A popularidade dos chamados “bebês reborn” tem crescido consideravelmente no Brasil, especialmente entre os anos 2023 e 2025. Essas bonecas, feitas de silicone ou vinil, são projetadas para se assemelhar a bebês reais, com detalhes minuciosos como pele, cabelo e peso. O interesse por essas bonecas tem sido impulsionado pelas redes sociais, especialmente o Tik Tok, onde vídeos mostrando interações com os bebês reborn acumulam milhões de visualizações. Esse fenômeno tem levado a um grande número de buscas online por esse produto que pode custar até 13 mil reais.
O programa “Fantástico” do dia 11 de maio, que visitou uma loja num Shopping de Campinas (SP), revela que o local “chama a atenção por sua aparência inusitada; berço, roupinhas, incubadoras e até uma sala de parto. Mas não se trata de um hospital – é uma “maternidade” de bonecas reborn, réplicas hiper-realistas de recém-nascidos que têm conquistado um público fiel e apaixonado. O espaço oferece uma experiência completa para os clientes: além da boneca, é possível adquirir certidão de nascimento, carteira de vacinação e até assistir ao “parto” do bebê”
Alguns especialistas observam que o uso intenso dos bebês reborn pode levar a problemas psicológicos, especialmente quando adultos passam a tratá-los como filhos reais. Há preocupação sobre a substituição de vínculos humanos reais por laços fictícios, o que pode resultar em isolamento social.
O Padre Fábio de Melo aproveitou sua estada nos Estados Unidos para fazer uma visita a uma famosa “maternidade” de bonecas reborn. No local, ele escolheu simbolicamente uma boneca com Síndrome de Down, como forma de tributo à sua falecida mãe.
“A Daniela é a responsável pelos vistos e passaportes. Já está pronto o visto dela, já pode viajar para o Brasil, mesmo a mãe tentando impedir. Ela tem visto americano e tem até visto para entrar no Brasil, mas ela é americana”, brincou o padre nas redes sociais.
Por outro lado, o padre Patrick Fernandes teceu críticas sobre a onda de bebês reborn e apontou uma geração de “adultos infantilizados”.
“A gente está vivendo o cúmulo. (…) É um reflexo desse mundo. Nós estamos vivendo uma geração de adultos infantilizados. Adultos que se comportam como crianças. É por isso que muitos casamentos não dão certo. Casam, mas não deixam de viver como crianças mimadas, carentes e dependentes”, declarou. [i]
A loucura sobre os bebês reborn chega até à Justiça. Uma advogada revelou, em vídeo publicado nas redes sociais, que atendeu uma cliente que buscava regulamentar a guarda do brinquedo que “adotou” com o marido. “Ela constitui uma família e a bebê reborn faz parte da família dela. Só que o relacionamento não deu certo e a outra parte insiste em conviver com a bebê reborn pelo apego emocional que teve com ela”, explicou a profissional.
No Rio de Janeiro, um projeto de lei que propõe um dia dedicado aos bebês reborns no calendário oficial da cidade gera polêmica. A proposta aprovada pelos vereadores ainda depende da sansão do Prefeito que não se manifestou ainda sobre o tema.
Os vereadores do Rio de Janeiro criaram também o dia da Cegonha Reborn. A data é 4 de setembro e foi aprovada com a justificativa de valorizar o trabalho das artesãs, chamadas de “cegonhas”, que produzem as bonecas com traços reais e “reconhecer a ajuda psicológica que elas proporcionam às colecionadoras”. A lei ainda não foi sancionada pelo Prefeito, mas já provoca uma grande reação do público carioca.
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Alguém seria capaz de imaginar que algum animal “adotaria” um boneco por mais semelhante que fosse a um filhote de sua espécie? Uma galinha, por exemplo, adotaria um pintinho de pelúcia? Claro que isso não aconteceria. Entretanto, o ser humano “adota” bonecos como se fossem seus filhos. O que explica isso é a perda do senso do ser. Com a perda do senso do ser, ou do lumen rationis, o homem se torna mais irracional do que os animais irracionais.
Perda do Senso do Ser
A respeito da perda do senso do ser, Roberto De Mattei comenta no livro Plinio Corrêa de Oliveira – Profeta do Reino de Maria: “O eclipse existencial do lumen rationis no plano lógico corresponde à perda da primazia do ser, a qual se perde por um pecado do espírito, que Dr. Plinio definiu como ‘pecado criteriológico’. “Não se perde a noção de ser por uma negação metafísica frontal, mas por uma recusa do espírito que leva a afrouxar e a negar a importância do princípio de contradição e do princípio de identidade.”
“O ser é aquilo que há de mais íntimo, mas também de mais nobre em tudo. É o ser que confere realidade àquilo que existe. Aquilo que eu chamo ser – disse São Tomás – é a mais perfeita de todas as coisas.”
De Mattei cita ainda outro trecho de uma reunião de Dr. Plínio em agosto de 1965: “A noção do ser se compõe ao mesmo tempo de dois elementos: um elemento estático, aquilo que é; e outro elemento dinâmico, que é o elemento interno do ser. E por causa disso a palavra ser é um substantivo que é um verbo: o substantivo indica o que é, e o verbo indica o que age, que se movimenta. A própria palavra ‘ser’ não poderia deixar de ser um verbo substantivado e um substantivo verbal. Estes dois elementos constituem o ser.” [ii]
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Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança. Os bebês reborns podem ter aparências físicas de um bebê real, mas não têm alma e o seu corpo não é humano. Portanto, não é uma pessoa nem é a imagem e semelhança de Deus. Adotar um bebê reborn como filho demonstra um desequilíbrio mental que pode ter consequências danosas para a alma.
Quando Moisés subiu ao Monte Sinai para receber Os Dez Mandamentos, o povo judeu obrigou a Arão a criar o bezerro de ouro como ídolo. O que falta para a civilização atual adorar um bebê reborn como se fosse um bezerro de ouro? Para que isto não aconteça, peçamos a Nossa Senhora o cumprimento de Sua promessa em Fátima: Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará! Que venha logo o Seu Reino sobre a Terra.
[i] https://www.metropoles.com/celebridades/padre-patrick-critica-onda-de-bebes-reborn-adultos-infantilizados
[ii] Roberto de Mattei: Plinio Corrêa de Oliveira – Profeta do Reino de Maria, pág. 54 a 57.
