Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:32:46 PM
Adolpho Lindenberg
Presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
À primeira vista, dir-se-ia que a ameaça seria para Israel, ante a possibilidade de o Hamas vir a se tornar controlador do acordo com a Fatah. Pois enquanto esta, exercendo o controle sobre da Cisjordânia, simboliza os palestinos dispostos a um acordo honroso com os judeus, o Hamas, responsável pela Faixa de Gaza, aponta para o radicalismo e o fundamentalismo muçulmano. Após tomar violentamente o poder em 2007, o Hamas passou não só a hostilizar de todos os modos possíveis a Israel, como também a se negar a participar de quaisquer tratados de paz propostos pelos norte-americanos.
E o acordo bafejado por ele constitui uma ameaça não só para Israel, mas também para o Ocidente. Isso exatamente porque, à medida que políticos pertencentes ao movimento dos Irmãos Muçulmanos vão assumindo – democraticamente ou por meio de “revoltas contra as ditaduras” – o governo de vários países, vai-se configurando um gigantesco perigo de uma coligação anti-ocidental e anticristã no Oriente Médio.
A simultaneidade desse acordo na Palestina com as revoltas no Egito, na Líbia, no Iêmen, etc. não vêm reforçar tais receios? Certamente sim. E o curioso e sintomático é que precisamente nos países de ditadura fundamentalista as revoltas fracassam. A Síria e o Irã bem o provam.
Haverá proximamente eleições no Egito, com as sondagens de opinião indicando uma ampla vitória dos candidatos dos Irmãos Muçulmanos. Na Turquia, por sua vez, enquanto os líderes religiosos fundamentalistas são continuamente exaltados, está em curso uma verdadeira campanha de desmoralização das forças armadas, guardiãs dos ideais de estado laico defendido por Kamal Ataturk.
É possível que os Estados Unidos estejam preocupados com esse quadro político. Contudo, a impressão que se tem aponta para uma direção diversa. Para muitos norte-americanos, todo governo é bom desde que eleito democraticamente. Se ele é fundamentalista, pregador de “jihad” contra o Ocidente, ameaçador dos vizinhos com bombas atômicas, pouco importa; se o povo o elegeu, tem que ser elogiado, apoiado, reconhecido.
Os que assim pensam esqueceram que Hitler assumiu o poder com mais de 90% dos votos…
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