Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:24:23 PM
Ultimamente eu venho tendo umas quedas bruscas e perigosas. Não, não é o que você está pensando, a minha saúde vai bem, obrigado. Minhas quedas são de outro gênero, dessas que a gente menciona quando fala “caí das nuvens”. Parece-me que esta expressão já “caiu do galho”, está em desuso, por isso vale explicar que cai das nuvens quem esperava uma coisa e foi surpreendido com outra muito diferente, o que de modo geral leva-nos a “cair na real”. Assim você vai concordar que minhas quedas poderiam mesmo ser de vários tipos.
(Deixe de enrolação e entre logo no assunto)
Não se apresse, pois a queda de padrões morais (mais uma) que vou apontar já vem de longe, e caminha rápido para o fundo do poço. Vou apenas relatar minha conversa numa festa de aniversário, com um amigo de uns trinta anos, filho do colega aniversariante. Eu não o via há alguns anos, e perguntei depois das efusões iniciais:
— Então, quando é que sai o casamento?
— Casamento?! Pra quê?
Ora essa! Uma pessoa como ele deve entender como finalidade do casamento constituir uma família, gerar e educar filhos; portanto era preciso sondar o que ele tinha na cabeça:
— Bem, você já está estabelecido, e uma família não vai lhe exigir maiores esforços para manutenção e educação dos filhos.
— Filhos!? Mas quem está pensando em filhos? Eu quero levar uma vida descompromissada, e isso tornou-se muito fácil atualmente. Os prazeres que eu teria no casamento, posso encontrar a qualquer hora, em qualquer lugar, até mesmo na casa dos pais dela.
— Já ouvi falar disso, mas esses prazeres fora do lar não dão estabilidade emocional, não criam raízes nem são gratificantes.
— Era assim antigamente, mas hoje o prazer do momento é o que interessa. Além disso, a variedade supera de longe a monotonia do lar.
— Quer dizer que você acha atraente viver pulando de galho em galho, nessa situação conhecida antigamente como cachorro sem dono?
Minha alusão canino-simiesca poderia ser tomada como ofensiva, mas ele já tinha a resposta pronta:
— Ao contrário de ser sem dono, eu prefiro ser dono do que me dá prazer.
— E esses prazeres preenchem as necessidades da sua alma? Tive colegas que viviam em bordéis, mas não encontravam felicidade. Depois de casados, tudo mudou.
— O mundo de hoje desvinculou felicidade e casamento. As relações se mantêm enquanto os dois se dão bem. Quando isso acaba, muda-se para outra, sem traumas nem contrariedades.
— No casamento as pessoas assumem compromissos estáveis e definitivos, que prometem cumprir até que a morte as separe. Se não cumprem o que prometeram, nem adianta assumir o mesmo compromisso com outro.
— É isso o que estou procurando evitar, pois já convivi com muitas, e nenhuma me deu essa segurança de poder confiar até a morte.
Você pode notar que o meu amigo é bem contraditório no que pensa. Se pretendesse encontrar uma esposa digna do nome entre essas que pulam de galho em galho, realmente estaria no caminho errado. Seria o mesmo que frequentar casas de prostituição a fim de encontrar ali uma esposa para toda a vida. Mencionei isso, e ele tranquilamente comentou:
— Eu não considero essas minhas amigas de prazer algo diferente de prostitutas. Elas já vêm de inúmeros outros relacionamentos, e eu não serei o último. Não adianta disfarçar com eufemismos como namorada, gatinha ou qualquer outro. Não passam de prostitutas, garotas de programa, e nem exigem remuneração. Acho que dentro de algum tempo ninguém vai recorrer a prostitutas, pois quase todas estarão agindo como elas.
Cair das nuvens, neste caso, equivale a reconhecer minha ingenuidade. Eu me alegrava, achando que a prostituição está acabando, mas a revelação assustadora é que as prostitutas se multiplicam vertiginosamente… com outros nomes!
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