
A Cúpula Amazônica realizada em Bogotá, no dia 22 de agosto de 2025, pretendia ser demonstração de união sul-americana. O encontro deveria reunir oito presidentes, mas apenas Lula, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia, compareceram. Os demais enviaram chanceleres ou ministros, revelando desinteresse e isolamento da dupla. O objetivo da reunião era preparar a estratégia para a COP30 em Belém, mas a cena de dois governantes de esquerda diante de cadeiras vazias tornou-se um símbolo eloquente da fragilidade de suas lideranças e da falência do projeto do Foro de São Paulo.
Contraste histórico
Esse fracasso contrasta com momentos em que o Brasil exerceu liderança efetiva. Em 1978, o Tratado de Cooperação Amazônica uniu oito países em defesa da soberania regional em plena Guerra Fria. Em 1989, a Cúpula de Belém reafirmou que a Amazônia não é “patrimônio da humanidade”, mas das nações que a compõem. Em 1992, a Conferência Rio-92 trouxe ao Brasil mais de cem chefes de Estado e consolidou a imagem do país como centro decisório global. Já em 2019, a Cúpula de Letícia uniu sete presidentes amazônicos contra queimadas e crimes ambientais.
Em 2025, porém, o quadro foi inverso: onde antes havia estadistas, agora havia apenas ideólogos isolados.
O isolamento de Lula e Petro
A ausência de líderes regionais deve-se às agendas de Lula e Petro. O brasileiro insiste em tratar a Amazônia como “patrimônio da humanidade”, discurso que relativiza a soberania nacional e abre espaço para ingerências externas. Petro, por sua vez, sonha com uma revolução socialista que afasta até aliados próximos. Transformaram a Amazônia em palanque ideológico, mas os vizinhos perceberam que nada de sólido nasce de utopias. Preferiram, portanto, mandar representantes protocolares e negar legitimidade ao encontro.
Assim, o silêncio das ausências falou mais alto que os discursos vazios.
O prenúncio da COP30
Está prevista para novembro de 2025, em Belém, a 30ª Conferência das Partes (COP30). Os organizadores anunciam que será um marco no combate às mudanças climáticas, com holofotes internacionais voltados para a Amazônia. Contudo, experiências passadas mostram que tais conferências pouco resultaram em ações concretas.
Desde a COP3, em Kyoto (1997), passando pelo Acordo de Paris (2015), as promessas multiplicaram-se: limitar o aquecimento a 1,5 ºC, mobilizar 100 bilhões de dólares anuais, financiar iniciativas climáticas. Agora, fala-se em levantar 300 bilhões por ano — algo inviável. Os EUA abandonaram compromissos sob Trump, a Europa está economicamente debilitada e a China, maior emissora de poluentes mundial, nunca se comprometeu de fato. O Titanic ambiental parece naufragar antes mesmo da partida.
O debate sobre o aquecimento global

A crise não decorre apenas da falta de empenho político, mas também da própria natureza do debate. Conferências climáticas ignoram fatores decisivos como a atividade solar, os oceanos e os vulcões. Para estudiosos como o Prof. Luiz Carlos Molion, as emissões humanas representam apenas 3% do total, insignificantes diante dos fluxos naturais. Reduzir essas emissões pela metade teria impacto nulo.
Molion afirma que o CO₂ não é um vilão, mas o “gás da vida”, responsável por aumentar a produtividade vegetal. O problema dos combustíveis fósseis está em outros poluentes, como o enxofre. Representante da América do Sul na Organização Meteorológica Mundial, Molion defende que o clima é governado pelo Sol e que a Terra tende a resfriar nos próximos anos, em razão dos ciclos solares.[i]
O mito do “pulmão do mundo”

Outro pilar do discurso ambientalista — a ideia de que a Amazônia seria o “pulmão do mundo” — foi desmentido por especialistas como o Prof. Ricardo Felício. A floresta não regula o clima global; quem o faz são os oceanos, que cobrem 70% da superfície terrestre. O mito, no entanto, alimenta a narrativa de que a Amazônia pertence ao mundo, e não ao Brasil e aos demais países amazônicos.
Fundamentos cristãos da ciência
O debate científico também remete à visão cristã do universo. Durante a Idade Média, o princípio bíblico de que “Deus dispôs tudo com medida, quantidade e peso” (Sabedoria 11,21) fundamentou a convicção de que vivemos em um cosmos ordenado e matemático. Santo Agostinho chamava Deus de “grande Geómetra”. Esse espírito favoreceu o florescimento da ciência.
Em contraste, Martinho Lutero desprezou a razão e chegou a ridicularizar Copérnico. Sua visão hostil à ciência contrasta com a tradição católica, que valorizou a ordem da criação como base do conhecimento.
A missão histórica do Brasil
Historicamente, o Brasil tratou a Amazônia como baluarte de sua soberania. O Tratado Amazônico de 1978 e a Cúpula de Letícia de 2019 demonstraram a capacidade de unir vizinhos em defesa comum. Hoje, porém, a submissão a agendas ambientalistas compromete essa tradição. Em vez de afirmar soberania e independência, o governo prefere discursos alinhados a interesses externos.
Essa postura enfraquece a posição internacional do país e trai a missão providencial que a história lhe confiou: guardar a maior floresta tropical do planeta.
Conclusão
O vazio da Cúpula Amazônica não foi acidente diplomático, mas símbolo do declínio de uma agenda ideológica incapaz de mobilizar até mesmo aliados próximos. A imagem de Lula e Petro em um auditório deserto reflete a agonia de uma agenda ambientalista utópica.
[i] https://ipco.org.br/cop-30-o-titanic-que-afundou-antes-da-partida/