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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

A escolha da festa da Imaculada Conceição

Por Luis Dufaur

17 minhá 5 anos — Atualizado em: 12/8/2019, 2:52:56 PM


Imaculada Conceição – Guido Reni (1627). Metropolitan Museum of Art (Nova York).

Um prodigioso triunfo das armas católicas levou a Igreja a escolher a data de 8 de dezembro para glorificar a Imaculada Conceição e seu dogma.

No dia 8 de dezembro a Igreja comemora a Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Ela é padroeira do Brasil sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Enquanto tal ela é glorificada nesse dia, e também na sua festa principal, em 12 de outubro.

Por que o dia 8 de dezembro é a festa da Imaculada Conceição? Pouco sabemos sobre a razão da escolha desse dia, embora um fato sobrenatural esteja na origem de tudo: o milagre de Empel. A intervenção da Imaculada Conceição se deu nos dias 7 e 8 de dezembro de 1585, numa encarniçada batalha na pequena elevação da ilha de Bommel, conhecida como Empel. Na localidade holandesa com esse nome, a Virgem Imaculada interveio para dar a vitória aos regimentos católicos, em luta contra exércitos e frotas que impulsionavam o protestantismo.

A revolução protestante foi uma das mais ferozes da História, a ponto de envolver em guerras regiões das mais remotas do planeta, como o Brasil, o Japão e as Filipinas, numa época de comunicações dificílimas. Nesse quadro histórico a insurreição protestante havia deflagrado nos Países Baixos (Bélgica, Holanda, Luxemburgo e partes da França e Alemanha) a guerra dos Oitenta Anos, travada intensamente nas cidades de Flandres e em campos pantanosos, entre canais e trincheiras onde a infantaria desempenhava papel decisivo.

Os protestantes holandeses professavam os erros de Calvino e eram apoiados por seus cúmplices ingleses, franceses, alemães e suecos, adeptos de outros heresiarcas. Seus erros religiosos foram aplicados ao terreno político-social, levando-os a se insurgir contra o rei católico Felipe II e os sucessores dele na Espanha, onde o monarca regia seu império e era defensor do catolicismo. Na época, o reino de Portugal estava unido à Espanha pelo casamento, incluindo naturalmente o Brasil, que também sofreria os cruentos assaltos dos hereges holandeses.

Retrato de Felipe de Hohenlohe-Neuenstein (apelidado Hollac) – Jan van Ravesteyn (1572–1657). Rijksmuseum, Amsterdã.

Nos Países Baixos, os tercios (regimentos) espanhóis lutavam em condições de extrema dificuldade, apoiados pela minoritária população católica local. A geografia pantanosa e o auxílio dos vizinhos protestantes conferiam aos rebeldes facilidades de luta e poder de fogo extraordinários. Porém, tinham acabado de perder a Antuérpia, primeira capital da revolta e maior cidade da época, com aproximadamente 100 mil habitantes. Alexandre Farnese, duque de Parma e governador de Flandres, a arrancara dos hereges, mas entendeu que a conquista seria insuficiente enquanto os revoltosos controlassem o mar. Enviou então o conde Carlos de Mansfeld com parte do seu exército para tomar as ilhas de Zelândia e Holanda, que dominavam a costa e constituíam o coração da revolta.

A ilha de Bommel, entre os rios Mosa e Waal, foi ocupada por cinco mil soldados espanhóis do Terço Velho de Zamora, comandado pelo mestre de campo Francisco Arias de Bobadilla. Os protestantes julgavam imperioso revidar a perda de Antuérpia com uma vitória de grandes proporções, e o almirante calvinista Felipe de Hohenlohe-Neuenstein (apelidado Hollac), comandante dos rebeldes Estados Gerais dos Países Baixos, percebeu a vantagem que lhe oferecia a dispersão do exército católico pelas ilhas. Aparelhou então uma frota de 100 barcos,​ e pediu o reforço de calvinistas franceses. No entanto os franceses se lembravam do que dissera o almirante Guillaume Gouffier de Bonnivet, derrotado e morto pelos hispanos em 1525, na batalha de Pavia: “Cinco mil espanhóis são cinco mil homens que lutam e cinco mil cavalos ligeiros, e cinco mil homens de infantaria e cinco mil sapadores e cinco mil demônios”. Temerosos, os franceses tiraram o corpo.

