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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Acordo nuclear com o Irã, Hitler e os aiatolás

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6 minhá 9 anos — Atualizado em: 10/6/2015, 3:58:32 AM


Em 14 de julho de 2015, o acordo de Viena sobre o desenvolvimento e o uso de energia nuclear pelo Irã, bem como o levantamento das sanções, trazem inevitavelmente a lembrança do “Acordo de Munique” feito pelos governos da Grã-Bretanha e da França com o ditador nazista Adolf Hitler, em 30 de setembro de 1938. (1)

Acreditando nas palavras de Hitler

Hitler exigiu a capitulação de territórios na Checoslováquia (Sudetos), cujos habitantes falavam alemão, como uma condição para preservar a paz na Europa. Ele havia assumido que a capitulação de parte dos Sudetos seria a sua última demanda territorial.

Os representantes da Grã- Bretanha e da França – os primeiros-ministros Neville Chamberlain e Edouard Daladier respectivamente- confiaram na palavra do ditador nazista e assinaram o acordo autorizando a Alemanha a anexar aqueles territórios como um meio para “salvar a paz”.

O Primeiro-Ministro britânico, Neville Chamberlain, cumprimenta o líder da Alemanha, Adolf Hitler, tão alegre quanto o atual ministro iraniano, após a assinatura do “Acordo de Munique”.
O Primeiro-Ministro britânico, Neville Chamberlain, cumprimenta Adolf Hitler – este tão alegre quanto o atual ministro iraniano -, após a assinatura do “Acordo de Munique”.

Em vez de “paz para o nosso tempo”, a mais sangrenta das guerras

Retornando a Londres naquele dia, Neville Chamberlain disse para uma multidão exultante que esse acordo garantiu a “paz para o nosso tempo”.

Menos de seis meses depois, entretanto, em 15 de maio de 1939, tropas alemãs ocuparam o resto da Checoslováquia e, em setembro daquele mesmo ano, invadiram a Polônia, começando, assim, a Segunda Guerra Mundial, na qual morreram por volta de 75 milhões de pessoas.

Alimentar a fera para apaziguá-la?

A história mostrou o grande fracasso da política de pacificação de Chamberlain com Hitler, que passou a exigir, desde então, sempre mais concessões.

Hoje, a mesma política está sendo aplicada ao Irã e estamos certos em temer que obtenha os mesmos resultados.

Acreditando nos líderes iranianos

O acordo de Viena:

  • Permite ao Irã manter sua infraestrutura de enriquecimento nuclear e operar suas usinas;
  • Permite ao Irã desenvolver mísseis balísticos;
  • Permite o Irã possuir armas nucleares daqui a dez anos;
  • Levanta muitas das sanções americanas, impostas ao Irã desde a crise dos reféns em 1979, apesar do Irã ser o estado responsável pelo terrorismo mundial;
  • Recompensa o regime dos aiatolás com o retorno de 100 bilhões de dólares em ativos iranianos congelados desde a crise dos reféns, o qual estará livre para ser usado em sua Jihad contra os EUA;
  • Permite empresas internacionais investir no Irã, gerando ainda mais fundos para o regime espalhar a Revolução Islâmica;
  • Implementa um risível sistema de inspeção para checar o desempenho do Irã em suas promessas;
  • É uma enorme vitória de guerra psicológica para o Irã, com o fortalecimento do regime islâmico, enquanto prejudicando gravemente a liderança dos EUA no mundo;
  • Desencadeia uma corrida armamentista no Oriente Médio, pelos aliados dos Estados Unidos – adversários iranianos.

O acordo com Irã se baseia nas promessas feitas por aqueles representantes do país. Mas o que representa as promessas do Ministro iraniano Mohammad Javad Zarif e do Presidente Hassan Rouhani, se o verdadeiro poder político está nas mãos dos aiatolás?

