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A Santa Igreja enfrenta, através dos séculos, obstáculos que parecem intransponíveis – e humanamente falando, são mesmo invencíveis —  mas, Ela triunfou sobre todos eles. Passou por quase três séculos de mártires, desdobrou a era dos Padres (do Oriente e do Ocidente) em que a doutrina foi sendo estabelecida. Enfrentou, com São Gregório VII o maior poder temporal da terra, o imperador do Sacro Império, Henrique IV. A Santa Igreja foi vencendo os sucessivos inimigos. Condenou Lutero, lutou contra os erros modernos.

Veremos hoje, um resumo do artigo sobre a Estratégia Apostólica de Leão XIII, publicado pelo Dr. Plinio, no Legionário.

“Em nosso último artigo, mostramos a situação dificílima – humanamente falando, ou seja, encarando as coisas apenas pelo modo por que as veem os que não tem espírito de Fé – que a Santa Igreja atravessou no século XIX. Os inimigos da Igreja se compraziam em ver nela um imenso edifício que se esboroava, e que cedo ou tarde ruiria, inteiramente, quando ruíssem todas as grandes monarquias europeias, restos com a Igreja, de um estado de coisas destinado definitivamente a desaparecer.”

(…)

Nem Liberalismo nem Socialismo

“Leão XIII, ele também, via o domínio do mundo dividido entre duas grandes forças: o liberalismo e o socialismo. Supor a vitória de qualquer coisa que não fosse isto, parecia uma ilusão política vizinha da demência. Ou o mundo seria liberal, ou socialista. Os dois extremos políticos se chocavam ardentemente nos parlamentos, na imprensa, nas universidades e nos comícios eleitorais. O Catolicismo ou se aliaria a uma destas forças contra a outra, ou estaria – é o que diziam os de pouca Fé – irremediavelmente derrotado. E, se abstraísse da indestrutibilidade da Igreja, o argumento era certíssimo. Humanamente falando, os recursos da Igreja não seriam suficientes para enfrentar um só destes adversários, quanto mais a ambos simultaneamente!

“Com os olhos fitos no auxílio sobrenatural, não pensou assim Leão XIII. Sua tática foi muito outra. Inspirado na Verdade, ele começou por estabelecer as analogias profundas existentes entre o liberalismo e o socialismo e por distinguir nitidamente atrás do aparente conflito uma real solidariedade entre ambas as doutrinas.

“Isto posto, mostrou vigorosamente como o Catolicismo se opunha simultaneamente a ambas, conquanto em ambas se notassem fragmentos de verdade roubados à doutrina da Igreja.”

Vemos, aqui, outra característica do Santo Padre Leão XIII: ele não foi à procura de “fragmentos roubados à doutrina da Igreja” que poderiam se encontrar no Liberalismo e no Socialismo. Ele não procurou a tática do terreno comum. A integridade da verdade está somente com a Santa Igreja!

“Mostrou, em seguida, como a Igreja, cônscia de sua indefectibilidade, desprezava qualquer aliança com a heresia, e se opunha tenazmente a todas as formas de erro, quer viessem do “front” de combate socialista, quer do liberal. E com isto ficou definida claramente a situação estratégica e evidenciado que, na realidade, só havia uma luta, a dos inimigos da Igreja, estreitamente conjurados uns com os outros (…) contra a mística nau de São Pedro.

“O conflito das doutrinas socialistas e liberais, protestantes e cismáticas, fideístas e racionalistas entre si, tudo isto era pura ilusão. Na realidade, só havia a luta da Igreja contra a Cidade do demônio.

Não era um contrassenso como pensavam os mundanos

“Esta orientação estratégica pareceu a muitos um grande contrassenso. Contrassenso tanto maior quanto Leão XIII, ao mesmo tempo que rompia com o maçonismo liberal e socialista, rompia também com os erros políticos dos monarquistas franceses que representavam as forças conservadoras do passado.

“Humanamente, Leão XIII estava tentando um contrassenso político, qual o de caminhar por caminhos intransitáveis. (…)

“Com quem ficar se se tinha contra si as forças conjugadas do presente, do passado e do futuro? Com Jesus Cristo, Senhor Nosso.

* * *

Leão XIII ficou com Nosso Senhor

“Realmente foi este o grande sentido da obra política de Leão XIII. Ele não procurou senão os caminhos do Senhor. Humanamente, era isto um contrassenso. Aos olhos da Fé, era, no entanto, a única conduta realmente sábia. E os fatos mostram mais uma vez que a fé tinha razão, e não as vistas míopes da prudência humana.

(…) “Se assim foi Leão XIII, assim está sendo com Pio XI [artigo escrito em 1938], que repetiu ostensivamente a mesma política, condenando, quase simultaneamente, o comunismo e o nazismo, para mostrar que seu apoio não está na boa vontade fementida de heresiarcas, mas em Deus, e só nEle.

E o Prof. Plinio assim resume a atitude da Santa Igreja ao longo dos séculos. Lembrando, estávamos nos albores dos erros da Ação Católica, do condenável apostolado de infiltração, aproximação etc:

“Erram os que supõem ser o apostolado viável unicamente por meio de sorrisos e carícias. É certo, certíssimo, incontestável, que ele não pode ser feito a não ser com caridade. Mas que a caridade consiste em ostentar para gregos e troianos, filhos da luz e filhos das trevas, pecadores arrependidos como a Madalena ou impenitentes como os fariseus e os mercadores do Templo, o mesmo semblante perpetuamente desanuviado e inexpressivamente risonho é errar gravemente.”

“Errar não apenas porque não é este o ensinamento da Santa Igreja, que armou contra os mouros as cruzadas e instituiu contra os hereges o Santo Ofício romano e as fulminações das penas canônicas, mas ainda porque é colidir com os ensinamentos dos Santos Evangelhos que, se de um lado nos mostram o Salvador afável e misericordioso para com os pecadores que queria atrair a Si, também O mostram inexorável e terrível para com os pecadores que se mantinham obstinados na impenitência.”

* * *

E se assim são os Papas, assim será, com a graça de Deus, o “Legionário”. Sua política só é uma: a que se aprende nas páginas do Evangelho e da História da Igreja. Qualquer outra política seria além de uma traição ao Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, a negação à Pátria do mais indispensável dos serviços que ela está no direito de esperar de nós.

Rezemos muito especialmente pelo Papa Leão XIV, que o Divino Mestre o ilumine especialmente face aos erros de nossa época; reafirmar a doutrina duas vezes milenar da Santa Igreja face ao progressismo, à agenda 2030, à destruição da família, das nações numa globalização socialista e despersonalizante.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG%20381218_AestrategiaapostolicadeLeaoXIII.htm

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