Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Cresce na Europa o fenômeno dos bandos islâmicos armados

Por Outros autores

11 minhá 7 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:46:30 PM


(Por Lupo GloriCorrispondenza Romana, 16-8-2017)
Tradução: Helio Dias Viana

Numa Europa cada vez mais invadida por fluxos imigratórios e refugiados políticos de religião muçulmana, florescem e consolidam-se progressivamente guetos islâmicos e “no go zones” [zonas impenetráveis], verdadeiras áreas territoriais autogestionárias não policiadas, controladas por bandos armados fora do controle do Estado.

Um dos países mais atingidos por esse processo de islamização é a Alemanha, que repentina e dramaticamente tomou conhecimento da situação na noite de Ano Novo de 2015, quando milhares de homens de origem árabe ou norte-africana molestaram e agrediram sexualmente mais de 500 mulheres alemãs, no centro de Colônia.

Um cenário suicida é descrito com exatidão em um trecho de um documento privado do governo alemão, publicado pelo Die Welt, onde se lê:

“Estamos importando o extremismo islâmico, o antissemitismo árabe, os conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como uma concepção diferente da sociedade e do direito. As agências de segurança alemãs não abordam esses problemas de segurança importados e as consequentes reações da população alemã.”

O fracasso do modelo multicultural alemão foi claramente destacado em um estudo de 22 páginas do Departamento de Religião e Política da Universidade de Münster e relatado pelo Gatestone Institute, intitulado Integration und Religion aus der Sicht von Türkeistämmigen in Deutschland [Integração e Religião do ponto de vista dos turcos que vivem na Alemanha], onde se nota que “quase metade dos três milhões de turcos que vivem na Alemanha acredita ser mais importante respeitar a lei islâmica da Sharia do que a lei alemã, se elas se contradizerem. (…) A consulta – baseada em uma pesquisa envolvendo turcos que vivem na Alemanha por muitos anos, muitas vezes por décadas – rejeita o que as autoridades alemãs dizem, a saber, que os muçulmanos estão bem integrados na sociedade alemã”.

De acordo com o documento da Universidade de Münster, 47% dos entrevistados concordam com a afirmação de que a “observância dos mandamentos da minha religião é mais importante para mim do que as leis do Estado em que vivo”; 32% dos entrevistados são favoráveis ao fato de que “os muçulmanos devem lutar para retornar a uma ordem corporativa como nos tempos de Maomé”; 36% acreditam que “apenas o Islã pode resolver os problemas do nosso tempo”; 20% dos entrevistados afirmam que “a ameaça representada pelo Ocidente ao Islã justifica a violência”; 7% acreditam que “a violência é justificada para espalhar o Islã”, e assim por diante, com estatísticas inequívocas desse teor.

A inação ou ligeireza do governo em abordar esse processo de islamização incentivou recentemente o surgimento de grupos de vigilância antimuçulmanos, levando o Bundesamt für Verfassungsschutz (BfV) – a inteligência alemã – a alertar, em seu último relatório anual, sobre os riscos concretos de desencadeamento de uma espiral perigosa de reações incontroláveis que podem levar a uma guerra aberta entre bandos opostos nas ruas da Alemanha.

Um dos mais recentes bandos muçulmanos alemães, nascido em maio de 2017, chama-se Germanys Muslim. Trata-se de um grupo de motociclistas no estilo dos Hell Angels cujos componentes se propõem, como escreve o jornal Die Welt, o objetivo de proteger seus “irmãos” ameaçados pela crescente islamofobia.

O grupo, fundado por Marcel Kunst, um alemão convertido ao islamismo com o nome de Mahmud Salam, tem escritórios em Mönchengladbach, Münster e Stuttgart e aspira a espalhar-se progressivamente por toda a Alemanha. Na sua página do Facebook, onde conta com cerca de mil seguidores, o grupo é apresentado como uma iniciativa de cidadania gratuita “que promove a convivência pacífica entre muçulmanos e não muçulmanos na Alemanha”. No entanto, a polícia alemã concorda muito pouco com uma definição tão controversa, sublinhando que muitos de seus membros mais velhos são conhecidos como salafistas radicais, a começar pelo próprio fundador, Kunst, definido como um “islâmico que se move nos círculos salafistas”.

