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Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Vinte milhões de maometanos invadem a Europa

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9 minhá 8 anos


Autor: Juan Gonzalo Larrain Campbell

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Capa do livro “Plinio Corrêa de Oliveira: Previsões e Denúncias em defesa da Igreja e da Civilização Cristã

“Ter o futuro no espírito é a grande marca do homem de Estado”, afirmava Talleyrand, numa época tão distante da nossa, na qual os estadistas não haviam ainda desaparecido.

Onde encontrar hoje homens públicos — políticos ou religiosos — que com toda a segurança sejam capazes de traçar as grandes linhas que indiquem os rumos de seu país, ou mesmo de uma ou mais áreas de civilização? Menos provável ainda seria que eles se apresentassem com a credencial de um imenso cabedal de prognósticos realizados que lhes servissem como garantia da autenticidade de sua missão.

Precisamente este é o caso do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que por sua notável previdência tem apontado, desde a década de 30, os rumos que ao longo das diversas circunstâncias tomariam a Igreja, os povos da Cristandade e mesmo os que a ela não pertencem.

Por ocasião da guerra do Golfo Pérsico, transcrevemos em “Catolicismo” (1) alguns dos prognósticos sobre o perigo muçulmano, feitos pelo Presidente do CN da TFP com cinqüenta anos de antecedência. O impressionante crescimento do maometanismo na Europa leva-nos a retomar o tema, provando uma vez mais que, entre outras qualidades, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira possuía em alto grau a de grande estadista, segundo o conceito expresso por Talleyrand.

O renascimento do Islã

Em agosto de 1943, assim descrevia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira o renascimento do Islã:

“O vento gélido de nacionalismo pagão que soprou sobre a Europa totalitária estendeu-se até o Oriente …. Daí uma revivescência do paganismo em todo o Oriente, um paganismo insolente, opressivo, xenófobo e com ares racistas …. Esta ordem de coisas se agrava …. com o projeto cada vez mais próximo de se realizar uma federação de Estados Árabes. A desunião do Islã foi uma das grandes causas de sua decadência. A reunião dos Estados Árabes será evidentemente a constituição de um outro vasto bloco político e ideológico oriental anticatólico …. em torno do Islã(Plinio Corrêa de Oliveira,Neopaganismo, “Legionário”, 8-8-43 — grifos nossos).

A propósito de fatos ocorridos no mesmo ano de 1943, no Oriente Próximo, insistia:

“Por outro lado, o perigo muçulmano é imenso. O Ocidente parece fechar-lhe os olhos, como os tem ainda semi-cerrados ao imenso perigo amarelo …. Nos dias de hoje, com homens, armas e dinheiro, tudo se faz. Dinheiro e homens, o mundo muçulmano os possui à vontade. Adquirir armas, não será difícil… e, com isto, ficará uma potência imensa em todo o Oriente, ativa, aguerrida, cônscia de suas tradições, inimiga do Ocidente, tão armada quanto ele, que dentro de algum tempo poderá ser absolutamente tão influente quanto o mundo amarelo, e colocada em situação geográfica e econômica incomparavelmente melhor!” (Plinio Corrêa de Oliveira, A Questão Libanesa, “Legionário”, 5-12-43 — grifos nossos).

Nova “invasão” muçulmana na Europa

A partir da crise do petróleo, especialmente da revolução de Khomeini, começou uma operação maometana de conquista mundial em nome do fundamentalismo, que vem confirmando de modo irretorquível as previsões do Presidente do CN da TFP.

Desde 1970 instalaram-se na Europa Ocidental cerca de 20 milhões de maometanos (2), provenientes na sua maioria da África do Norte, Turquia, Bálcãs, Paquistão, Índia e outros países da Commonwealth. Isto sem contar os muçulmanos da Bósnia.

Encontram-se aproximadamente assim divididos: França — cerca de 3.000.000, com mais de mil mesquitas e lugares de culto (3); Alemanha — quase 5.000.000 (4); Inglaterra — superam os 3.000.000, 22 mesquitas e 34 organizações islâmicas, sendo que o condado de Bradford foi o primeiro a ter um prefeito muçulmano (5); Itália — chegam a mais de 2.500.000 e construíram em Roma a maior mesquita da Europa Ocidental! (6).

Essa penetração é de tal porte que não seria exagerado qualificá-la de “invasão”.

Renascimento de caráter fundamentalmente religioso

Na ótica do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, o perigo muçulmano era fundamentalmente religioso. Assim escrevia ele em 1947, sob o sugestivo título Filhos das trevas e filhos da Luz:

“Todas [as potências maometanas] passam por um renascimento nacionalista e religioso verdadeiramente assombroso. O sopro deste renascimento percorre toda a imensa faixa que vai do litoral atlântico do Marrocos até o Paquistão. E, em virtude do renascimento religioso do que poderíamos chamar a “islamidade”, o problema palestino passou a interessar todo o mundo maometano. ….

“A luta está concorrendo por sua vez para estimular ainda mais o renascimento pan-árabe e pan-maometano . E, assim, os acontecimentos vão dando aos muçulmanos do mundo inteiro uma consciência cada vez mais nítida, mais vigorosa, de sua unidade, de seu poder, de seus interesses religiosos e políticos comuns” (“Legionário”, 19-10-47 — grifos nossos).

“Vós estais na terra de Alá”

Esses prognósticos, confirmam-nos os próprios maometanos:

Vós não estais mais na França, vós estais na terra de Alá! Nós estamos aqui para coranizar a região”, declarou um representante maometano na França (grifos nossos) (7).

O pregador da mesquita de Ivry, nas proximidades de Paris, proclamou num sermão: “O Islã começou vencedor e acabará vencendo. A vitória virá da Europa” (8). “Vós franceses — afirmou, no início de 1991, o líder do grupo islâmico Hezbollah —talvez ainda não vereis a república islâmica na França. Mas vossos filhos e vossos netos a conhecerão …. Nas cidades francesas, alemãs, belgas, os soldados de Alá esperam que soe a hora da revanche para passar à ação numa Europa que durante tanto tempo nos humilhou!” (grifos nossos) (9).

Guerra “santa” contra os católicos

Os muçulmanos mais radicais confessam que aspiram estabelecer uma nova ordem islâmica na Espanha. E, uma vez que tenham conquistado suficiente apoio, declararão a guerra santa contra os católicos: “A Guerra Santa tem de ser declarada em condições realistas, condições que são conhecidas, e estão bem definidas [no Corão], afirmaram (grifos nossos) (10).

“Ecumenismo” sentimental e entreguista na raiz do êxito da nova invasão

Os fatos acima expostos jamais seriam possíveis sem o amolecimento que tomou conta de amplíssimos setores católicos, já na década de 20 e 30, na Europa, levando-os a um diálogo ecumênico, sentimental e entreguista que foi conduzindo à deserção milhares de católicos. Tal processo de apostasia foi denunciado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira desde a década de 30, e de modo exaustivo em seu livro Em Defesa da Ação Católica, editado em 1943. Dessas denúncias e de suas conseqüências trataremos em outra ocasião. Por ora passamos a palavra aos muçulmanos.

O reitor da grande mesquita de Paris, Si Hamza Boubakeur — uma das figuras “moderadas” do maometanismo mais consideradas na Europa — não deixa dúvidas sobre o que esperam do diálogo com os católicos as correntes mais “abertas” do Islã.

Afirma ele que os maometanos vêem sinais “positivos” de “conversão” entre os católicos, e acrescenta: “Após ter durante séculos exagerado, tornado pesado e deformado o culto verdadeiro devido a Deus, os cristãos se mostram agora uns entusiasmados iconoclastas. …. Seus altares estão mais ‘limpos’, mais simples, e as paredes das igrejas ficaram livres das imagens”. Em conseqüência dessas transformações, sente-se animado a um diálogo porque, segundo ele, aIgreja cede cada vez mais, pensando em falso que se pode impunemente, e por razões efêmeras, ceder em detalhes sem ‘violar’ as leis eternas de Deus. Em verdade, alguns daqueles que a Igreja chamava outrora ‘soldados de Deus’, tornaram-se uns desertores. …. Pois bem, nós muçulmanos não pretendemos ceder em nada em matéria de dogma e de práticas religiosas(grifos nossos) (11).

O espírito de conquista religiosa dos muçulmanos e a traição dos católicos que conduzem um mal compreendido diálogo com eles patenteiam-se uma vez mais nesta afirmação de um “teólogo” muçulmano:

“Se os ‘vossos’ [os ocidentais] e vós tendes respeito pelo nosso modo de pensar e por nossa religião, é porque ela vos domina, e porque vós careceis de confiança na vossa. …. Pois bem, para nós neste terreno não pode existir nenhuma ambigüidade. …. Quando duas religiões se enfrentam, não é para se compararem e trocarem saudações, senão para combaterem-se uma à outra. É por isto que jamais ouvireis dizer que nós respeitamos vossa religião. …. De vossa parte, esse respeito à nossa religião parece uma abdicação: Vós renunciais a impor-nos a vossa Fé, mas nós jamais renunciaremos a expandir o Islã” (grifos nossos) (12).

“Chame-nos, a bancada dos míopes, mais uma vez de visionários”

Afirmava o Presidente do CN da TFP, em 1944: “A regra das coisas deste mundo é invariavelmente esta: para os míopes, os homens de visão normal passam por visionários. Já nos chamaram tantas vezes de visionários até que a evidência rotunda dos fatos impusesse silêncio a muitos míopes. Chame-nos a bancada dos míopes mais uma vez de visionários: o problema muçulmano vai constituir uma das mais graves questões religiosas de nossos dias, depois da guerra (Plinio Corrêa de Oliveira, 7 dias em revista, “Legionário”, 5-3-44 — grifos nossos).

O acerto das previsões aqui citadas é fruto de seu apaixonado amor à Igreja e da concepção da História que, como conseqüência desse amor, ele expõe em sua obra magna Revolução e Contra-Revolução.

Como homenagem ao grande batalhador católico por seu discernimento providencial, nada nos parece mais adequado do que transcrever, para concluir o presente artigo, as palavras recentemente redigidas pelo renomado canonista, Pe. Anastasio Gutiérrez CMF, sobre Revolução e Contra-Revolução:

“Em suma — afirma o Pe. Anastasio — atrever-me-ia a dizer que é uma Obra PROFÉTICA NO MELHOR SENTIDO DA PALAVRA; mais ainda, que seu conteúdo deveria ensinar-se nos centros superiores da Igreja, para que ao menos as classes de elite tomem consciência clara de uma realidade esmagadora, da qual — acredito — não se tem clara consciência. Isso, entre outras coisas, contribuiria para revelar e desmascarar os inocentes-úteis companheiros de viagem, entre os quais encontram-se muitos eclesiásticos que fazem, de um modo suicida, o jogo do inimigo: esse setor de idiotas aliados da Revolução desapareceria em boa medida” (Revolução e Contra-Revolução, 3ª ed., São Paulo, 1993 — grifos nossos).


Notas:

(1) “Catolicismo”, n° 478, outubro de 1990.

(2) Cfr. “Le Figaro”, Paris, 24-11-89.

(3) Cfr. Gilles Kepel, Les banlieus de I’Islam, Seuil, Paris, 1991, pp. 9 e 13.

(4) Cfr. “New York Times Magazine”, 15-9-91.

(5) Cfr. “Passages”, Paris, novembro de 1990.

(6) Cfr. “Celsiuss”, Bélgica, setembro de 1989.

(7) “Le Figaro”, Paris, 25-11-89.

(8) Chrétiens en terre d’Islam, resister et construire, “Bulletin d’information, de combat et de reconstruction chrétienne”, Lausanne, Suisse, n° 13-14, Octobre-Décembre de 1990.

(9) “Le Point”, Paris, 27-5-91.

(10) Para el hombre que viene, Ediciones Ribat, Granada, 1988, p. 134.

(11) Cheik Si Hamza Boubakeur, Traité moderne de théologie islamique, in Augier Pierre, Dialoguer avec I’Islam?, Centro Montauriol, IV Congresso de Peregrinações a Lourdes, 1922, pp. 27 ss.

(12) Bruno Etienne, L’Islamisme radical, Hachette, Paris, 1987, pp. 22-23.

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