Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 2 anos — Atualizado em: 3/5/2023, 8:37:18 AM
É claro que o comunismo não morreu com a morte do tirano. Hoje o sórdido Stalin revive no sinistro Putin. É claro também que com outra máscara para conseguir — e conseguiu — enganar muitos incautos no mundo ocidental. A máscara de Putin foi desfeita com a sua criminosa, cruel e covarde invasão da Ucrânia. Muitos dos incautos caíram na realidade, abriram os olhos, perceberam que foram enganados e que Putin deseja realmente ser o herdeiro de Stalin, mas parece que outros tantos deles continuam gostando de ser enganados.
Corre na Rússia uma anedota que bem revela o caráter stalinista do atual autocrata russo: Num sonho, Putin vê Stalin. Aproveita a ocasião para pedir um conselho de como governar a Rússia. Stalin então aconselha “Fuzile todos os democratas e pinte o Kremlin de azul”. Putin pergunta: “Por que azul?”. — “kkkkkkk, eu sabia que você não ia me perguntar sobre a primeira parte…”
Segundo a historiadora Julia Strauss, calcula-se que o comunismo na URSS matou mais ou menos 20 milhões de pessoas. Só o regime stalinista é responsável pelo maior e mais brutal genocídio da História, com mais de 10 milhões de mortos! Apenas na Ucrânia Soviética — devido à coletivização forçada da produção agrícola — Stalin é culpado pelo morticínio de aproximadamente 8 milhões de pessoas entre 1932 e 1933. Tal morticínio é conhecido como “Holodomor” (matar pela fome), mas deve ser chamado de genocídio do povo ucraniano. Quem hoje está pretendendo um novo genocídio daquele heróico povo?
Nos dois mencionados anos, a fome era tanta, que se comiam os cachorros, como hoje na Venezuela, e houve até casos de canibalismo. Morrer de fome numa nação conhecida como “celeiro da Europa”, só mesmo o comunismo pode conseguir — como vem conseguindo agora no “celeiro do petróleo”, que é a Venezuela, e ameaça fazer no “celeiro do mundo”, que é o nosso querido Brasil. Segundo Stalin, “A revolução vitoriosa num país tem por tarefa desenvolver e sustentar a revolução nos outros países”…
No final deste artigo, transcrevo trecho de um impressionante comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, em sua palestra de 13 de janeiro de 1975, sobre a morte do infame Stalin. Ele se baseia num relato da filha mais nova do tirano, Svetlana Alliluyeva [foto], que em 1967 conseguiu fugir da Rússia e chegar aos Estados Unidos. Livre da opressão comunista, ela escreveu sua autobiografia Twenty Letters to a Friend (Vinte cartas a um amigo), da qual reproduzo algumas linhas:
“A respiração [de Stalin] fazia-se cada vez mais ofegante. Nas últimas doze horas, tornou-se claro que a fome de oxigênio crescia. A face escurecia e se alterava. Gradualmente, seus traços tomavam- se irreconhecíveis, os lábios negros. Na última hora, ou nas últimas duas, ele simplesmente foi se sufocando. A agonia foi espantosa. Um homem era estrangulado sob os olhares de todos. Já no último minuto, de repente, ele abriu os olhos e os voltou para todos aqueles que estavam em torno. Foi um olhar terrível, talvez louco, talvez furibundo e cheio de terror em face da morte e diante dos rostos desconhecidos dos médicos que se inclinavam sobre ele; e seu olhar passeou sobre todos durante uma certa fração de minuto; e, a essa altura — foi uma coisa incompreensível e horrível, que ainda hoje não entendo, mas não posso esquecer —, ele ergueu improvisadamente para o alto o braço esquerdo e com ele apontou para o alto ou talvez nos ameaçou a todos”.
Após a descrição da morte do tirano, o Prof. Plinio faz o seu comentário. Contudo, como ele não o reviu com a intenção de publicá-lo, adaptamos aqui suas palavras à linguagem escrita.
“Imaginemos as vastidões do Kremlin. Misteriosa fortaleza-palácio, inteiramente murada, em Moscou. Dentro dela, mais um drama se desenrola: a morte do ditador Stalin. Um homem devasso, que está expirando.
“A inevitável doença, ou envenenamento, que atinge determinado paroxismo e que produz o estraçalhamento, a dilaceração: a alma está se separando do corpo. Stalin encontra-se impotente, mas seu organismo poderoso luta contra a morte.
“Mas, apesar dessa reação — uma espécie de fúria selvagem e de poder biológico e psicológico —, a morte vai prostrando o ditador. Ele vai sendo estraçalhado e reagindo com uma impetuosidade, uma força de resistência maior à medida que vai notando que os golpes da morte vão se abatendo sobre ele.
“Constata-se, porém, que Stalin morre longe da graça de Deus. Nada há que externe a ideia de religião. A vida dele foi de um ateu e de um propugnador do ateísmo. De um homem que, ainda que se às ocultas acreditasse em Deus, de tal maneira ofendeu o Criador, que é de se presumir que tenha caído no pecado de desespero, ou no pecado da negação da existência de Deus.
“Portanto, morrendo com ódio, desesperado. Sua reação é vã, o ar vai faltando, sua natureza está minada por todos os lados. Em certo momento, o ditador percebe a situação em que se encontra. Ele, que não tinha feito outra coisa na vida a não ser governar pelo terror, impulsionado pela força do ódio, abre os olhos e — talvez sem dar-se bem conta do que estava acontecendo, considerando-se envenenado ou vítima de uma conspiração — fita todos os presentes no local com um olhar terrível; e, sentindo confusamente que estava sendo derrotado, procura ainda reagir.
“A seguir, levanta o braço num gesto de ameaça — a única coisa que ele sabia fazer. Pouco depois, Deus chama sua alma para julgamento. O braço cai, ele não é senão um cadáver.
“O homem que passou a vida inteira odiando, e que havia governado com brutalidade, verga, quebra, rui. Sobrevém a placidez do cadáver.
“Para uma pessoa que sabe interpretar essas cenas com os olhos da fé, uma só coisa constata como epílogo: a vitória de Deus!”.
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