O preocupante crescimento do fenômeno salafista na Alemanha foi confirmado pelo relatório anual do Bundesamt für Verfassungsschutz, publicado em 4 de julho, o qual afirma que o salafismo é um “movimento islâmico de rápido crescimento na Alemanha”. Crescimento atestado por dados estatísticos que revelam como o número de salafistas cresceu progressivamente na Alemanha nos últimos anos, passando de 3.800 em 2011 para 9.700 em 2016.

O BfV advertiu, portanto, sobre os riscos de possíveis distúrbios civis decorrentes desse contexto de um contraste ideológico cada vez maior:

“A potencial ameaça da violência de salafistas permanece perigosamente alta. A violência salafista poderia gerar dinâmicas adicionais através de interações com grupos extremistas de outros campos ideológicos ‘hostis’, como aconteceu com casos no passado.”

Um segundo bando de motociclistas de Alá – constituído pelos Osmanen Germania [Otomanos da Alemanha], igualmente conhecidos e ativos não apenas no território alemão –, é um grupo composto principalmente por alemães de origem turca, e seu nome já deixa claro sua linha de ação. A referência explícita ao Império Otomano, interrompido e derrotado em 1683 nos portões de Viena, expressa de modo emblemático qual é o verdadeiro objetivo desse grupo: retomar e completar a conquista islâmica da Alemanha e da Europa no século XVI.

Os Osmanen Germania aparecem oficialmente como uma empresa de boxe que tira os meninos da rua, mas de acordo com a polícia alemã, trata-se de uma verdadeira associação criminosa que opera em toda a Europa e se financia através de negócios no mundo da exploração da prostituição, do tráfico de armas e da droga.

É possível visualizar no YouTube dezenas de vídeos do grupo, todos do mesmo teor, com aparências severas e ameaçadoras, corpos tatuados e avantajados, carros esportivos e armas. Em um deles, um musculoso componente do bando, cercado por outros afiliados, volta-se para a câmera gritando: “Agora ataque frontal, entende?”, enquanto uma voz fora da cena acrescenta: “Estamos chegando e tomando todo o país”. O vídeo continua com imagens alternando hordas selvagens de cavaleiros no deserto e homens em pose de roqueiros, com uma voz narrativa sempre explicando “que permanecerão no campo de batalha até a última gota de sangue”.

O ministro alemão do Interior, Ralf Jäger, disse recentemente que a taxa de expansão do bando Osmanen Germania é tão rápida, que é muito difícil de ser contida: “Não há como gerir essa situação com os recursos existentes”.

Uma confirmação de que o grupo Osmanen Germania está se expandindo mesmo fora da Alemanha é a notícia de que ele abriu recentemente dois escritórios “estrangeiros” na Suíça, em Zurique e Basileia, os quais já poderiam contar com 180 e 220 componentes e um crescente número de adeptos. Segundo declarou ao principal jornal suíço 20 Minuten um representante do Osmanen Germania Switzerland, a última célula do bando se chama Osmanen Germania Southend e reúne membros oriundos de Ravensburg e do lago de Constança, e “em breve serão muitos os membros oriundos da Suíça Oriental”.

A irrupção de gangs islâmicas armadas no coração da Europa e a crescente preocupação da inteligência europeia com o possível surgimento de conflitos étnicos entre bandos ideologicamente opostos confirma a estratégia promovida e divulgada on-line pelo ISIS por um longo período de tempo, através de suas várias redes. Em particular, o Estado Islâmico desenvolveu uma estudada e sofisticada campanha de propaganda na web por meio de vídeos, áudios, imagens e textos, que são divulgados pelos principais canais de comunicação visando viralizá-los para recrutar lutadores, espalhar tanto quanto possível sua mensagem de luta e obter financiamento.

