Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 8 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 7:43:29 PM
Dissolve-se o clima festivo das Olimpíadas e a vida quotidiana retoma seus direitos. O que nos espera? O que aguarda o Brasil? João Domingos, jornalista, questionou o senador Lindbergh Farias sobre as manifestações populares pró-Dilma. “Não estamos mais conseguindo mobilizar ninguém”, admitiu o petista. João Domingos foi até Miguel Rossetto, o mais próximo conselheiro de Dilma e indagou por que havia sido relativamente fácil afastar a Presidente: “Por que não temos 10% de apoio. Não temos as ruas”. Alvejou ao constatar o óbvio: “Porque os golpistas têm mais força do que nós”. Dizem os espanhóis, a confesión de parte, relevo de pruebas.
Convém recordar que a enorme impopularidade da administração petista decorreu da queda do padrão de vida, da carestia, do desemprego crescente. Veio ainda da sensação de roubalheira generalizada. Os senadores favoráveis ao impeachment, provavelmente mais de 54, ao votar NÃO terão em vista apenas os crimes de responsabilidade. Seu olhar se fixará também no destruidor conjunto da obra petista.
Tudo o indica, Dilma será esquecida e logo respiraremos outra atmosfera, cada vez menos relacionada com o clima anterior.
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Provavelmente o governo novo terá até dezembro de 2018 para executar seu programa. Se o TSE reprovar as contas de campanha da chapa Dilma-Temer antes de 31 de dezembro próximo, o que é difícil acontecer, o presidente terá o mandato cassado, assumiria Rodrigo Maia e em 90 dias haveria nova eleição presidencial. Se a referida condenação do TSE acontecer após 31 de dezembro próximo, mesma situação, mas, em eleição indireta o Congresso elege outro presidente. Nesse caso, o provável é a eleição de alguém com programa de governo parecido ao de Temer. O rumo pouco mudaria.
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Agora, o decisivo. Na atmosfera renovada, qual a proporção de oxigênio, qual a de gases tóxicos? Claro, são suposições; caminhamos longe das ciências exatas, pisamos o volúvel terreno das realidades humanas. A anunciada política econômica desperta esperanças. Há intenção confessada e gestos favoráveis à menor intervenção do Estado, estímulo à livre iniciativa, amplo programa de privatizações, seriedade no manejo das contas públicas. Para levar adiante tais objetivos, foi escolhida equipe de gente conhecida e testada, competente. Ademais, está a postos um time de articuladores políticos com condições de viabilizar a aprovação das medidas necessárias e amargas no Congresso. Haveria freio no aumento dos gastos públicos e a retomada ascensional da atividade econômica, com fundamentos razoavelmente sólidos, presságio de anos de crescimento.
Tudo aqui é esperança? Infelizmente, não. De pronto, preocupam três pontos xodós da esquerda: reforma agrária, meio ambiente e relações com a China, tumores de estimação, tocados com temor reverencial na mídia e no público em geral.
O governo federal faz circular a ideia de que o ministério do Desenvolvimento Agrário será recriado. É gesto simbólico de mau agouro. Pior, aproxima-se da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade). O governo recebeu em palácio com grande publicidade seu dirigente Carlos Lopes, que exigiu a aceleração da reforma agrária. Pleito histórico dos comunistas e de suas linhas auxiliares, esta tem sido no Brasil um poço sem fundo para torrar dinheiro público, foco de agitação, roubalheiras e incompetência, em nada contribuindo para melhorar a situação dos pobres. É infecção que afugenta investidores, atemoriza fazendeiros e prejudica e produção.
No dia 22 de agosto, tira-gosto do que vem por aí, baderneiros da FNL e de outros movimentos subversivos invadiram o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário em Brasília. Quebraram vidros, destruíram armários. No mesmo dia, aproximadamente 300 agitadores da FNL invadiram a Fazenda Esmeralda, em Duartina. Eles reclamam mais rapidez nas desapropriações e na reforma agrária. Esse namoro com agitadores não conseguirá novos aliados nem popularidade; pelo contrário, afastará amigos atuais e potenciais.
Em fevereiro do corrente ano, o mencionado Carlos Lopes, agora próximo ao governo federal, foi um dos dirigentes do Carnaval Vermelho. A agitação ocupou prédios públicos em dez Estados. Seus líderes exigiam assentamento imediato das famílias acampadas, imissão na posse das áreas já desocupadas, demarcação imediata das terras indígenas, extinção da PEC 215 (transferição do Executivo para o Legislativo a decisão sobre remarcação de terras indígenas), reconhecimento dos quilombolas e de seus territórios. Em outras palavras, a pauta da esquerda mais radicalizada do PT, na prática passos no trajeto já enveredado por Venezuela e Cuba rumo à miséria extrema.
Michel Temer entregou o ministério do Meio Ambiente ao deputado Sarney Filho, que já há anos adotou como sua a agenda dos ambientalistas mais extremados. Entre outras tomadas de posição, combateu até o fim a reforma legislativa do Código Florestal. O excesso de legislação ambientalista também prejudica os negócios e a efetiva melhoria da situação dos pobres. Não vou me estender a respeito por falta de espaço.
A China já é o primeiro parceiro comercial do Brasil. Equipes da State Grid e da China Three Gorges, duas gigantes estatais chinesas, estão percorrendo o País para comprar empresas. Têm caixa e possibilidade de escolher negócios. De momento, procuram empresas elétricas, que facilitarão a atuação de companhias chinesas de engenharia e fabricantes de equipamentos. Visam ir empurrando o Brasil para a área de influência da China. Contribuem para o objetivo chinês de enfraquecer os Estados Unidos na região. Com o tempo, o Brasil corre o risco de ser reduzido a inconfessado, mas efetivo, protetorado chinês. Limitados em nossos movimentos, só teremos para garantir nossa independência os Estados Unidos, internamente cada vez mais divididos entre um internacionalismo concessivo e acomodatício e um isolacionismo míope e reducionista, ambas situações prejudiciais aos interesses brasileiros. Sobre tal avanço apocalíptico reina o silêncio. Em muitos é decisivo o temor de retaliações em nossas exportações para a China. Em resumo, faltam prudência e coragem, sobram otimismo e irreflexão em assunto delicadíssimo.
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Existem outras preocupações. Como se posicionará o governo na educação, na saúde, no direito de família, política dos gêneros, homossexualismo? Ficam para outra ocasião.
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