Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:56 PM
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Casimiro de Abreu põe em versos (Meus oitos anos) as saudades que sentia da sua infância. Mas, sentia ele mais saudades do quê? Das sombras das bananeiras ou da laranjeira, dos sonhos, das tardes fagueiras, das flores que eram o seu perfume?
Sim, porém, resumia todas essas saudades em uma só palavra de profundo significado: inocência. Oh, inocência! Oh, inocência! Digam-me, o que é inocência?
Plinio Corrêa de Oliveira versou sobre tema da seguinte forma:
“Inocência é a harmonia de todas as potências da alma entre si.
A criança ignora as leis da transmissão da vida, e por isso na linguagem corrente se diz que ela é inocente. O adulto que é acusado de um crime que não praticou, aquele que não cometeu pecado é inocente. Entretanto, pode-se tomar a expressão inocência primeva num sentido específico, que vai além da acepção usual, e que se aplica a todas as idades.
Inocente é o homem de todas as idades que adere àquele estado de espírito primevo de equilíbrio e de temperança com que o homem foi criado, e por isso conserva-se aberto a todas as formas de retidão, de maravilhoso.
A inocência é a harmonia de todas as coisas ou de todas as potências da alma entre si. E por causa dessa harmonia, ela tem a noção fácil e imediata das coisas como elas devem ser e, portanto, do modelo ideal de todas as coisas’.
Esse conceito de inocência, portanto, vai muito além da acepção corrente da palavra. Não se trata apenas de não praticar o mal, mas sobretudo de aderir fortemente à harmonia do Verdadeiro, do Bom e do Belo.”
Quão bela é a inocência. Mas quão criminoso é provocar a perda dela.
Quanto entristece observar que tudo na vida presente leva à perda de tão precioso tesouro que fez gemer de saudades não só ao poeta. Quão triste é ver a juventude sucumbir às ciladas armadas contra a inocência, como a educação sexual para crianças promovida pelos governos através de cartilhas, aulas, teatrinhos e a imposição do “politicamente correto” no tratar comportamento antinatural.
É também na propaganda e publicidade – veículo eficaz para a formação de mentalidades – que podemos verificar a triste deterioração da inocência.
Crianças são o alvo preferido da ideologia revolucionária promotora do “homem novo”, isto porque não é fácil corromper a mentalidade do “homem velho” criado em ambientes onde ainda vigoram princípios da moral cristã.
O provérbio “É de pequenino que se torce o pepino” é usado para transmitir a ideia de que, quanto mais cedo se ensina, melhores são os resultados. É na infância que se educa, ou…
… se deseduca.
Eis um exemplo, de anúncio quebra-inocência:
Reporta a matéria o portal de notícias G1, de 17/10/2013: “a campanha do Dia da Criança de uma marca de bolsas e calçados do Ceará, que exibiu uma menina usando produtos em poses sensuais, foi a primeira queixa do ano sobre o uso de crianças em situações erotizadas.”[2] (Grifo nosso).
Não reproduzimos aqui a foto por ser extremamente degradante, ofendendo gravemente todas as meninas.
Tem havido várias denúncias, esta foi a primeira com queixa por utilizar crianças em situações erotizantes, como prossegue a matéria do G1: “Nos primeiros seis meses de 2013, 18 denúncias relacionadas à publicidade para crianças e adolescentes foram recebidas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). O número equivale a 10% do total de reclamações sobre questões diversas, que somam 191.“
A queixa foi formulada pelo Grupo de defesa infantil que aponta para o “risco de erotização precoce”.
Qualquer que seja a providência que o Conar determinar, uma sentença é certa, definitiva e inapelável, pois fulminada pelo Divino Mestre:
“Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar.” São Mateus, 18, 6.
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