Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 10:06:31 PM
Em 2013, para muitos, o PT personificava a desordem, a corrupção, o retrocesso. Setores de brasileiros esperançados tinham certeza de que Aécio venceria a eleição e afastaria muitos males. Deu o contrário: Dilma (51,64%) derrotou Aécio (48,36%) na contagem geral. Baque feio. Vieram os tempos do pré-impeachment. E aconteceu o impeachment.
Houve expectativa de que haveria, com a nova situação, um tempo longo e melhor para o Brasil. Outra vez, por superficialidade, a esperança venceu a experiência. Não demorou e a desilusão penetrou quase todo o País.
Na última pesquisa Datafolha 73% consideravam o presidente Temer ruim ou péssimo, o mesmo índice era de 31% ao assumir. E nem falo aqui da continuação dos escândalos de corrupção. À maneira de pot-pourri, tratarei de outros aspectos, fatores de desesperança, por vários lados mais fundamentais.
É generalizada a presença da esquerda, impune, agressiva e em expansão. De um lado, o MST continua a invadir terras. Na mesma trilha, age impune a CPT. E, de forma crescente, ocupa espaços nas cidades o MTST. As estatais chinesas (o governo chinês) continuam a comprar ativos no Brasil, com aplausos dos mais inesperados.
E, nos últimos dias, senadores e líderes da base governista sinalizaram possível apoio a Lula e ao PT em 2018. Declarou Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado: “Se não houver um entendimento nacional, se não houver uma aliança local que me obrigue diferente, eu sou eleitor do Lula”.
Ao lado de Lula e de Renan Filho, governador de Alagoas, discursou Renan Calheiros (PMDB-AL): “O governo do senhor é do povo, para o povo, diferentemente do governo de agora”. Na mesma linha, Edison Lobão (PMDB-MA): “[Lula] foi e é um bem gigantesco” para o País. Ecoando tais declarações, Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido: “Lula foi o melhor presidente para este País, principalmente para o Piauí e para o Nordeste”. E o líder do PR na Câmara Federal, José Rocha (BA): “O PR não descarta o apoio a Lula”.
Saio do mundo político e vou a outro espaço. No próprio ministério da Educação, supostamente hoje dirigido por partido conservador, o DEM (o ministro Mendonça Filho é prócer do DEM), dois fatos recentes, entre muitos, indicam a força ciclópica do aparelhamento esquerdista (se quisermos, pró-comunista).
Desde 2013, com material redigido em 2012, portanto em pleno governo do lulopetismo, com o MEC aparelhado de alto a baixo, existiam cinco competências para avaliar a redação na prova do ENEM. Entre elas, “desrespeito aos direitos humanos” anularia a redação, zero para o candidato.
O que seria desrespeito aos direitos humanos? Impreciso, tudo é direito humano, mas sem dúvida a expressão vem hoje com conotação de esquerda, em geral ligada ao politicamente correto. Criticar o movimento LGBTI seria ir contra os direitos humanos. Para quem não sabe LGTBI significa Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Intersexuais (ou pessoas intersex).
Em artigo da Sociedade Intersexual Norte-Americana consta a seguinte afirmação: “A natureza não decide onde a categoria ‘masculina’ termina e a categoria ‘intersexo’ começa ou onde a categoria ‘intersexo’ termina e a categoria ‘feminina’ começa”. De outro modo, são categorias culturais.
Retorno à estrada. Por seu caráter genérico e vago, tantas vezes tingido de esquerdismo, qualificar um candidato de ser contra os direitos humanos pode ser arma de exclusão e atitude discriminadora. Alunos de orientação conservadora ou direitista poderiam ser facilmente prejudicados em seu futuro.
Por causa disso, o movimento Escola sem Partido pediu judicialmente a exclusão da cláusula. Setores do governo de forma reveladora atacaram encarniçadamente a pretensão do Escola sem Partido. Posta a posição atribuída pela esquerda ao governo, o normal seria que manifestassem gratidão por ter sido chamada a atenção sobre tal ponto.
Em boa hora, a ministra Carmen Lúcia manteve a liminar do desembargador federal Carlos Moreira Alves, da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A presidente do STF argumentou que a nota zero para quem censurasse direitos humanos poderia propiciar o “aniquilamento de direitos fundamentais”. No caso, liberdade de pensamento e liberdade de expressão.
Disse mais: “Não se combate a intolerância com maior intolerância estatal”. Não se sensibiliza para os direitos humanos com “mordaça”, “não se garantem direitos fundamentais, eliminando-se alguns deles”. Continuou sentenciando que não se pode desejar “o silêncio de direitos emudecidos”. Lembrou, a cultura do politicamente correto “vem sendo levada ao paroxismo, passando a constituir forma de censura de expressão”. Em outros termos, a mordaça e a censura contra adversários conservadores potenciais que sub-repticiamente tinham sido inseridas no exame do ENEM, para alegria das esquerdas de todos os matizes, foram defendidas com os dentes pela estrutura do ministério da Educação e de outros órgãos do Estado.
Outro ponto, redatores da Base Nacional Curricular Comum do MEC introduziram no texto expressões que podem facilmente, como obediência a diretrizes estatais, levar ao ensino da Ideologia do Gênero nas escolas brasileiras. Muita gente reagiu e em ótima hora o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira tem divulgado manifesto endereçado ao Presidente da República do qual destaco as seguintes partes:
“Recorremos a V. Exa. estarrecidos com introdução da chamada ‘ideologia do gênero’ na Base Nacional Comum Curricular que deverá entrar em vigor em 2018. O governo anterior já havia tentado introduzir essa ‘ideologia do gênero’. Felizmente, o Congresso Nacional a reprovou e, em mais de 90% das audiências públicas realizadas em todo o País, ela foi rechaçada. Países irmãos, como o Peru e o Paraguai, também a rejeitaram. Seria um passo vital para a implantação de uma ditadura cultural comunista em nossa Pátria. Sr. Presidente, não permita que seu ministro da Educação e Cultura imponha, contra os sentimentos cristãos da imensa maioria dos brasileiros, a ‘ideologia do gênero’ no ensino básico de nosso país”.
No caso, é mais uma sequela venenosa do enorme aparelhamento dos órgãos públicos e universidades pelas esquerdas. À primeira vista, às vezes é difícil perceber as raízes fundas e tóxicas da mandioca-brava, pois seus galhos e folhas se parecem às da mandioca de mesa — e o Brasil em muitos aspectos recorda a mandioca-brava.
Só depois de tratadas, processo lento e trabalhoso, as raízes perdem a toxicidade. Tarefa nossa, mostrá-las e tratá-las, precisamos realizá-la se quisermos um Brasil com grandeza cristã. Aí evitaremos, logo ali na frente, que o Brasil despenque na situação em que hoje está a Venezuela. A Brazuela.
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