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4 min — há 9 anos
Caberia às altas figuras internacionais que estão dando seu elogio às negociações de “paz” com os narco-guerrilheiros, especialmente o Papa Francisco, apresentar ao colombianos os motivos pelos quais essas altas figuram pensam que se pode crer em uma alegada boa fé de Timochenko e do avalista Raúl Castro.
1 – Em 20 de setembro de 2015, antes do Angelus na Praça da Revolução de Habana, o Papa Francisco incentivou as conversações de “paz” entre o governo colombiano e os cruéis narco-guerrilheiros das FARC, que empobrecem a Colômbia há décadas; e teve palavras de público agradecimento ao ditador Raúl Castro “por tudo o que fez neste trabalho de reconciliação”. Dessa maneira, Papa Francisco deu seu elogio a Castro em seu papel de avalista e anfitrião do referido diálogo de “paz”, que se prolonga com constantes idas e vindas desde fins de 2012; um diálogo que merece legítimas desconfianças de parte de muitos colombianos, talvez a maioria do país.
2 – O pontífice insistiu em que não pode haver “outro fracasso mais” no que denominou “caminho de paz” e de “definitiva reconciliação” na Colômbia, através da qual se deixaria atrás uma “larga noite de dor e de violência” e se abriria uma era de “fraternidade e amor”.
3 – Ante esse elogio pontifício, o presidente da Colômbia Juán Manuel Santos e o chefe das FARC, Rodrigo Lodoño, pseudônimo Timochenko, viajaram para Havana; e se bem que não se encontraram com o Papa Francisco, que acabava de partir para os Estados Unidos, montaram um encontro show embaixo da égide de Raúl Castro para firmar um novo protocolo de negociações. Então uma foto correu o mundo na qual se vê o presidente Santos dando um caloroso aperto de mãos ao chefe das FARC, Timochenko, enquanto o ditador Castro, anfitrião e alto avalista dessas enigmáticas conversações de “paz”, ajuda com suas duas mãos a prolongar o caloroso cumprimento. Em outra foto, Castro, no centro da cena, abraça agradecido a ambos os anfitriões.
4 – “A paz está muito perto”, disse eufórico o presidente Santos, que alegou, com incrível ingenuidade, como um dos alegados pontos positivos dos acordos de “paz” com os narco-guerrilheiros, que esses “mudarão de bandos” e supostamente passarão a ajudar ao governo a combater o narcotráfico… É algo tão incrível como pretender que uma raposa passe a cuidar de um galinheiro e não depredá-lo.
5 – Na realidade, um problema de fundo que se planta nas atuais conversações de “paz”: existem motivos suficientes para confiar nas alegadas boas intenções do ditador Castro enquanto avalista, e do narco-guerrilheiro Timochenko como interlocutor confiável do governo colombiano.
6 – O Papa Francisco recordou, como um argumento para impulsionar seus acordos, “o sangue derramado por milhares de inocentes durante tantas décadas de conflito armado”. Ocorre que não é a primeira vez que um presidente colombiano entra em negociações de “paz”, que posteriormente fracassam precisamente por causa da má-fé dos narco-guerrilheiros; e nesse aspecto chave cria raízes para a causa de “tantas décadas” de conflito. Sinceramente, na atual tentativa de “paz” tampouco se visualiza o mais mínimo indício de que Timochenko e os demais chefes das FARC tenham mudado sequer um milímetro em suas intenções e tenham o menor resquício de remorso. Apesar disso, fala-se de conceder, por meio de uma “justiça” transicional o abrandamento da lei para os crimes da guerrilha. Uma boa parte dos colombianos percebe essa triste realidade e, por tal motivo, vem com temor e desconfiança o atual processo de aproximação de governo-FARC.
7 – Caberia às altas figuras internacionais que estão dando seu elogio a essas negociações de “paz” com os narco-guerrilheiros, especialmente o Papa Francisco, apresentar aos colombianos os motivos pelos quais essas altas figuras pensam que se pode crer em uma alegada boa-fé de Timochenko e do avalista Raúl Castro.
8 – Enquanto tanto os colombianos em geral e os católicos em particular têm uma sã consciência o inteiro direito e inclusive o dever de continuar desconfiando desses acordos de “paz” e de opor-se eles, se os julgam contraditórios ao bem comum e favorecedores de uma “paz” envenenada que poderá acarretar a recrudescência dos atuais problemas. Em efeito, como se sabe, em matérias eminentemente políticas e diplomáticas o papa não é infalível e é legítimo, mediante uma fundamentada opinião, discordar respeitosamente de suas opiniões.
9 – O país corre o sério risco de ficar refém das FARC e do ditador cubano. É muito, portanto, o que está em jogo na Colômbia: nada mais e nada menos que a causa da liberdade, a segurança de seus cidadãos, a vigência da justiça e a verdadeira paz, que, segundo a magistral definição de São Agostinho, é a tranquilidade na ordem.
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