prisioneiros-escravos podiam se queimar e seu cabelo saia chamuscado.
“As autoridades não lhes forneciam sapatos resistentes e os trabalhadores deviam se apoiar num pé por vez balançando de um lado a outro para não se queimarem.
“Os recém-chegados não resistiam sequer cinco segundos e saiam correndo. Então o gerente os golpeava com um tubo”.
Um deles tentou se suicidar, mas o chefe o agrediu aos golpes e lhe aplicou descargas elétricas.
Os presos deviam tomar sopa de vegetais com insetos boiando. Em consequência da desnutrição ficavam sem força para trabalhar. Então as autoridades da prisão-fábrica os torturavam.
Os próprios carcereiros incitavam os prisioneiros mais agressivos a baterem nos outros reclusos.
Zhu [pseudônimo] descreveu que nesses casos “os carcereiros atavam as mãos e pés do operário-escravo esgotado numa cerca de ferro para obriga-lo a ficar em pé, excetuadas as refeições, no inverno ou no verão, sem direito a dormir”.
Um outro cristão que não pode completar a quota foi constrangido a ficar sem calca na intempérie no inverno. Sem cessar vertiam água fria na sua cabeça.
O trabalho em excesso e as punições corporais provocavam doenças e dores. Mas não havia tratamento médico.
Os outros reclusos podiam receber uma “dieta para pacientes”, mas não assim os cristãos.
Após cinco anos e oito meses nesse regime, Zhu desenvolveu uma atrofia nos músculos dos ombros. Hoje pena para esticar seus braços e não pode realizar trabalhos pesados. Muitos ficaram incapacitados para sempre ou morreram na prisão-fábrica.
Em 24 de março de 2015, o Tribunal Popular de Xiangyun, província de Yunnan, condenou a cristã Wang Hongli [nome autêntico], a cinco anos de prisão por “socavar a aplicação da lei”.
Na cárcere-fábrica, devia empacotar jeans e costurar pernas das calcas. Após dois anos, ela só pesava 32 quilogramas e seu rosto ficou tão magro que os lábios não podiam fechar. Suas clavículas eram claramente visíveis. Quando sua família a visitou, chorou e disse: “Não posso suportar mais”.
Outro cristão que trabalhava na mesma seção contou que em agosto de 2017, Wang Hongli não podia comer mais nada. Não conseguia segurar um par de tesouras. Mas os guardas não lhe permitiam descansar até que faleceu com 42 anos.
A polícia alegou para a família que a Sra. Wang que tivera vários infartos cerebrais e infecção dos pulmões. Ela, entretanto, sempre tivera boa saúde, sem antecedentes médicos relacionados com as doenças pretextadas.
Seja o primeiro a comentar!