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Nos últimos dias, repercutiu intensamente na imprensa em geral a denúncia do influenciador conhecido como Felca, que chamou atenção para a “adultização infantil”. O episódio ganhou força com a prisão do influenciador Hytalo Santos, acusado de envolvimento em exploração de menores.

A indignação foi justa e necessária. Mas, junto com ela veio um Cavalo de Tróia: setores da esquerda aproveitaram o caso para renovar sua pressão por uma “regulação da internet”. O discurso é aparentemente nobre — proteger crianças. Mas na prática, abre espaço para censura, vigilância e mais poder concentrado nas mãos do Estado.

A cultura da exposição infantil e a perda da inocência

A “adultização infantil” não começou nas redes sociais. Antes mesmo dela, já havia exploração em novelas, programas de TV – principalmente os chamados programas infantis. O que mudou foi a escala: agora, qualquer celular pode transformar uma criança em vítima digital.

O verdadeiro problema, no entanto, não é a tecnologia, mas o enfraquecimento da família e a perda da moral cristã.

Cada criança é imagem e semelhança de Deus, chamada à inocência e à pureza próprias da idade. Cristo mesmo advertiu:

“Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 19:14).

Mas, qualquer um que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha [pedra], e se submergisse na profundeza do mar.” (Mt 9:42)

Explorar a infância não é apenas crime civil, mas pecado gravíssimo contra a ordem natural e contra a lei divina. A erotização de crianças viola a dignidade humana, destrói a virtude da castidade e fere a própria sociedade.

Santo Agostinho já alertava:

“Se as crianças são corrompidas, é toda a cidade que perece” (Cidade de Deus).

A família como guardiã natural

Como lembra a Brasil Paralelo, nenhum algoritmo consegue destruir a infância sozinho: ele só encontra espaço quando a família falha. E aqui está a chave: a família é a primeira e insubstituível guardiã da criança.[i]

A Plataforma chama a atenção para o fato de que “muitos pais não percebem os riscos da exposição infantil nas redes sociais. Simples fotos e vídeos de crianças na piscina ou na praia com a família podem acabar sendo usadas para alimentar perversões sexuais.”

 E continua: “Redes de abusadores passam a consumir e compartilhar, em grupos online, essas fotos e vídeos inofensivos aos olhos dos pais.”

João Paulo II ensinava que:

“A família é o santuário da vida e a primeira escola das virtudes sociais” (Familiaris Consortio, 1981).

É dentro de casa que se ensina pudor, respeito pelo corpo e limites. Quando a família se enfraquece, a criança fica vulnerável à revolução cultural de nossos dias.

O papel do Estado

Cabe ao Estado punir criminosos e responsabilizar plataformas que utilizam crianças para promover shows ou abuso de qualquer espécie, mas ele nunca poderá substituir pai e mãe. Como advertia Bento XVI, vivemos sob uma “ditadura do relativismo”: uma mentalidade que dissolve valores permanentes e normaliza o mal. A regulação estatal proposta pela esquerda não resolverá esse problema moral; ao contrário, ameaça ainda mais a autoridade dos pais e a liberdade da sociedade civil.

Solução do problema

Para combater a influência malévola da mídia e das redes sociais é preciso restaurar a autoridade dos pais, resgatar a moral católica e resistir à cultura que destrói a inocência de nossas crianças.

A solução do problema não está em mais censura, mas no fortalecimento da família segundo a doutrina católica.


[i] https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/panorama-completo-do-video-adultizacao-de-felca-sobre-a-exploracao-infantil?utm_source=chatgpt.com

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