Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 3 anos
Carta Apostólica “Notre Charge Apostolique” do Beato Pio X contra “Le Sillon”, datada de 25 de Agosto de 1910. Este trecho mostrará quanto estes sonhos de uma humanidade interconfessional aberram do verdadeiro pensamento da Igreja:
“Mais estranhas ainda, ao mesmo tempo inquietantes e acabrunhadoras, são a audácia e a ligeireza de espírito de homens que se dizem católicos, e que sonham refundir a sociedade em tais condições, e estabelecer sobre a terra, por cima da Igreja Católica, “o reino da justiça e do amor”, com operários vindos de toda a parte, de todas as religiões ou sem religião, com ou sem crenças, contanto que se esqueçam do que os divide: suas convicções religiosas e filosóficas, e ponham em comum aquilo que os une: um “generoso idealismo” e forças morais adquiridas “onde possam”. Quando se pensa em tudo o que foi necessário de forças, de ciência, de virtudes sobrenaturais para estabelecer a cidade cristã, e nos sofrimentos de milhões de mártires, e nas luzes dos Padres e dos Doutores da Igreja, e no devotamento de todos os heróis da caridade, e numa poderosa Hierarquia nascida no céu, e nas torrentes de graça divina, e tudo isto edificado, travado, compenetrado pela Vida e pelo Espírito de Jesus Cristo, a Sabedoria de Deus, o Verbo feito homem; quando se pensa, dizíamos, em tudo isto, fica-se atemorizado ao ver novos apóstolos se encarniçarem por fazer melhor, através da comunhão num vago idealismo e em virtudes cívicas. O que querem eles produzir? O que sairá desta colaboração? Uma construção puramente verbal e quimérica, em que se verá coruscar promiscuamente, e numa confusão sedutora, as palavras liberdade, justiça, fraternidade e amor, igualdade e exaltação humana, tudo baseado numa dignidade humana mal compreendida. Será uma agitação tumultuosa, estéril para o fim proposto, e que aproveitará aos agitadores de massas, menos utopistas. Sim, na realidade pode-se dizer que o “Sillon” escolta o socialismo, o olhar fixo numa quimera.
“Tememos que ainda haja pior. O resultado desta promiscuidade em trabalho, o beneficiário desta ação social cosmopolita só poderá ser uma democracia que não será nem católica, nem protestante nem judaica; uma religião ( porque o sillonismo, os chefes o afirmaram, é uma religião ) mais universal do que a Igreja Católica, reunindo todos os homens, tornados enfim irmãos e camaradas no “reino de Deus”. “Não se trabalha para a Igreja, trabalha-se pela humanidade”.
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