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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Brasil celeiro do mundo — PARTE III


Objetivos inconfessáveis, notícias não confiáveis

Funcionários chineses retiram o corpo de uma vítima de covid-19

Dom Bertrand de Orleans e Bragança

Hélio Brambilla, Nelson R. Barretto e Paulo Henrique Chaves

As notícias da China sobre o coronavírus parecem tão misteriosas como sempre foram as que veem de lá. Não se sabe se o vírus foi criado ou manipulado nos laboratórios de Wuhan, se foi disseminado proposital ou acidentalmente, se foi solto depois de a população chinesa estar imunizada por alguma vacina desconhecida no Ocidente. Mistérios que podem vir a ser esclarecidos… ou não.

Transcorridos cinco meses da presença do coronavírus entre nós, os transtornos que as medidas sanitárias impuseram à população continuam produzindo em cada brasileiro, em cada cidadão mundial, um clamor íntimo, profundo e generalizado: Quando nossa vida voltará ao normal? Que resultado prático tiveram os sacrifícios que já fizemos, ciosos de obedecer à risca as imposições sanitárias governamentais?

Óbitos subdimensionados no Oriente

Ainda não se sabe ao certo o número de mortes provocadas pelo coronavírus na China, mas os dados fornecidos são insignificantes quando comparados à sua enorme população. Terão sido divulgados números reduzidos, a fim de mostrar a eficiência chinesa no combate à epidemia? Denúncias nas redes sociais salientaram número de mortes muito maior, e o jornal espanhol El País afirma (9-6-20) que o foco inicial da pandemia na China começou a desenvolver-se bem antes, em agosto de 2019.

De 12 de fevereiro a 13 de março do corrente ano, o número de infectados subiu quase 40%, levando o Centro de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos a acusar a China de subnotificação viral. O bilionário Guo Wengui, exilado por sua oposição ao governo chinês, denunciou situação muito mais grave que a noticiada pelo partido comunista, dizendo que os infectados passavam de cinco milhões, com mais de 200 mil mortes.

A reportagem informava ainda que um incinerador chinês podia queimar 30 cadáveres por dia, e que foram enviados para Wuhan 40 modernos equipamentos desses, com capacidade para incinerar diariamente 1.200 cadáveres. Demonstrando imparcialidade, a reportagem ponderava que o fato de a China os ter enviado para lá não significa que operassem 24 horas por dia (blog Coin Times). No entanto, se somarmos este número ao dos crematórios fixos lá existentes, cujo total em Wuhan é desconhecido, a cifra ultrapassa confortavelmente 1.000 cremações diárias. Foram detectados sinais claros de aquecimento no solo da região, além de fumaça gordurosa não devidamente filtrada sendo expelida para a atmosfera.

Muito estranho também foi um relatório divulgado na Alemanha em 2012, com a previsão de uma pandemia no início de 2020, ou seja, uma antecipação de oito anos. Como explicar que as autoridades religiosas e políticas ocidentais não conhecessem ou não avaliassem o relatório, a ponto de serem surpreendidas pela pandemia? Quando isso circulou, já fora previsto o protagonismo chinês em manipular e disseminar vírus. Por que não foi adotada política dissuasória preventiva?

Morticínio superdimensionado no Ocidente

Nos EUA, numa pesquisa feita pela Kaiser Family Foundation entre 25 e 30 de março, 45% dos adultos consideraram que a pandemia havia afetado sua saúde mental.

Se os números foram diminuídos na China, no Ocidente foram superdimensionados. Para criar pânico e neurose nas pessoas? Como se sabe, números assim inflacionados assustam, e acabam permitindo impor políticas autoritárias, habituais em regimes tirânicos.

Circularam nas redes sociais centenas de vídeos denunciando que parentes e amigos de pessoas devidamente identificadas faleceram por razões outras que não o coronavírus, e também não apresentavam os sintomas característicos; mas nas certidões de óbito constava como causa mortis a covid-19. Essas pessoas reuniram força moral e psicológica para denunciar, mas não se sabe quantas centenas de outras deixaram de fazê-lo.

Dando ou não crédito à inteira objetividade dos dados, o fato é que mais de meio milhão de pessoas morreram no mundo em decorrência da pandemia.