Aiatolá Seyed Ali Hosseini Khamenei, o verdadeiro chefe do Irã.
Aiatolá Seyed Ali Hosseini Khamenei, o verdadeiro chefe do Irã.

“O Supremo Líder do Irã”

De fato, a maior autoridade política e religiosa da República Islâmica do Irã é o Aiatolá Sayyed Ali Hosseini Khamenei, que tem o título de “Supremo Líder do Irã” e “Líder da Revolução”. Ele é também o Supremo Comandante das Forças Armadas, conduz a política estrangeira e decide sobre questões relacionadas com a guerra e a paz.

Assim, para avaliar as chances do Irã cumprir as promessas feitas, em Viena, é imperativo saber o que o “Supremo Líder do Irã”, o Aiatolá Ali Khamenei, pensa sobre os Estados Unidos.

O Estados Unidos é o “Diabo Encarnado” e deve ser destruído

Khamenei considera o EUA como o “Diabo Encarnado” (2) e, quatro dias após a negociação do acordo de Viena, ele aplaudiu “Morte a América” (3).

Essas afirmações e os sentimentos que deles transparece oferecem alguma confiança de que o Irã irá manter sua palavra de paz?

E faz algum sentido assinar um acordo com um regime fanático que tem feito votos para nos destruir, autorizando-o a possuir armas nucleares em escassos dez anos?

O Oriente Médio não pode colocar o mundo em fogo

O Oriente Médio é uma das mais sensíveis partes do mundo, e um conflito nuclear nesta região poderia envolver o planeta inteiro.

O “Acordo de Munique” com Hitler trouxe uma guerra sangrenta que durou cinco anos com milhões de vítimas. Agora nós estamos aceitando um acordo que permitirá o acesso a armas nucleares por um país dominado por fanáticos que odeiam os EUA. Uma guerra nuclear pode destruir muito mais, em menos tempo, do que a carnificina testemunhada na Segunda Guerra Mundial.

Podem os EUA correrem este risco?

Prudência e firmeza, as virtudes necessárias

Leão Heráldico, símbolo da TFP norte-americana
Leão Heráldico, símbolo da TFP norte-americana.

Junto com milhões de americanos, a Sociedade Americana para a Defesa da Tradição Família e Propriedade – TFP – respeitosamente estimula os líderes políticos de nossa nação a não serem levados por um imprudente e infundado otimismo, mas, antes, a abandonar essa errada negociação, lembrando a admoestação das Escrituras: “O prudente vê o perigo e se refugia, mas o estúpido continua o caminho e paga a penalidade” (Prov. 22:3).

Que Nossa Senhora, Mãe do Príncipe da Paz (Isa. 9:6), obtenha de seu Divino Filho graças de prudência, firmeza e, acima de tudo, sabedoria para os nossos líderes nessa encruzilhada perigosa da história dos EUA.

7 de setembro de 2015

The American TFP

______

1) O acordo foi assinado, no dia da queda da Bastilha, pelo Irã e pelos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, França, Rússia, Estados Unidos) junto com a Alemanha e a União Europeia.

2) Karim Sadjadpour, Reading Khamenei: The World View of Iran’s Most Powerful Leader (Washington, D.C.: Carnegie Endowment for International Peace, 2009), acessado em 6/9/2015 em http://carnegieendowment.org/files/sadjadpour_iran_final2 .pdf.

3) Tempos de Israel estado maior e AFP,  “Khamenei do Irã elogia seu povo para exigir a morte para a América e Israel”, Os Tempos de Israel, 18 de julho de 2015, acessado em 06 de setembro de 2015, http://www.timesofisrael.com/irans-khamenei-hails-his-people-for-demanding-death-to-america-and-israel/.

3) Times of Israel e AFP, “Iran’s Khamenei hails his people for demanding death to America and Israel”, The Times of Israel (18/7/2015), acessado em 6/9/2015 em http://www.timesofisrael.com/irans-khamenei-hails-his-people-for-demanding-death-to-america-and-israel/

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