Antes a morte que a desonra

Os arautos do erro de Calvino não queriam enfrentar as tropas espanholas por terra, porque os tercios constituíam a mais temível infantaria do mundo. Então Hollac projetou um cerco naval da ilha de Bommel e reuniu uma frota formidável nos rios em volta. Pretendia assim cortar os insumos bélicos de Bobadilla, deixá-lo sem comida e sem abrigo. Ao mesmo tempo, ofereceu-lhe uma capitulação honrosa apelando ao “bom senso”: os católicos poderiam sair sem deixar reféns e levariam suas bandeiras. Assim Hollac evitaria uma luta corpo a corpo com os tercios.

Apresentada a proposta, o mestre de campo Bobadilla respondeu: “A infantaria espanhola prefere a morte à desonra. Nós vamos falar sobre a capitulação após a morte”. Se dita por outro, a frase soaria como bravata, mas feitos de armas nessas terras ensinavam que ela seria levada muito a sério. Havia entre aqueles homens os que alguns anos atrás tinham sido capturados em Tournai e Maastricht, mas que voltaram e reconquistaram Dunkerque e Nieuwpoort, desfilaram suas bandeiras por Bruges e Gant, e ainda conquistaram Antuérpia.

Hollac, arauto de uma seita impura e igualitária, estava certo de que aqueles católicos fariam o que tinham dito. Concebeu então um estratagema para quebrá-los, sem ter que medir forças com os sitiados: mandou inundar a ilha de Bommel, onde estavam os católicos, rompendo as barragens dos rios Mosa e Waal. A terra ocupada pelos espanhóis foi inundada por uma enxurrada violenta, e só a colina de Empel sobressaía da água. Os soldados dos tercios, esgotados e famintos “como sempre”, ficaram ensopados até os ossos, reduzidos a um pedaço de terra facilmente bombardeável pelo inimigo. Enquanto isso, 100 barcaças e galeões holandeses se juntaram à artilharia dos fortes da área, que já vomitavam fogo sobre os resistentes.

Afastando a lama, surgiram as cores azul e branca, até finalmente aparecer um quadro flamengo da Imaculada Conceição terras

Os tercios passaram o dia 7 de dezembro defendendo-se na colina de Empel. Durante a noite, alguns homens de Bobadilla escavavam abrigos, e nesse trabalho a pá de um soldado bateu num objeto estranho, que a princípio fora confundido com uma pedra. Removeu a terra que o circundava, e constatou ser um pedaço de madeira. Afastando a lama que o cobria, surgiram as cores azul e branca, até finalmente aparecer um quadro flamengo da Imaculada Conceição. A devoção dos povos espanhol e português à Imaculada se manifestava fervorosamente entre aqueles soldados, que A tinham em conta de heroína da histórica vitória contra os mouros em Navas de Tolosa, em 1212, e da conquista de Granada em 1492. Ela voltava agora a aparecer em Empel, onde só um milagre impediria a derrota!

Nas cidades católicas vizinhas — como Bolduque, capital da província de Brabante do Norte — os habitantes conduziam o Santíssimo Sacramento em procissão nas ruas, implorando pelos sitiados. Foi nessa hora que apareceu a imagem da Imaculada, cujo dogma ainda não havia sido proclamado, e cuja festa não fora instituída, mas que grandes teólogos e o fervor popular defendiam com devoção. Transcorreriam quase três séculos até que o bem-aventurado Papa Pio IX, em 1854, proclamasse o dogma da Imaculada Conceição, confirmado em 1858 por Nossa Senhora em Lourdes.

