Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 7 anos
Uma equipe da Globo Rural foi até a Bélgica para contar a história de um queijo delicioso, produzido por monges de uma abadia que também fabrica cervejas.
O mosteiro de Scourmont fica em Chimay, no sul do país, uma cidadezinha tranquila com ruas estreitas e fachadas antigas.
E um imponente castelo: o dos Príncipes de Chimay, uma das mais nobres famílias belgas.
No Castelo dos Príncipes, no centro da cidade, mora a simpática princesa Elisabeth de Chimay.
Ela contou que alguns aposentos do castelo têm quase 800 anos de idade.
Sua capela abrigou em 1449 o famoso Santo Sudário hoje em Turim. O Teatro dos Príncipes ainda hoje acolhe concertos de música clássica.
“Naquela época, o dono do castelo era conhecido como o Grande Príncipe.
“Pois bem, esse príncipe, que era antepassado do meu marido, resolveu convidar alguns monges do norte da Bélgica para fundar uma abadia. Para isso, doou algumas terras aos religiosos, que começaram a levantar o novo mosteiro.
“Uma vez instalados, os monges passaram a fazer os seus produtos caseiros, que há séculos garantem a prosperidade da região” – explicou a princesa.
Com o estímulo e a proteção da nobreza começou a história da abadia trapista de Notre-Dame de Scourmont, em Chimay.
“Os monges tinham alimentação fraca e trabalhavam muito. Então, era preciso reforçar as refeições com produtos mais nutritivos.
“Foi aí que surgiu a ideia de fabricar queijos e cervejas. Tudo era feito para o nosso próprio consumo, para compensar o esforço físico e fortalecer os músculos”, respondeu o Père Omère (Padre Homero).
Os monges antigos levavam a sério a Regra, que incluía muito jejum e abstinência de carne.
No inverno e nas épocas como as da colheita – os monges viviam de seu trabalho – a observância era exemplar.
Era preciso reforçar a alimentação com alimentos que não violassem a Regra.
Os queijos e as cervejas dos monges eram tão saborosos que logo atraíram a atenção de pessoas de fora. Aos poucos, a fabricação artesanal foi dando lugar a uma atividade comercial.
Mas não perdeu a identidade trapista.
Hoje em dia, os monges contam com equipamentos modernos e funcionários treinados.
A abadia fabrica três cervejas com cores e sabores diferentes.
Todas são encorpadas, cremosas, levemente amargas e com teor alcoólico que varia de 7% a 9%.
A fabricação de queijos da abadia atravessou os séculos e permanece viva, como um dos símbolos da região, diz a reportagem da Globo Rural.
Na base desse trabalho estão centenas de sítios e de famílias do campo.
Pessoas que moram no entorno de abadia e que ganham a vida produzindo leite.
No começo dos anos 80, os monges de Scourmont resolveram construir um novo laticínio da abadia.
O objetivo era melhorar o controle sanitário, adotar métodos mais modernos e aumentar o volume de produção. Tudo isso respeitando a história e a tradição do queijo local.
Um dos cinco queijos fabricados no laticínio é reforçado com um ingrediente especial: a cerveja de Chimay.
Na etapa final, os queijos são levados para as caves. São salas que têm temperatura e umidade controladas. Os produtos ficam em prateleiras de quatro semanas a oito meses, segundo o tipo.
O laticínio da abadia vende cerca de mil toneladas de queijo por ano. Metade fica na Bélgica e metade é exportada, principalmente para a França, o Japão e os Estados Unidos.
Alain Hotelet, responsável comercial, explicou o sabor do queijo:
“Este é o queijo clássico, que foi o primeiro a ser fabricado pelos monges. Ele é muito suave e, por isso, apreciado por um público amplo.
“Já o segundo tipo, o grand cru, leva mais tempo na maturação. É um queijo com aroma mais marcante e um gosto mais forte”.
Mais alto e alaranjado, o vieux chimay chega a ficar oito meses nas caves. É um queijo seco e ótimo para ser consumido em cubos, como aperitivo.
É um produto para quem gosta de queijos com personalidade. Bronzeado e mais robusto, o queijo na cerveja é o mais famoso e o mais vendido pelo laticínio. Os preços são moderados.
A reportagem acaba apresentando um modelo de integração harmônica do castelo, da abadia e da produção agrícola com a natureza.
As planificações do ambientalismo dirigista entendem pouco ou nada da natureza e muito do utopismo.
Seja o primeiro a comentar!