Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Campanha da Fraternidade: meio século de perplexidades, estranhezas, interrogações

Por Marcos Machado

5 minhá 4 anos — Atualizado em: 2/9/2021, 8:19:03 PM


Adaptação do cartaz da campanha da fraternidade, mostrando que a Salvação está na Igreja Católica.

A Campanha da Fraternidade (2021) causa em nós, católicos, e até em não católicos uma justa estranheza, perplexidade, interrogação. As reações do povo fiel não se fazem esperar. Sites e blogs de valor têm mostrado a desconcertante contusão de tantas afirmações da CF 2021 com a doutrina católica.

Por que razão em 1969 e 2021 (para falar só desses anos) os lemas adotados pela CF sempre apontam para uma igualdade niveladora? A igualdade como valor metafísico? Por que não apelam à conversão sincera ao Deus Vivo e Verdadeiro para que se realizem as palavras do Evangelho: um só rebanho um só Pastor?

Acesse aqui a nossa live: https://www.youtube.com/watch?v=ZfV-dCwwdAM&feature=youtu.be

1969: “Somos todos irmãos, somos todos iguais”

Escrevia o Prof. Plinio, na Folha, há meio século: “A Campanha da Fraternidade convoca todos os brasileiros para uma reflexão sobre a máxima “Somos todos irmãos, somos todos iguais”. Resolvi assim dedicar a tal reflexão minhas palavras de hoje que, se outros méritos não possuem, têm pelo menos o de serem difundidas num jornal de muito larga circulação.” […]

“Não, nada de grande, nada de saudável, nada de durável se construiu em matéria de cultura e civilização sem tomar em conta uma justa medida de liberdade, de igualdade e de fraternidade.”

[..] O Prof. Plinio mostra que há um “raciocínio primário que poderíamos resumir assim: a) todos os homens são irmãos; b) o irmão deve desejar para seus irmãos tudo quanto de bom ele tem para si; c) logo, a igualdade completa é a conseqüência forçosa da fraternidade autêntica; d) toda desigualdade é pois uma injustiça; e) de sorte que o irmão vítima de uma injustiça tem o direito de pedir, e até de impor a igualdade em nome da fraternidade. A última conseqüência da fraternidade é, como veremos, a pancadaria, quando não o crime.”

Em seguida, cita os Romanos Pontífices:

Ouçamos a grande voz de Leão XIII: “Mais de uma vez Nós o declaramos: o remédio para esses males não será jamais a igualdade subversiva das ordens sociais, mas esta fraternidade que, sem prejudicar em nada a dignidade da posição social, une os corações de todos nos mesmos laços do amor cristão” (Alocução de 24-1-1903 ao Patriciado e à Nobreza  Romana).

Pio XII: “os irmãos não nascem nem permanecem todos iguais: uns são fortes, outros débeis; uns inteligentes, outros incapazes; talvez algum seja anormal, e também pode acontecer que se torne indigno. É pois inevitável uma certa desigualdade material, intelectual, moral numa mesma família (…). Pretender a igualdade absoluta de todos seria o mesmo que pretender dar idênticas funções a membros diversos do mesmo organismo” (Discurso de 4-6-1953 a um grupo de fiéis).

***

Fica assim, pois, exorcizado o demônio da igualdade total como um ideal a ser alcançado pela sociedade humana. Passemos ao lema da Campanha em 2021.

2021: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”

Publica o nosso Site: “Falseando o sentido principalmente espiritual da Quaresma – um tempo privilegiado de purificação interior pela oração, o jejum e a esmola, como preparação para a festa da Páscoa – a Campanha da Fraternidade serve, ainda este ano, de pretexto para o avanço da agenda revolucionária da Teologia da Libertação.”

“Numa clave marxista de luta entre oprimidos e opressores, os promotores da Campanha afirmam que a paz é uma consequência “da transformação de todas as estrututas desiguais como o racismo, a disparidade econômica, de todas as formas de segregação, geradoras de conflito e violência” (n.7). Por isso, a “conversão” deve levar os cristãos a assumir “posturas de acolhida e de compromisso com as pessoas vulneráveis e vulnerabilizadas, pobres e excluídas” (n.12) e a superar “todas as formas de intolerância, racismo, violências e preconceitos” (n.14).”

ASSINE AQUI contra a Campanha da Fraternidade da CNBB: https://campanhas.ipco.org.br/eu-nao-contribuo-com-a-campanha-da-fraternidade-ecumenica-da-cnbb-cf-2021

***

É o caso de lembrar que tantas vezes os grandes segregados, marginalizados, excluídos têm sido os conservadores, no seio da Santa Igreja. O Novus Ordo de Paulo VI, 1969, foi interpretado como um banimento permanente da missa no rito tridentino. As piedades tradicionais como a recitação do terço, as procissões, as devoções populares foram cada vez mais substituídas por uma estranha prática coletiva.

Não foi essa a estratégia dos Apóstolos e seus sucessores durante a dominação romana. Cuidaram da conversão e em consequência viria a mudança de estruturas que deu origem à Idade Média. Nasceu a Civilização Cristã.

Também não foi a mudança de estruturas que pregou Santo Agostinho na Cidade de Deus: a paz é a tranquilidade da ordem.

O Homem Novo, segundo o ensinamento de São Paulo

Historicamente, quem conseguiu mudar o homem foi a Santa Igreja. Esse sim, é o “homem novo”, de que fala São Paulo. O homem novo é gerado pela graça de Deus, pela prática dos Mandamentos, pela observância da Lei.

Referindo-se aos péssimos costumes dos pagãos, adverte o Apóstolo, aos Efésios: “Mas vós não aprendestes assim (a conhecer) Cristo, se é que ouvistes pregar dele, e fostes ensinados nele, segundo a verdade que está em Jesus, a vos despojardes, pelo que diz respeito ao vosso passado, do homem velho, o qual se corrompe pelas paixões enganadoras, a renovar-vos no vosso espírito e nos vossos pensamentos, e a revestir-vos do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade verdadeiras.” (Ef 4, 21-24).

São Paulo também fala em despojar-se do homem velho. Mas ele é muito claro e direto: o homem novo é fruto da justiça e da santidade.

Se queremos reformar o homem e, em consequência mudar as estruturas, ouçamos a voz das Profecias de Fátima: oração e penitência, reforma da vida. É a observância da Lei Natural, dos Mandamentos que trará como consequência a verdadeira e sincera fraternidade. É amar no próximo a sua imagem e semelhança de Deus.

***

Oração, penitência, mudança de vida essa é a recomendação de Nossa Senhora em Fátima. Assim se edifacará com uma argamassa sólida os fundamentos da civilização cristã. E se realizará o desígnio do Evangelho: um só rebanho, um só Pastor. Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela.

Detalhes do artigo

Autor

Marcos Machado

Marcos Machado

492 artigos

Pesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados