Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 10 anos — Atualizado em: 10/9/2018, 9:40:06 PM
SANTIAGO, 06 Mar. 15 / 08:35 am (ACI).- No dia 23 de fevereiro de 2015 foi publicado no British Medical Journal um artigo que assegura que, em lugares onde as leis de aborto são mais restritas, a mortalidade materna é menor, em comparação com aqueles lugares que têm leis de aborto mais liberais.
O MELISA Institute, organismo que fez o estudo, compilou dados dos distintos estados do México e depois os comparou, segundo “um indicador padrão de saúde materna conhecido como Razão de Mortalidade Materna (RMM), em 18 estados com legislações menos permissivas e 14 estados com legislações mais permissivas, durante um período de 10 anos, entre 2002 e 2011”.
John Thorp, médico ginecologista e pesquisador da Universidade do North Carolina em Chapel Hill, explicou –no site do MELISA Institute- que já se esperavam estes resultados do estudo, já que, em outra pesquisa realizada no Chile (a cargo do epidemiologista Elard Koch) e publicado pela revista PLoS ONE, a redução da RMM “continuou inalterada, ainda depois da restrição legal do aborto” introduzida em 1989.
Thorp destacou que não é factível que “a mudança para uma legislação de aborto menos permissiva aumente as mortes maternas per se”. Além disso, indicou que um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, em 23 estados norte-americanos, que foi publicado no Journal of Public Health, demonstrou que, quando as leis de aborto são menos permissivas, baixam as taxas de complicação por aborto.
Agora bem, Joseph Stanford, médico e pesquisador da Universidade de Utah, assegurou que não basta ter leis de aborto mais restritas, também é necessário cobrir outras variáveis: acesso a controles pré-natais, atenção profissional no parto, e cuidados obstétricos de emergência, tudo isso é fundamental para reduzir a morte materna.
O sociólogo da Universidade Autônoma do México, Fernando Pliego PhD, considera que, além das variáveis antes mencionadas, na saúde materna também influenciam o nível educacional da mulher grávida, a taxa de fecundidade e os níveis de violência contra as mulheres.
Sebastián Haddad, médico e pesquisador da Universidade de Anáhuac, no México, considera que ainda há mais variáveis que influenciam na saúde materna: “a pobreza, a desnutrição e a exposição a doenças infecciosas das mulheres durante sua idade fértil, aumentam o risco de morte materna. Assim como também a gravidez de alto risco sem uma apropriada derivação a cuidados médicos especializados”.
O Instituto MELISA é uma instituição sem fins lucrativos para a pesquisa biomédica avançada. Seu fundador e diretor é o doutor chileno Elard Koch, que foi enfático em afirmar por distintos meios que a mortalidade materna não diminui quando se aprova o aborto.
Tudo isto no contexto da recente apresentação no Chile do projeto de despenalização do aborto, por parte do governo de Michelle Bachelet, em três ocasiões: a suposta inviabilidade do nascituro, o “risco” de perder a vida da mãe e o estupro.
A proposta legislativa, que será discutida no Congresso do país, inclui o aborto para menores de 14 anos.
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