Transtornos psicológicos em rápido crescimento

No jornal Valor (29-5-20), sob o título O grande trauma pandêmico, o jornalista Carlos Rydlewski relata a tragédia psicológica brasileira, e fornece alguns dados:

“É assim no Brasil. É assim no mundo. Nos EUA, numa pesquisa feita pela Kaiser Family Foundation entre 25 e 30 de março, 45% dos adultos consideraram que a pandemia havia afetado sua saúde mental. Para 19% deles, houve um ‘grande impacto’. Além do mais, uma linha telefônica pública de emergência, à disposição de pessoas com sofrimento emocional, registrou um aumento de mais de 1.000% das ligações em abril, em comparação ao mesmo período de 2019”.

Em seguida o jornalista cita o psiquiatra André Brunoni, do Instituto de Psiquiatria da USP: “No atual contexto de isolamento, muitas pessoas passam por uma primeira fase de euforia. Quem tem condições, fica em casa, assiste aos seriados, filmes na TV, e acha que está tudo ótimo. Depois de algum tempo, no entanto, começam a cair na real e percebem que as coisas podem não voltar a ser como eram. É nesse instante que os transtornos podem começar a agir”.

A psiquiatra Anne Sorgi, da UFRGS, diz com muito propósito: “O abalo por causa do desemprego que virá daí, por exemplo, não repercute somente na renda, mas está associado à sensação de fracasso e até humilhação. As pessoas perdem planos de saúde e passam a ter um acesso mais limitado a serviços. Por fim, milhares de mortes vão desorganizar e abalar as famílias”.

O psiquiatra Mario Eduardo da Costa Pereira, da Unicamp, referiu-se à lógica do processo civilizatório, que foi quebrada a partir do surgimento do coronavírus: “Antes disso, ninguém poderia imaginar que estaríamos diante dessa catástrofe. A atual situação estava fora das nossas categorias mentais. Agora temos de nos defrontar com a ausência absoluta de garantias. Entendemos que tudo pode virar de ponta-cabeça, apesar da ciência e da organização social. Mergulhamos em um momento de grande incerteza, e ela é a mãe de todos os fantasmas. Assim, a pandemia é algo que entra em nossas vidas arrombando a porta”.

Segundo Rydlewski, no Centro de Valorização da Vida (outro termômetro da saúde mental no País) o telefone gratuito 188 recebia desde 2018 cerca de um milhão de ligações mensais, mas em 2020 deverá alcançar 3,5 milhões. Tal salto levou o sistema ao limite, e a fila de espera do chat da instituição chega a demorar até três horas.

Se acrescentarmos que as estatísticas mundiais apontam um aumento de mais de um bilhão de pessoas abaixo da linha de pobreza, e em torno de 800 milhões de mortes de crianças por desnutrição e ausência de vacinação, concluiremos que estamos diante de uma das maiores tragédias da humanidade. Não podemos esquecer, no entanto, que esses números ‘invejáveis’ coincidem com os objetivos de muitos ambientalistas, que devem estar exultantes.

Pretensões globalistas e beligerância chinesa

Examine atentamente, caro leitor, a fisionomia enigmática de Xi Jinping e dos dirigentes do Partido Comunista chinês. Impassíveis, imperturbáveis, indecifráveis… como sempre.

A propósito de uma matéria sobre Hong Kong, Larry Rohter afirma na revista “Época” (1-6-20): “Isto mostra o roteiro que a China, cada vez mais poderosa e beligerante, pretende implementar em suas relações com o mundo. Tratados e acordos não valem nada, qualquer oferta de cooperação é apenas um pretexto para aumentar o poderio do PCCh, e nenhuma oposição será tolerada. Uma vez um chanceler brasileiro me disse, conversando ‘em off’ sobre a China, que o mundo ainda vai ter saudades da hegemonia americana”.

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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 837, Setembro/2020.

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Dom Bertrand de Orleans e Bragança

Dom Bertrand de Orleans e Bragança

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D. Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, bisneto da Princesa Isabel, a Redentora, e trineto do Imperador Dom Pedro II, último monarca dos brasileiros.

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