Prometendo à Imaculada vencer ou morrer

Desenho de época do lugar da batalha e da posição das tropas de ambos os lados

Exaustos, os oficiais e soldados improvisaram um altar de pedras fixadas com lama, e o ornaram com a Cruz de Santo André, símbolo do exército espanhol. Para louvar a imagem da Imaculada Conceição, milagrosamente encontrada, entoaram a Salve Rainha. Concluída a oração, Bobadilla exortou com palavras inspiradas aqueles homens que se aprontavam para morrer: “Soldados! A fome e o frio nos levam à derrota, mas a descoberta milagrosa veio para nos salvar. Quereis que à noite abordemos as galeras inimigas, prometendo ganhá-las ou tudo perder pela Virgem, sem que reste uma vida?”.

Os soldados escolheram o espírito heroico, e juraram que o desejavam. Queimaram as bandeiras, para em caso de derrota não caírem em mãos inimigas; e pela mesma razão destruíram seus canhões. A iniciativa era desesperada, mas não havia alternativa: embarcar numas canoas, desafiar a artilharia inimiga e abordar os navios holandeses na ponta das armas brancas. Mas naquela noite algo maravilhoso pegou todos de surpresa. Um vento glacial persistente, com a força de um furacão, fez a temperatura despencar para 22 graus negativos, quando nas piores condições atingia apenas 1 ou 2 graus negativos. Os mais poderosos navios holandeses se afastaram antes de serem estraçalhados pelo gelo, mas muitos outros ficaram bloqueados. Entre os católicos, a esperança renasceu: na manhã do dia 8, o gelo tinha espessura de 12 metros, e dava para caminhar sobre ele.

O único Deus verdadeiro é dos católicos

Correndo por cima dos rios e da lama endurecida, os tercios de Bobadilla atacaram os fortes, que caíram um após outro. Fizeram o mesmo com os navios que não puderam escapar. Capturaram dez, com seus suprimentos, artilharia e munição, fazendo dois mil prisioneiros. Considerada impossível algumas horas antes, a vitória foi total. Pela primeira vez, uma frota de mar era vencida por um exército de terra. Com a chuva que se seguiu, o gelo derreteu-se numa velocidade surpreendente.

Não foram somente os católicos que discerniram a intervenção divina. Vendo seu fracasso, o protestante Hollac concluiu que lutava contra forças muito mais poderosas que as humanas. Enquanto fugia, sua frase foi registrada para a História: “Parece que Deus é espanhol, operando tão grande milagre”.1 A batalha tivera dois dias de duração, e no final de 8 de dezembro a vitória estava consumada para os que combatiam à sombra da Imaculada. Os últimos calvinistas bateram em retirada. A imagem da Imaculada foi transferida para a igreja de Bolduque (‘s-Hertogenbosch em holandês ou Bar-le-Duc, em francês), onde hoje se encontra.

Até então, cada tercio tinha um nobre que o financiava. Depois do milagre de Empel, a Imaculada se tornou a padroeira de todos os tercios dos Países Baixos e da Itália. Na ocasião foi fundada a Irmandade dos Soldados da Virgem Concebida Sem Mancha, cujo primeiro irmão foi Bobadilla. Todos os alistados nos territórios de Flandres e Itália passaram a pertencer a ela. Até hoje, ano após ano, uma delegação de representantes de cada uma das armas espanholas comparece a uma capelinha erigida em Empel, no local da descoberta, para render honras e gratidão à Imaculada.

As tropas prestam homenagem à imagem, que de maneira tão inesperada se juntava a eles, dando-lhes força e confiança para a difícil batalha contra as hostes protestantes. milagre de Empel – Augusto Ferrer-Dalmau (2015).

Discussões sobre o milagre

Não há posição canônica sobre o prodigioso acontecimento. O fenômeno meteorológico incomum, naquele dia 8 de dezembro de 1585, foi objeto de estudo de historiadores e meteorologistas holandeses. Hoje o Instituto Holandês de Meteorologia se declara incapaz de compreender a concatenação de circunstâncias que levaram a água ao redor de Empel a se congelar durante apenas uma noite. Foi um fenômeno nunca antes visto naquelas terras, e nunca depois. Mas ficou claro que os homens que acreditavam na Imaculada Conceição foram levados por Ela ao triunfo, de modo prodigioso.

