Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 13 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:31:24 PM
A nova Constituição da Hungria foi aprovada em abril, pelo voto da esmagadora maioria dos legisladores.
A nova Carta Magna salienta quanto a Nação se sente orgulhosa pelo fato de o Estado húngaro ter sido criado há mil anos por Santo Estêvão, como parte da gloriosa Europa cristã. Com a coroa húngara — presente do Papa Silvestre II ao Rei Santo Estêvão — foram coroados nada menos do que 55 reis.
A Constituição tem ainda outros méritos. Define o casamento como “união entre um homem e uma mulher”, protege a vida do nascituro contra o aborto desde a concepção até a morte natural, proíbe a eugenia e rechaça o comunismo.
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Numa situação normal, toda a Europa deveria alegrar-se com essa aprovação. Mas se há algo a respeito do qual não se pode falar atualmente é em “situação normal”.
As ondas mefíticas da Revolução igualitária e imoral que desde fins da Idade Média vêm assolando o Velho Continente — e todo o Ocidente ex-cristão — acabaram por modelar um tipo de União Européia (UE) inspirada num laicismo agressivo e persecutório das boas tradições e da moralidade.
Por isso, os dirigentes da UE se “escandalizaram” com a nova constituição húngara, a qual provocou ademais as iras de abortistas e ativistas homossexuais de todos os quadrantes.
Diversos grupos a favor do aborto e da prática homossexual promoveram nos meios de comunicação uma campanha contra essa constituição. Por exemplo, a associação Human Rights Watch, conhecida defensora do aborto, disse estar preocupada pelas cláusulas a favor da vida.
Em declarações à Associated Press, o porta-voz do Parlamento húngaro, Laszlo Kover, salientou que a constituição está modelada para ser o passo final da tomada de distância do estilo de governo comunista e declarar-se ex-país do bloco soviético. “Participamos de um momento histórico”, disse ele. “A nova constituição baseia-se em nosso passado e em nossas tradições, mas procura e contém respostas para os problemas atuais, ao mesmo tempo em que se volta para o futuro”.
Para Steven W. Mosher, presidente do conhecido Population Research Institute, dos EUA, os princípios que regem a nova constituição “são precisamente aqueles de que a Europa precisa para impedir a crise demográfica, econômica e cultural que está enfrentando atualmente; por isso é admirável a vontade dos húngaros de construir uma cultura de vida em meio à atitude dominante europeia de obscurantismo” (ACI, 19-7-11).
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Ao manter-se firme ante os ataques que recebe, a nação húngara segue o glorioso exemplo do baluarte contra o comunismo soviético a ela imposto durante décadas pela força: o Cardeal Mindszenty, cujos restos mortais se veneram na catedral de Erztergom.
Aos citados dispositivos da nova constituição húngara poder-se-ia aplicar, com as devidas adaptações, o elogio que em Mensagem encabeçada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi dirigido ao Cardeal Mindszenty por sua firmeza em não se dobrar ante o comunismo:
“O non possumus firme de Vossa Eminência, repercutindo no mundo inteiro, vale por uma lição e por um exemplo próprios a manter os católicos na via da fidelidade aos ensinamentos tradicionais imprescrití¬veis, emanados da Cátedra de Pedro em antigos dias de luta e de glória. E é por esta razão que, a par da admiração, tributamos a Vossa Emi¬nência um agradecimento profundo. […] O Reino Apostólico da Hungria re¬cebeu desde Santo Estêvão a missão gloriosa de ser baluarte da Igreja e da Cristandade. Esta missão, ele a cumpre por inteiro em nossos dias, na Pessoa augusta de Vossa Eminência” (Revista Catolicismo, maio/1974).
Gregorio Vivanco Lopes
173 artigosAdvogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".
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