Todos notamos a ausência de bispos chineses nos funerais do papa Francisco! Alguma delegação da China comunista nos funerais ou nas cerimônias oficiais de Leão XIV?
O Cardeal Zen (emérito de Hong Kong) declarou em Roma que recebera 10 dias (do ditador governo chinês) apenas o suficiente para estar nos funerais; também declarou nas reuniões preliminares ao Conclave que não poderia discursar sobre o Acordo Vaticano-China, ou seja, da situação de perseguição aos católicos chineses.
Ora, o Vaticano renovou em outubro de 2024, por mais 4 anos, o Acordo Provisório (que mantém cláusulas secretas). Contraste marcante como veremos abaixo. Quem fala a verdade?
Subtítulo de Vatican.news: “Diálogo respeitoso e construtivo”
Em 2024, publica o site oficial do Vaticano: “Através de um comunicado oficial da Sala de Imprensa da Santa Sé, justifica-se a decisão (renovação do Acordo), tomada “após consultas e avaliações oportunas”, graças aos “consensos alcançados para uma aplicação proveitosa” do Acordo sobre a nomeação dos Bispos, e se especifica que a “Parte Vaticana permanece determinada a continuar o diálogo respeitoso e construtivo com a Parte Chinesa, para o desenvolvimento das relações bilaterais visando o bem da Igreja Católica no país e de todo o povo chinês”.” https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2024-10/santa-se-china-acordo-provisorio-estendido-por-mais-quatro-anos.html
A realidade da Igreja na China
Red Tour, a Diocese Católica de Sichuan organiza “Viagem Vermelha para Expressar Gratidão ao Partido”. Claro, ao PCCh, do ditador Xi Jinping.
Artigo de BitterWinter, por Ding Bohai, em outubro pp relata mais um fato, uma evidência, uma prova de que o Acordo Provisório Vaticano-China só dá frutos à esquerda. Todos conhecemos os elogios do Cardeal Parolin, apontado como o arquiteto do Acordo, à aproximação com o Partido Comunista chinês.
Esperamos que o novo Pontífice reavalie esse Acordo e veja, na prática, para que lado a balança está pendendo: durante a sede vacante o PCCh nomeou dois bispos … à revelia, claro, do Vaticano. Serão confirmados pela Santa Sé?
A delegação católica de Sichuan no site Revolucionário de Jinggangshan, em Jiangxi. Do Weibo.
De 8 a 14 de outubro (2024) , o Bispo Luo Xuegang, da Diocese Católica de Yibin, na província de Sichuan, liderou 39 padres, freiras e líderes da Associação Patriótica Católica em uma “Viagem Vermelha para Expressar Gratidão ao Partido” em Jiangxi.
Notemos bem, Igreja Patriótica, a fiel escrava do PCCh que deveria estar excomungada.
“A delegação visitou Nanchang e Jingdezhen, incluindo o Salão Memorial da Revolta de Nanchang, o Salão Memorial dos Mártires Revolucionários de Jinggangshan, a Casa da Moeda do Exército Vermelho e o Local da Conferência de Lushan. Este é um típico “tour vermelho” realizado regularmente por escolas e empresas.
Comunicado de Imprensa da Diocese
De acordo com um comunicado de imprensa da diocese e nas redes sociais, “Ao ouvir os feitos revolucionários no local, assistir a documentários sobre educação patriótica e depositar coroas de flores para os mártires revolucionários, os padres e fiéis fortaleceram ainda mais sua identificação com a grande pátria, a nação chinesa, a cultura chinesa, o Partido Comunista da China e o socialismo com características chinesas.”
Estas são as “Cinco Identificações”, no jargão do Partido Comunista Chinês, o cerne da propaganda e doutrinação sob Xi Jinping.
A diocese observou ainda que: “Todos os membros acreditam que esta ‘Viagem Vermelha para Expressar Gratidão ao Partido’ está repleta de espírito revolucionário e herança cultural, e que se beneficiaram muito. Todos expressaram que, em seu trabalho futuro, herdarão e levarão adiante a nobre tradição de patriotismo e amor à Igreja, aprimorarão constantemente as ‘cinco identificações’, aderirão firmemente à direção da sinicização do catolicismo em nosso país, ouvirão o Partido, sentirão gratidão ao Partido, seguirão o Partido e contribuirão ativamente para o desenvolvimento econômico e social local com um espírito mais elevado.”
A doutrinação marxista de padres, freiras e líderes leigos católicos chineses continua a todo vapor.
Do que vale, então, o Acordo Provisório Vaticano-China?
Esse é um dos grandes desafios do novo Papa Leão XIV. O Mandato de Nosso Senhor, “Ide e evangelizai todos os povos… batizando-os em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo” está absolutamente por cima de todos os poderes terrenos. A Igreja não pede a esmola de poder existir em condições humilhantes num regime comunista.
Vale recordar aqui a tese do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (largamente distribuída a todos os Padres Conciliares) – A LIBERDADE DA IGREJA NO ESTADO COMUNISTA – que recebeu calorosa carta de elogio da Santa Sé (1): é impossível a coexistência pacífica da Igreja com um regime comunista que, por exemplo, proíbe a propriedade privada, a família. Quanto mais a China comunista que utiliza da chamada SINICIZAÇÃO = colocar todas as religiões a serviço do comunismo. (download aqui https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ALIEC_1974_bucko.htm)
Rezemos pelo romano Pontífice em mais esse desafio da Sé de Pedro face ao comunismo chinês.
Fonte: https://bitterwinter.org/sichuan-catholic-diocese-organizes-a-red-tour-to-express-gratitude-to-the-party/
1 – https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ce-19641202/#gsc.tab=0