Como agradecimento pelo milagre de Empel, a Imaculada Conceição foi proclamada padroeira da infantaria espanhola, e sua festa foi fixada no dia 8 de dezembro em todo o império espanhol, que nessa época incluía o reino de Portugal e o próprio Brasil. A festa da Imaculada havia sido inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV, em 28 de fevereiro de 1477.

Após restaurar a independência portuguesa, em 25 de março de 1646 o Rei D. João IV proclamou solenemente Nossa Senhora da Conceição como Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os seus territórios ultramarinos, que incluíam o Brasil. O Rei determinou:

“Com parecer de todos, assentamos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição, […] e lhe ofereço de novo em meu nome e do Príncipe D. Teodósio, meu prezado filho sobre todos muito amado, e de todos os meus descendentes, sucessores, Reinos, Senhorios e Vassalos, à sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de ouro em cada ano, em sinal de Tributo e Vassalagem. E da mesma maneira prometemos e juramos, com o Príncipe e Estados, de confessar e defender sempre (até dar a vida, sendo necessário) que a Virgem Maria Mãe de Deus foi concebida sem pecado original. […] E se alguma pessoa intentar alguma coisa contra esta nossa promessa, juramento e vassalagem, por este mesmo efeito, sendo vassalo, o havemos por não natural, e queremos que seja logo lançado para fora do Reino; e se for Rei (o que Deus não permita), haja a sua e nossa maldição, e não se conte entre nossos descendentes; esperando que pelo mesmo Deus que nos deu o Reino e subiu à dignidade real, seja dela abatido e despojado”.2

Correndo por cima dos rios e da lama endurecida, os tercios de Bobadilla atacaram os fortes, que caíram um após outro. Fizeram o mesmo com os navios que não puderam escapar. Capturaram dez, com seus suprimentos, artilharia e munição, fazendo dois mil prisioneiros.

Escolha do dia 8 de dezembro

A consagração foi confirmada pelo Papa Clemente X em 1671, na bula Eximia dilectissimi. Posteriormente, em 1708, o Papa Clemente XI estendeu a festa da Imaculada Conceição a toda a Igreja Católica, tornando 8 de dezembro dia-santo-de-guarda. Por fim, em 1854, o bem-aventurado Papa Pio IX escolheu a data de 8 de dezembro para proclamar o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, por meio da bula Ineffabilis Deus.3 [vide quadro à p. XX]

Na ocasião, quis o santo pontífice honrar especialmente a Espanha. Em 8 de dezembro de 1857, inaugurou um grande monumento à Imaculada na Praça de Espanha, em Roma, capital dos Estados Pontifícios, onde ainda reinava. Ao abençoar a imagem, colocada no topo de uma imponente coluna em frente à legação espanhola, disse ao embaixador: “A Espanha foi a Nação cujos reis e teólogos trabalharam mais do que ninguém para tornar possível o dia da proclamação do dogma da Imaculada Conceição de Maria”.

Dez anos depois do dogma, o mesmo Papa confirmou o especial privilégio da Espanha e de todas as nações que lhe foram unidas, de usar paramentos azuis na festa da Imaculada Conceição — que, repetimos, é Padroeira do Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida. O gesto do bem-aventurado Pio IX é renovado todos os anos pelos Papas: chegam junto à famosa coluna da Imaculada e mandam colocar no braço da Virgem uma coroa de flores, que é levada até o alto por um regimento de bombeiros romanos.

Reflexão para o Reino de Maria

Bem-aventurado Papa Pio IX

Quando o bem-aventurado Pio IX proclamou o dogma na Basílica de São Pedro, os presentes tiveram em geral a impressão de que uma luz sobrenatural o envolvia. O próprio Pio IX contou à superiora de uma ordem religiosa o fenômeno místico que sentiu:

“Quando comecei a publicar o decreto dogmático, senti a minha voz impotente para se fazer ouvir pela imensa multidão (50 mil pessoas) que se apinhava na Basílica Vaticana. Mas, quando cheguei à fórmula da definição, Deus deu à voz do seu Vigário tal força e tal vigor sobrenatural, que a fez ressoar em toda a Basílica. E eu fiquei tão impressionado por tal socorro divino, que fui obrigado a suspender a palavra, por um instante, para dar livre desafogo às minhas lágrimas […]. Nenhuma prosperidade, nenhuma alegria deste mundo poderia dar a menor ideia daquelas delícias. E não temo em afirmar que o Vigário de Cristo precisou de uma graça especial para não morrer de doçura, sob a impressão de tal conhecimento e de tal sentimento de beleza incomparável de Maria Imaculada”.4

Nenhum dos soldados famintos e feridos, saltando para dentro dos navios dos hereges em Empel, podia imaginar tal cena gloriosa que aconteceria três séculos depois no Vaticano. Mas a graça que os levou a atingir o píncaro do heroísmo foi uma participação da mesma graça divina que depois empolgaria o Santo Pontífice, ao definir o dogma contra a impiedade revolucionária e o liberalismo reinante.

A promessa de Nossa Senhora em Fátima — por fim, meu Imaculado Coração triunfará — tornar-se-á futuramente um fato consumado. Então, todas as amarguras e aparentes frustrações, enfrentadas hoje com bravura contra os inimigos da Cristandade, com a confiança posta em Nossa Senhora, poderão nos fazer lembrar a gesta dos andrajosos e corajosos soldados católicos em Empel. Num dia 8 de dezembro, eles corriam para dar assalto à frota encalhada no gelo, com a certeza de que “de mil soldados não teme a espada quem pugna à sombra da Imaculada!”.

_____________

Notas:

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 828, Dezembro/2019.

  1. Wikipedia, Milagro de Empel, https://es.wikipedia.org/wiki/Milagro_de_Empel.
  2. Pe. Moreira das Neves, Nossa Senhora da Conceição na Restauração de Portugal, in Revista dos Centenários, Lisboa: nos 19-20, 1940, páginas 4-6 e 8.
  3. http://www.corazones.org/doc/ineffabilis_deus.htm
  4. Apud Domenico Bertetto, Il papa dell’Immacolata, Pio IX, Civiltà, 1972, pp. 63 a 65, http://senzapagare.blogspot.com/2015/12/pio-ix-quando-proclamou-o-dogma-da.html
Afresco, no Vaticano, representando Pio IX no momento da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição

O dogma da Imaculada Conceição

Alguns trechos da Bula Ineffabilis Deus, proclamada em 8 de dezembro de 1854 pelo bem-aventurado Pio IX

“Coluna da Imaculada” na Praça Mignanelli, em Roma

… Pelo que, em oração e jejum, não cessamos de oferecer a Deus Pai, por seu Filho, Nossas preces particulares e as de todos os filhos da Igreja, para que se dignasse dirigir e fortalecer Nossa inteligência com a força do Espírito Santo. Imploramos, ainda, a ajuda de toda a milícia celeste e, com verdadeiros anelos do coração, invocamos o Paráclito. Portanto, por sua inspiração, para honra da Santa e Indivisa Trindade, para glória e adorno da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da Fé Católica e para a propagação da Religião Católica, com a autoridade de Jesus Cristo, Senhor Nosso, dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e Nossa, declaramos, promulgamos e definimos que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, foi preservada de toda mancha de pecado original, por singular graça e privilégio do Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e que esta doutrina está contida na Revelação Divina, devendo, por conseguinte, ser crida firme e inabalavelmente por todos os fiéis.

Em consequência, se alguém ousar — o que Deus não permita — pensar contrariamente ao que definimos, saiba e esteja ciente de que ipso facto incidiu em anátema, de que naufragou na fé e apostatou da unidade da Igreja; além disso, por sua própria causa incorre nas penalidades estabelecidas por lei, caso se atreva a manifestar, por palavras ou por escrito, ou por outros quaisquer meios externos, sua opinião íntima.

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Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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