Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 8 anos
( Transcrito da Cruzade Magazine )
A assim-chamada guerra dos banheiros nada tem a ver com banheiros, mas tudo a ver com guerra. O movimento para permitir que as pessoas usem o banheiro de sua escolha nada mais é do que a fase mais recente da revolução sexual. Trata-se de uma guerra implacável para impor uma igualdade irracional que procura agora destruir as últimas barreiras que distinguem os sexos.
Vejamos as coisas como são. Uma vez que qualquer um possa usar o banheiro em que ele ou ela se sinta mais à vontade, os avisos na porta, “Homens” e “Mulheres” perdem qualquer sentido. De acordo com a estranha lógica dos guerreiros de banheiro, ou se constrói banheiros iguais para qualquer “gênero” que apareça por aí (e já há cerca de 60 deles) — ou todos devem ser integrados em um (ou dois) banheiros que possam utilizar indiscriminadamente. Obviamente, esta última solução é a única economicamente viável.
Assim, não se trata simplesmente de fazer com que as pessoas se sintam à vontade; o que se vê é o começo do fim da separação, por sexo, de banheiros, vestiários e outros lugares privados. É uma verdadeira mudança cultural que transforma o próprio sexo biológico, de realidade social e pública em mera opinião pessoal, capricho ou fantasia.
As assim-chamadas guerras de banheiro não são apenas sobre predadores sexuais, como muitos argumentam. Sempre haverá os que aproveitarão as novas regras sanitárias para encurralar e agredir suas vítimas. No entanto, a verdadeira finalidade é remover os últimos vestígios de modéstia, decência e vergonha que ainda restam na sociedade. Remove-se agora este forte muro de proteção, tanto para homens como para mulheres, em seus momentos mais privados.
A virtude da modéstia faz parte de uma estrutura moral que serve como freio das paixões humanas menos violentas. A modéstia governa as ações exteriores para que estejam em conformidade com as exigências de decência e decoro, derivadas da natureza humana e dos costumes sociais. O vestuário, o modo de falar, e o relacionamento entre os sexos se conjugam neste quadro para manter uma sociedade equilibrada e virtuosa. Quando a decência natural e a modéstia não são respeitadas, a natureza humana perde sua dignidade, sendo facilmente degradada a um nível animalesco.
Assim, não é nenhuma surpresa que no mundo super sexualizado e violento de hoje haja pessoas que peçam o fim de toda e qualquer restrição ou tabu. Seu alvo último seria a modéstia, este senso natural e delicado pelo qual uma pessoa refreia todo o ato que lhe traria vergonha. Tudo aquilo que protege a tão necessária castidade deve ser destruído.
Assim, ao contrário do que diz propaganda, a separação dos sexos não se destina a incomodar as pessoas. Nunca houve nem haverá polícia verificando identidades reais ou imaginárias em cada porta de banheiro. Esta separação se destina, sobretudo, a honrar e preservar essas normas consagradas de longa data que permitem que a sociedade funcione e protegem a dignidade individual.
Finalmente, as assim chamadas guerras de banheiro nada têm nada a ver com a realidade e nada mais fazem do que alimentar as fantasias dos que desejam escapar dos restritos limites da identidade e da razão.
Este novo ativismo envolve a capacitação da fantasia, que por definição é o poder ou processo de criação de imagens mentais irrealistas ou improváveis respondendo aos estímulos de caprichos psicológicos. Em tempos passados, pessoas com tais fantasias eram chamadas a “cair na real”, acordando para a realidade que se encontra na sociedade e na natureza. Hoje, a sociedade como um todo está sendo solicitada a ser conivente e a aprovar as fantasias antinaturais de alguns poucos.
Sem sombra de dúvida, a tal guerra dos banheiros nada tem a ver com banheiros, mas tudo a ver com guerra. É uma nova fase da Guerra Cultural. Aqueles que pensavam que a guerra terminou quando se renderam ao “casamento” homossexual, acabarão por ver que este foi apenas um começo.
Esta nova fase é uma extensão e radicalização daquilo que veio antes. A diferença está em que a fase anterior destruiu estruturas externas—tradição, costumes ou valores comunitários que atrapalhavam auto-satisfação e prazer. A nova fase visa destruir as estruturas internas — razão, identidade e sentido do ser — que atrapalham o exercício do “direito” ao prazer imediato.
Em sua velha fase, a Guerra Cultural ainda funcionava dentro das estruturas sociais que destruiu, e assim oferecia maior possibilidade para que as pessoas resistissem. A nova fase ataca o próprio cerne do ser e a identidade pessoal. Ela é mais tirânica e não permite oposição. Qualquer um que discorde é imediatamente e furiosamente agredido, seja ele um indivíduo, uma empresa, ou até mesmo um estado. A haver um retorno à ordem, a sociedade deverá reconhecer esta nova fase como realmente é. Não se trata de uma frívola guerra de banheiros, mas de uma guerra cultural tão completa que se estende até mesmo ao uso de banheiros.
(*) Tradução de José Aloisio Aranha Schelini
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