Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Uruguai, Maconha e Brasil

Por Gregorio Vivanco Lopes

3 minhá 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:04 PM


Drogas

O Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a legalizar totalmente a maconha. O Estado irá regular sua produção, distribuição e venda para usos recreativos, industriais e medicinais. Inclusive a importação de sementes e eventual exportação de maconha serão controladas diretamente pelo Estado.(1)

Para o jornalista Carlos Alberto Sardenberg(2), os consumidores serão estatizados. Para comprar os cigarros, o maior de 18 anos precisa se cadastrar. Terá assim uma carteirinha de maconheiro, com a qual poderá comprar até 40 cigarros/mês. Mas poderá também plantar e processar sua própria erva, com licença do governo, limitada a seis plantas por domicílio, sob fiscalização. O preço será tabelado e, se a atividade não for lucrativa, terá que ser assumida ou subsidiada pelo Estado.

No entanto, muitos maconheiros não desejarão aparecer como tais. Não é por ter sido legalizada que a maconha ganhará aprovação social e absolvição médica. Todos sabem que a droga é nociva ao organismo, vicia e prejudica o desempenho das pessoas em suas atividades, especialmente as psíquicas e intelectuais.

Companhias aéreas, empresas de ônibus, construtoras, fábricas com equipamentos complexos têm um bom argumento para recusar os maconheiros oficiais. Quem vai querer viajar num avião em que o piloto é oficialmente maconheiro? Mas se é legal ser maconheiro, como a empresa pode discriminar o usuário? Questão jurídica complexa.

De outro lado, vai se criar um novo “emprego”, o de maconheiro, a serviço de um novo patrão, o traficante. Quem quiser ganhar um dinheirinho sem trabalhar, é só inscrever-se como maconheiro, plantar a erva e passá-la para o traficante, no todo ou em parte. Este terá interesse em financiar a produção doméstica.

Todo o complexo estatal da maconha será um grande negócio. O governo vai ter de criar instituições de controle, cargos etc. Ou seja, muitos cargos e dinheiro serão disputados pelos políticos.

Segundo o chefe da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes da ONU, Raymond Yans, o Uruguai quebra “um tratado acordado universalmente e endossado internacionalmente”. Além do que a criação do primeiro mercado mundial de cultivo e venda de maconha mantido pelo Estado “contribui para o vício precoce”.

Para Yans, o país também ignora estudos científicos que “confirmam que a maconha vicia, com sérias consequências para a saúde das pessoas; não tem apenas o risco de dependência mas também afeta funções fundamentais do cérebro, no potencial de QI, desempenho acadêmico e no trabalho; fumar maconha é mais cancerígeno que cigarro.”

Quanto ao Brasil, terá de reforçar o controle de pessoas e bagagens, com o esperado aumento no fluxo de brasileiros ou uruguaios cruzando a fronteira.

É impossível evitar que na esteira da liberação da maconha venha a liberação de outras drogas de potencial destrutivo da personalidade ainda maior. Em fórum internacional realizado no auditório da ONG Viva Rio(3), a médica Raquel Peyraube, assessora do governo do Uruguai, propôs a distribuição de cachimbos de vidro para usuários de crack e salas para o uso seguro da droga.

Já o senador petista Eduardo Suplicy disse ter elaborado um anteprojeto de lei visando descriminalizar e regulamentar o uso de todas as drogas usadas por dependentes químicos no Brasil, mas só vai apresentá-lo no Congresso em 2015 para não criar conflitos nas eleições de 2014. Ou seja, ele reconhece que a medida é impopular. Mas para a democracia do PT, o que menos importa é o que o povo quer.

___________________
Notas:
1. Os dados deste artigo foram extraídos dos jornais “O Globo”, “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, de 11 e 12-12-13.
2. “O Globo”, 12-12-13.
3. “O Globo”, 7-12-13.

Detalhes do artigo

Autor

Gregorio Vivanco Lopes

Gregorio Vivanco Lopes

173 artigos

Advogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados