Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
No ano da graça de 1592, a volta para Deus de Santo Alexandre Sauli. Decano da faculdade de teologia de Pavia, depois segundo superior geral dos barnabitas, foi chamado para o bispado de Aléria. Seu infatigável zelo junto ao clero e à população, conquistou-lhe o título de ‘Apóstolo da Córsega’.
5 min — há 2 anos
Santo Alexandre Sauli
No século XVI surgiram grandes santos –, entre eles Santo Alexandre Sauli, Superior Geral dos Barnabitas, Bispo de Aléria, na Córsega, e de Pavia, na Itália –, que levaram avante a Contra-Reforma católica. Eles não só combateram os erros de Lutero e seus sequazes, mas empreenderam uma autêntica renovação na vida da Igreja.
Alexandre nasceu em 1530 em Milão, oriundo de uma das mais ilustres famílias genovesas que enriqueceram a Igreja com Cardeais e Bispos, notáveis por seu talento e piedade. Aos 17 anos foi nomeado pajem do Imperador Carlos V, o que lhe abria as portas para um futuro brilhante na Corte Imperial.
Mas suas cogitações eram outras, e ele pediu admissão na Congregação dos Barnabitas, fundada na igreja de São Barnabé, em Milão, por Santo Antônio Maria Zacarias, no mesmo ano do nascimento de Alexandre.
Apenas ordenado, o santo se entregou à pregação e ao ministério da confissão, com um dom especial para tocar as almas e converter os pecadores.
Seus talentos levaram seus superiores a nomeá-lo, apesar de muito jovem, professor de filosofia e de teologia na Universidade de Pavia. Fundou aí, antecipando-se aos tempos, uma Academia dedicada a Nossa Senhora, congregando os universitários católicos.
São Carlos Borromeu o convidou a pregar em Milão, e o escolheu para seu confessor e conselheiro.
Uma luz tão brilhante não podia deixar de atrair a atenção daqueles que lhe eram mais próximos. Por isso, ele foi eleito Superior Geral de sua congregação antes de completar 33 anos de idade. Pouco depois foi nomeado bispo de Aleria, na Córsega.
Essa ilha fora evangelizada no tempo de São Gregório Magno, mas havia mais de 70 anos que estava sem Bispo, e reduzida ao estado mais deplorável. Seu parco clero era ignorante – não conhecia bem nem sequer o rito da Missa – e sem zelo. Seus habitantes – que viviam dispersos nas florestas e montanhas – quase selvagens, não sabiam nem mesmo os primeiros rudimentos de Religião. Havia poucas povoações e quase nenhuma igreja.
O novo Prelado partiu para sua diocese levando três membros escolhidos de sua congregação como auxiliares e entregou-se ao labor apostólico. Era preciso fundar igrejas, reedificar as que estavam em ruínas, restabelecer de modo decente o culto divino. De sua catedral em Aleria só restavam escombros. Sem igreja e mesmo sem casa, Santo Alexandre fixou-se primeiro em Corte. Lá convocou um Sínodo nos moldes dos que São Carlos Borromeu realizava em Milão, para fazer um balanço da situação da ilha, corrigir os abusos mais salientes e elaborar um plano de ação a seguir. No dito Sínodo, promulgou os decretos do Concílio de Trento, e fundou, segundo suas diretrizes, um seminário para a formação do clero. Estabeleceu também escolas para a instrução das crianças, a fim de que estas pudessem aprender o catecismo e preparar-se para receber mais condignamente os Sacramentos. Ensinava seu clero, pregava o catecismo ao povo, visitava os doentes, pacificava os ódios e as lutas entre as famílias, tão comuns naquela ilha.
Tendo que se mudar continuamente por causa dos ataques dos corsários, Alexandre Sauli acabou por fixar-se no centro da ilha, em Cervione, para onde transportou também seu seminário e construiu sua catedral. A esta dotou de um capítulo de cônegos.
Nessa época ocorreu um estrondoso milagre operado pelo Santo. Vinte galeras de piratas se aproximaram da Córsega com o fim de pilhá-la. O povo foi tomado de pânico, e muitos fugiram para o centro da ilha. Pediram ao Bispo que também fugisse, fornecendo-lhe um cavalo. Mas ele respondeu que deviam antes ter confiança em Deus. Retirou-se então para uma capela onde se pôs em oração. Depois saiu e se dirigiu com os fiéis para a praia, e rezou. Nesse instante levantou-se uma tormenta que levou todos os agressores e seus navios para o fundo do mar.
Santo Alexandre compôs para uso de seu clero as Advertências, onde mostrava como os sacerdotes deviam se portar em sua vida pessoal, e como dirigir as almas a eles confiadas. Compôs também os Entretenimentos, obra na qual explicava a doutrina da Igreja para uso do clero, com tanta clareza e ortodoxia, que São Francisco de Sales dizia que, com essa obra, Santo Alexandre esgotava a matéria tratada.
Por amor à Cátedra de Pedro e à Sé Apostólica, de tempos em tempos Santo Alexandre se dirigia a Roma, onde freqüentemente era convidado a pregar. O Papa Gregório XIII ficava encantado com suas palavras, e São Felipe de Neri o venerava por causa de seu talento e piedade. Num sermão em Roma, converteu à verdadeira Fé quatro judeus dos mais radicais. Pregou também com grande fruto em Gênova e Milão, onde foram dados vários testemunhos de sua santidade.
Gênova e Tortone quiseram-no como Pastor, mas Gregório XIV o nomeou Bispo de Pavia em 1591. Tinha ele aplicado mais de vinte anos de energia, zelo e saúde entre os corsos.
Estando em Calozzo, no condado de Asti, o santo prelado foi atacado pela doença que o levaria à morte, a 11 de outubro de 1592. Como muitos milagres foram obtidos por sua intercessão, Bento XIV o beatificou em 1741. Foi o grande São Pio X quem o canonizou em 1904. Seu corpo é venerado na catedral de Pavia.
No ano da graça de 1592, a volta para Deus de Santo Alexandre Sauli. Decano da faculdade de teologia de Pavia, depois segundo superior geral dos barnabitas, foi chamado para o bispado de Aléria. Seu infatigável zelo junto ao clero e à população, conquistou-lhe o título de ‘Apóstolo da Córsega’.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
2539 artigosO Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.
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