Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

27/01 – Santa Ângela de Merici, Virgem, Fundadora das Ursulinas

Em Colônia o natalício das santas Úrsula e Companheiras que, por causa da Religião Cristã e pela constância em guardar a virgindade, foram trucidadas pelos Hunos

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

4 minhá 2 anos — Atualizado em: 2/16/2024, 12:55:05 PM


27/01 – Santa Ângela de Merici, Virgem, Fundadora das Ursulinas

Santa Ângela de Merici

Esta santa, filha de pobres camponeses, órfã em tenra idade, tendo apenas o curso primário, chegou a ser conselheira de governadores, bispos, doutores e sacerdotes. Pelos seus sofrimentos, sua entrega à Deus, contínua meditação das coisas celestes, e vida de piedade, recebeu do Espírito Santo o dom do conselho, que consiste em saber ponderar as soluções adequadas para todas as situação da vida.

Santa Ângela é contemporânea do tristemente célebre Martinho Lutero. Numa época em que se negava obediência à Sé Apostólica e se pregava a rebelião contra a Igreja de Cristo, a Divina Providência escolheu pobres donzelas que, pela sua pregação, envergonhassem a sabedoria humana, pela obediência desarmassem a licenciosidade, e pela dedicação curassem os males causados pela chamada “Reforma”, que não passou senão de uma explosão de orgulho e sensualidade, frutos maléficos do Renascimento do paganismo, que tanto mal fez à Igreja.

Ângela nasceu em 1470 em Desenzano, no norte da Itália de pais camponeses pobres, mas muito religiosos. Assim recebeu uma educação baseada sobretudo nos princípios cristãos. Sua leitura predileta era a vida dos Santos.

Ainda pequena, Ângela perdeu o pai e, aos dez anos a mãe. Com sua irmã maior, foi viver com um tio em Salo. Lá as duas meninas levavam intensa vida de piedade. Conta-se que ambas, para melhor se entregarem à meditação das coisas celestes, abandonaram a casa do tio, refugiando-se numa gruta, onde foram descobertas e levadas de volta para casa.

Uma grande provação a esperava: a morte de sua irmã querida, a quem era tão unida. Desolada, a menina não fazia senão chorar e rezar pela alma da irmã, pois ela tinha morrido sem receber os últimos Sacramentos. Em sua angústia e piedosa simplicidade, Ângela pediu a Deus um sinal do destino de sua irmã. Então, numa visão, a viu em companhia dos santos no Céu.

Quando tinha 13 anos, Ângela recebeu a Primeira Comunhão e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco. Mais tarde, quando tinha 20 anos, com a morte do tio, resolveu voltar à sua terra natal.

Foi então que se convenceu de que, para lutar contra o paganismo renascente e a heresia protestante, era preciso restaurar e fortificar religiosamente a célula familiar. E uma das grandes necessidades de seu tempo, era a instrução das jovens nos rudimentos da religião, para prepará-las para serem boas e religiosas mães de família. Transformou então sua casa em escola para receber as meninas da cidade, instruindo-as na virtude.

Syrio, CC BY-SA 4.0&nbsp;<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0">https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0</a>, via Wikimedia CommonsSyrio, CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons

Nessa época Ângela teve uma visão: foi-lhe apresentada uma multidão de donzelas trazendo coroas na cabeça e lírios nas mãos, acompanhadas de luminosos Anjos. Ouviu então uma voz que lhe dizia: “Ângela, não deixarás a terra enquanto não tiveres fundado uma União de donzelas, igual àquela que admirastes”.

A Providência preparava o caminho, pois sua escola logo produziu tão abundantes frutos, que a santa foi convidada a abrir uma semelhante em Brescia. Com algumas amigas, aceitou o convite, sendo este o embrião do qual nasceria o Instituto das Ursulinas, assim chamado em homenagem a Santa Úrsula, mártir do século IV, da qual diz o Martirologio Romano a 21 de outubro: “Em Colônia o natalício das santas Úrsula e Companheiras que, por causa da Religião Cristã e pela constância em guardar a virgindade, foram trucidadas pelos Hunos”.

Embora a fundação desse Instituto estivesse cada vez mais clara em sua mente, Santa Ângela resolveu fazer uma peregrinação a Jerusalém para alcançar a assistência divina para sua obra. Na viagem, nova provação: ela perde a visão. Entretanto, o navio em que viajava de volta à terra natal, perdeu o rumo, e aportou em Creta, onde havia um crucifixo milagroso. A santa pediu a Nosso Senhor Crucificado sua cura, tão necessária para poder prosseguir sua obra. E foi atendida.

Em agradecimento, Ângela resolveu passar por Roma por motivo do jubileu de 1525. O papa Clemente VII a recebeu em audiência, examinou seus projetos, e os abençoou.

Voltando a Bréscia, a santa reuniu vinte jovens, e com elas lançou os fundamentos de sua obra, que deveria espalhar-se depois por todo o mundo civilizado.

Imediatamente muitas pessoas piedosas, atraídas pela santidade de sua vida, quiseram viver em comunidade com ela; mas a santa, selecionando as que realmente lhe pareciam ter vocação religiosa, recomendou às outras que continuassem no mundo, para edificar os outros por suas virtudes, e para instruir os pobres e os ignorantes, visitar hospitais e prisões, e socorrer os desgraçados de toda a espécie.

A pobreza de São Francisco foi o principal objetivo de Santa Ângela; não quis nada no seu quarto, nem nos hábitos, nem nos móveis, que não fosse pobre e simples. Revestiu-se de um cilício que não deixava nem de dia nem de noite. O leito compunha-se de alguns ramos de árvores, sobre os quais estendia uma esteira. Por alimento, dispunha de pão, água, e alguns legumes. Não bebia vinho senão no Natal e na Páscoa. Durante a quaresma comia apenas três vezes por semana.

Ângela governou sua Congregação durante vários anos com rara prudência, e morreu santamente em 27 de Janeiro de 1540. São Carlos Borromeu, que apreciava singularmente as religiosas ursulinas, ocupou-se da beatificação de Ângela; mas não teve consolo de obtê-la antes da morte. Ela só foi declarada bem-aventurada em 30 de Abril de 1768 pelo Papa Clemente XIII, e Pio VII a canonizou solenemente em 24 de Maio de 1807.

Detalhes do artigo

Autor

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

2539 artigos

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados