Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
1 min — há 10 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 5:33:30 PM
Reportagem de página inteira do Correio Braziliense de 22 de março noticia o renascer de movimentos de contracultura como oposição à onda conservadora.
Diz a chamada de capa: “Resistência irônica à ditadura, o movimento ressurge em contraponto ao conservadorismo que saiu do armário”. A reportagem se estende relembrando gestos simbólicos de artistas na época do governo militar, no sentido de subverter valores protegidos pelo regime.
A menção a esse “conservadorismo que saiu do armário” dirige-se, senão diretamente às manifestações multitudinárias ocorridas em centenas de cidades pelo Brasil (Foto acima: protesto em Brasília no dia 15 de março pp.), ao menos aos movimentos de opinião que lhes deram origem. Ora, dizer que algo ‘saiu do armário’ é pressupor sua existência em estado latente. Uma latência que poderia ter entre suas causas ou a vergonha, ou a preguiça, ou o “deixa estar para ver como é que fica”. Latência que a náusea provocada pelo atual estado de coisas no Brasil conseguiu vencer.
Esse traje, que se diria fadado às traças e à escuridão do armário, volta à passarela com todo o vigor e brilho, mostrando sua verdadeira face: pacato, amante da ordem, nostálgico dos princípios perenes da civilização cristã – a face do Brasil profundo.
Para contrarrestá-lo, as forças do caos tiram de seus baús mofados alguns trapos e esboçam suas gargalhadas infernais. Serão elas capazes de calar a voz do Brasil profundo, de empanar o brilho dessa marcha promissora?
Seja o primeiro a comentar!