Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 4:46:24 PM
O Pe. Théoophile Moreux como astrônomo tinha paixão pelo Céu e pela história da própria astronomia. Esse interesse o pôs diante de realidades surpreendente.
É dado certo que os documentos mais remotos sobre o Zodíaco são caldeus. O Zodíaco é o conjunto de constelações cortadas pelo caminho aparente percorrido pelo Sol durante o ano.
Está composto de 13 constelações ‒ a 13ª foi acrescentada em 1930 pela União Astronômica Internacional.
Elas evocam, com esta ou aquela dose de imaginação, certas figuras de onde tiram o nome. Estes nomes apareceram 3.000 anos antes de Cristo.
Mas, o estudo das constelações mostra que há uma posição terrestre para vê-las de modo que coincidam com o nome. Esse estudo conduz a um local de observação bastante aproximado.
Não é nem a Índia, nem o Egito, mas a Ásia Menor, mais provavelmente a Armênia. Os armênios teriam dado esses nomes às formações estelares com maior ou menor fantasia.
Agora bem, acontece que os mesmos nomes aparecem em civilizações existentes em locais onde as estrelas não formam as figuras que os nomes indicam.
Os nomes são basicamente os mesmos, mas os arranjos estelares vistos desde diferentes latitudes e continentes positivamente não são os mesmos.
Exemplo típico são os índios da América: quando os primeiros europeus chegaram ao continente verificaram, não sem pasmo, que eles dividiam o céu com mais ou menos os mesmos nomes que os caldeus.
Porém, olhando as estrelas desde as Américas, os nomes pouco têm a ver com o que se observa.
Deste fato tiram-se várias conclusões elencadas pelo Pe. Moreux.
A primeira é que as tradições astronômicas de civilizações muito diferentes devem remontar a um tempo em que os homens todos estavam reunidos e partilhavam os mesmos conceitos e observações.
Aquele mundo possuía uma ciência aprofundada.
Em segundo lugar, que naquele mundo anterior unido houve uma ruptura brusca. Como resultado, os homens perderam contato uns com os outros.
Em terceiro lugar, os povos dispersos conservaram nomes e tradições científicas. Porém, depois da separação decaíram. Aceitaram incongruências.
No fim, esqueceram o valor astronômico do Zodíaco – que, entretanto, continua muito válido – e sob seu nome instalou-se a superstição astrológica.
A tradição do Paraíso, do pecado original e do dilúvio
Essas conclusões apontam para um fato consignado, sob diferentes formas, nas culturas mais longínquas: a catástrofe representada pelo dilúvio de que fala a Bíblia.
“A geologia nos ensina que o homem vivia na Terra muito antes das civilizações egípcia e caldeia (…)
“As primeiras épocas da humanidade não teriam sido separadas dos períodos históricos seguintes por um grande cataclismo, como se teria produzido no próprio período quaternário?” pergunta o sacerdote-astrônomo.
A apresentação do problema nos aproxima da questão do Dilúvio.
Na dispersão as tradições científicas passaram para os Assírios e Caldeus. Só estes as conservaram por escrito. Dos Caldeus passou para Medos, Persas, Hindus, Egípcios e Gregos. Por meio destes vieram até nós.
A difusão foi o suficientemente grande para chegar até as Américas séculos antes do desembarco dos evangelizadores.
“Existiu, portanto, uma emigração que partiu da Ásia numa época relativamente pouco afastada da era cristã”, explica o cientista.
Ele escreve: “Se, como nós acreditamos, a origem da humanidade é única — coisa cada vez mais confirmada pela ciência — certos ensinamentos religiosos, assim como os fatos históricos relativos a nosso passado remoto, puderam se transmitir de geração em geração; muitos deles perderam-se no caminho do êxodo dos povos, e evidentemente deformaram-se no curso dos séculos; da mesma maneira que as línguas irmãs cujas raízes ficaram como prova garantida de uma origem comum.
“As noções semelhantes que se encontram em várias religiões não podem, pois, serem apontadas como sinal de relação entre umas e outras, mas apenas como indícios de uma origem comum em tempos os mais afastados.”
Todas as religiões da Antiguidade estavam certas de serem mais perfeitas quanto mais se ligavam ao passado.
Agora bem, no fim os caldeus e egípcios acabaram adorando toda espécie de animais.
Porém, quanto mais antigos são os seus documentos menos se mostram politeístas.
Por exemplo, as pirâmides egípcias da III e IV dinastias falam de um deus único.
A moral do Livro dos mortos, obra da alta antiguidade egípcia, é muito elevada. A sua teodiceia é muito mais pura que as seguintes.
As invocações que a alma deve fazer ao Juiz celeste são um exemplo:
“Louvado seja, Deus grande, Senhor da Verdade e da Justiça! Eu venho até Ti, ó meu Mestre, eu me apresento diante de Ti para contemplar tuas perfeições”.
O mais velho livro conhecido do mundo — o Papyrus Prisse — fala de um personagem em quem não é muito difícil reconhecer o Adão das Escrituras, embora algum tanto deformado e apresentado com pai de todos os deuses e de todos os homens.
A história do pecado original aparece deformada pelos pagãos na Índia e na Grécia.
A “mulher com a serpente” (a tentação de Eva) aparece nos mais velhos monumentos mexicanos.
Os egípcios falavam do Dragão celeste (Satanás), da árvore da vida(do Paraíso). Os assírios e babilônios foram os que mais pintaram a árvore sagrada.
Tradições análogas se encontram entre os persas, iranianos, sabinos, etc.
A tradição universal por excelência, sublinha o sacerdote-astrônomo, é a do Dilúvio.
Ela tem sido encontrada até nas Ilhas Fiji.
Por sinal, o signo zodiacal Aquário se refere à onda vingadora e ao rei do abismo.
No tempo de Abraão, os caldeus já tinham deformado a história.
De acordo com suas inscrições, pode se afirmar que 3.000 anos a. C. eles ainda mantinham a tradição do Dilúvio degenerada e amalgamada com mitos astrológicos de feitio humano.
Tudo indica que Moisés recolheu uma tradição antes de tudo oral, fielmente transmitida pelos patriarcas.
Dos povos da Antiguidade só os hebreus conservaram o culto verdadeiro a Deus até a chegada do Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo em que se realizou a plenitude da Lei.
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