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Bombardeiros russos dançam com a morte nos céus da Europa

Por Luis Dufaur

3 minhá 8 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:58 PM


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Um Tupolev Tu 160 escoltado por um jato francês.

O fato foi revelado posteriormente visando amortecer seu impacto previsível.

Em 22 de setembro, dos bombardeiros nucleares russos Tupolev TU-16 ingressaram no espaço aéreo europeu pelo norte da Noruega e chegaram até o largo de Bilbao, Espanha, antes de retornar a suas bases, noticiou “Le Figaro” de Paris.

A incursão teve um caráter provocatório e relembrou os piores momentos de tensão da Guerra Fria. Os bombardeiros foram sendo acompanhados por dez aviões de quatro países europeus: Noruega, Grã-Bretanha, França e Espanha.

Os intrusos não aceitavam comunicações nem contato algum. Os dois foram interceptados a uma centena de quilômetros da costa da Bretanha por caças Rafale franceses, segundo o site do ministério da Defesa em Paris.

Então, desviaram para a Espanha onde foram interceptados por caças bombardeiros F18. A dança da morte durou quatro horas.

O Tupolev Tu-160 Blackjack é um grande bombardeiro supersônico construído no fim dos anos 1970 em plena era soviética. E o maior supersônico do mundo e está destinado a ataques a grandes distâncias. Pode leva entre 12 e 24 misseis, com ogivas nucleares inclusive.

O avião só teve seu batismo de fogo em novembro de 2015 bombardeando a população civil na Síria. Vladimir Putin ordenou modernizá-los e relançar sua produção, pois se encontram deteriorados pelo tempo e desfasados tecnologicamente.

A provocação de esta envergadura foi a segunda em 2016. A anterior em costas francesas aconteceu em fevereiro. Nessa ocasião dois Blackjack fizeram um percurso análogo.

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Só um dos Tu-160 que protagonizou o incidente pode levar entre 12 e 24 mísseis com ogivas atômicas.

O chefe do Estado Maior da Força Aérea francesa, general André Lanata, explicou à France Pressa que esse tipo de manobras “faz parte das gesticulações russas”, segundo “Le Figaro”.

Outros atritos aconteceram com grandes bombardeiros russos Tu-95 Bearsobre o Canal da Mancha em datas recentes.

O jornal “La Vanguardia” de Barcelona sublinhou que a irrupção sem aviso prévio dos aviões de ataque vindos da Rússia, constituíram “um insólito e provocativo movimento da parte de Moscou”.

O maior jornal catalão sublinhou o fato de os bombardeiros terem chegado até Bilbao, grande cidade no mar Cantábrico onde foram afastados pelos F18 espanhóis.

Quatro bases aéreas francesas estão em estado operacional permanente para resguardar o território. Em caso de alerta, os interceptores encostam-se aos intrusos suspeitos e tentam se comunicar.

Se o intruso não responde ou o nível de ameaça parece alarmante, só o primeiro ministro pode dar a ordem de abrir fogo.

Os aviões russos habitualmente não respondem, e criam um enigma a respeito de seus objetivos, por certo não amigáveis.

Mas o Kremlin sabe que tem bons amigos ou opositores moles nos governos da União Europeia e que não tem a temer uma reação firmes, até que um dia aconteça o irreparável.

Em terra, milhões de cidadãos cuidam de suas atividades ou entretenimentos tal vez sem perceber que sobre suas cabeças dá-se um duelo delicado que pode extinguir suas vidas e bens sem aviso prévio.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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