Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 8 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 7:43:50 PM
Em 17 de maio último o Diretório Nacional do PT divulgou “Resolução sobre conjuntura”, documento roteiro para encontro extraordinário do partido marcado para novembro próximo, antecedido de reunião ampliada do Diretório Nacional, já agora em julho.
Referida orientação petista privilegia a reconstrução do partido e deixa em segundo plano conveniências de alianças abertas ao centro político. Além da autocrítica, reafirma princípios e proclama objetivos que recolocam o partido no caminho onde começou: estuário de esquerdas radicalizadas com anexos de vários tipos, o que o tornava, no quadro político, sucessor natural, viável eleitoralmente, do Partido Comunista Brasileiro.
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Posto entre a necessidade, de um lado, de formar alianças em direção ao centro para tornar viável a conquista do poder e, de outro, a reafirmação de objetivos revolucionários para impedir que suas bases se estiolem, escolheu no momento a segunda via. Em consequência, conscientemente, restringiu a possibilidade de conseguir os 28 votos (ausência vale) no Senado, necessários para o retorno de Dilma Rousseff ao Planalto. Tirou o modernoso paletó socialdemocrata e enfiou a puída jaqueta vermelha do comunismo, ainda que disfarçado e por etapas. Se continuar assim, será o normal, logo à frente ouviremos críticas crescentes à política de Dilma, que foi testa de ferro da orientação partidária de caminhar rumo ao centro. Até quando continuará essa posição crítica? Até quando for conveniente manter esse discurso.
A resolução enfatiza o objetivo petista de, governando de novo, sabotar oficiais das Forças Armadas e funcionários públicos na Polícia Federal, Ministério Público, Itamaraty de orientação profissional, ao mesmo tempo que promoveria ativamente pessoal alinhado ideologicamente ao PT. É uma forma peculiar de penetração. Vai mais longe, o roteiro promete ingerência inaudita nas instituições do Estado, entre as quais a de modificar o currículo das Agulhas Negras e de outras escolas militares para formar oficiais que marchariam com o petismo. Ainda no texto analisado, encher de dinheiro blogues sujos e assemelhados e cortar verbas publicitária de órgãos de imprensa não subservientes: “Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista; fortalecer a ala mais avançada do Itamaraty e redimensionar sensivelmente a distribuição de verbas publicitárias para os monopólios da informação”.
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Volta-se contra a Operação Lava Jato “instrumento político para a guerra de desgaste contra dirigentes e governantes petistas”. Agride a atuação de procuradores, delegados e juízes: “A [Lava Jato] revela o alinhamento de diversos grupos do aparato repressivo estatal – delegados, procuradores e juízes – com o campo reacionário”. Falando mais claro, em governo petista Lava Jato só contra adversários.
De forma velada lamenta a diminuição do apoio à China, a potência que mais ameaça os Estados Unidos: “Caso consolidado, este retrocesso político [do qual faz parte o governo Temer] influirá sobre a evolução do bloco BRICS, cujo potencial econômico e financeiro coloca em xeque a velha engenharia mundial das potencias capitalistas”. Em tal quadro, a resolução deplora igualmente a baixa quanto ao apoio aos governos “progressistas” como Venezuela, Bolívia e Equador, circunstância favorável aos Estados Unidos. Já se vê, no horizonte petista, como utopias mobilizadoras, estão, num plano, Venezuela e Cuba. Esperam, ainda empurrar o Brasil a uma situação parecida. Em outro campo, arena internacional, a ascensão da China finalmente tornaria possível considerar seriamente o fim da influência dos Estados Unidos. O Delenda est Carthago do PT é a destruição dos Estados Unidos. Costumam terminar seus documentos alardeando essa obsessão, que aliás ecoa berreiros iguais de todas as esquerdas no mundo.
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O Diretório Nacional começa a autocrítica dos últimos 14 anos (vem mais coisa por aí): “Confiamos na governabilidade institucional a partir de alianças ao centro, como coluna vertebral para a sustentação de nosso projeto. […] Mas fomos acanhados ao impulsionar a luta social […] Acabamos reféns de acordos táticos. [..] A vida interna se estiolou. […} Milhares de novos filiados foram incorporados sem quaisquer vínculos com o pensamento de esquerda”. Em resumo, confessa o apodrecimento interno, antes disfarçado, decorrência em boa medida da fase paz e amor, indispensável lá atrás para chegar ao governo.
Hora de fechar. Em resumo, ainda que tenha imposto ao Brasil apenas parte do costumeiro receituário socialista, os resultados, os de sempre, foram empobrecimento, desemprego, carestia e ladroagem. O PT, claro, não reconhece, quanto mais colocado em prática tal receituário, mais desastres acarreta; bastaria considerar hoje os casos dantescos da Venezuela e Cuba; ontem, os da Europa Oriental. No total, o partido, para formar militância e reconstruir a situação interna, mostrou de novo a face intolerante do velho comunismo. Para tal, jogou ao mar possibilidades de apoios no centro e até na direita; posição necessária para não deperecer, pensarão estrategistas de lá.
Falta a última confissão do Diretório do PT: pouco lhes importam as sequelas de pobreza e tirania das experiências socialistas, continuarão os petistas sempre, inamovíveis e obstinados, arautos da igualdade social. Virá ela um dia, podem esperar por tempo indefinido…
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