Um desses e-books, intitulado coincidentemente Gangs muçulmanas, inicia com este aviso preciso ao leitor: “O objetivo deste livro é dar aos muçulmanos um ponto de partida sobre como criar seus próprios bandos e fazê-los crescer num movimento um jihadista que pode assumir e tornar-se uma força de resistência no Ocidente”. O autor enfatiza que as Gangs muçulmanas, em oposição às publicações anteriores, constituem um passo adiante na luta contra o Ocidente, proporcionando ao leitor uma série de dicas valiosas: “No e-book já discutimos como sobreviver no Ocidente, como ser um lobo solitário. Neste e-book, as Gangs muçulmanas querem ir além e nos transformar em uma gang de resistência. A primeira coisa que você tem de decidir é: Qual é o seu objetivo como bando? Você quer fazer o trabalho de propaganda para mudar a sociedade, ou quer fazer o trabalho militar e treinar sua milícia armada? Escolha uma das opções: cada país e cada organização terrorista têm duas opções principais: a opção da propaganda e opção a militar”.

O e-book aproveita o sentimento de fraternidade universal que reúne todos os muçulmanos do mundo, pertencentes indistintamente à grande comunidade da umma islâmica, escrevendo:

“Um muçulmano pode estar em qualquer lugar do mundo, de toda raça e cultura, mas sua fé o torna um irmão de outro muçulmano. Então, haverá um muçulmano branco, um preto e um marrom dentro do mesmo grupo, mas seus corações são um, sua lealdade é uma, eles estão unidos em sua causa e unidos em sua dependência de Alá (Deus). (…) Somos apenas um povo, misericordiosos uns com os outros e implacáveis com o inimigo. (…) Todos os bandos muçulmanos que não são muçulmanos praticantes são fiéis à sua religião, mesmo que não a pratiquem, e especialmente quando são ameaçados por um inimigo comum”.

O autor desse texto também salienta que o fenômeno dos “bandos muçulmanos”, embora diferenciados de acordo com as etnias de imigrantes presentes no território, está amplamente espalhado por toda a Europa:

“É importante enfatizar que esse fenômeno dos bandos – ‘Guetos’ – muçulmanos está espalhado por toda a Europa. Exemplo: no Reino Unido, a maioria dos bandos é composta de muçulmanos do sul da Ásia; na França são os bandos árabes do Magreb; na Alemanha são bandos de turcos; na Finlândia são bandos somalis etc.”.

Segundo o autor do e-book, um formidável e inesperado aliado em tal processo de conquista da Europa é a própria Europa, frágil e desorientada, presa a uma profunda crise econômica e de identidade:

“A Europa está retornando à Idade Média [devido à recessão financeira]. Gangues armadas estão se transformando em milícias para os políticos racistas, e uma jovem minoria muçulmana é seu inimigo. Tudo isso enquanto um califado está crescendo ao lado em todo o Mediterrâneo.”

O cenário proposto pelo autor, como já vimos, é aquele compartilhado hoje por alguns representantes da nossa Intelligentsia, de uma situação de crescente conflito social que levará inevitavelmente a um confronto frontal entre as duas facções, islâmica e anti-islâmica:

 “Teus ataques, no início, serão pequenos em represália aos ataques do inimigo em teu território. Procurarão bater onde dói, então deverás também acertá-los onde mais dói. Esses golpes entre os dois lados aumentarão a intensidade do conflito e gradualmente uma guerra pegará fogo. A guerra será tão grave que não haverá espaço para a polícia, e permanecerão se enfrentando no campo somente os mujadins e dos neonazistas. (…) A única razão pela qual a polícia pode mostrar um sinal forte é porque eles podem trazer reforços para um ponto ‘específico’ da violência. Mas, se houver várias áreas de violência em todo o país, simplesmente não haverá policiais suficientes para neutralizá-las. E assim, haverá batalhas ‘tribais’ e minimilícias que se formarão em vários países europeus, cada grupo defendendo seu próprio território, e a mesquita, a igreja ou as lojas maçônicas se tornarão os quartéis-generais de cada um desses grupos.”

Portanto, o Islã avança na Europa de acordo com duas principais orientações estratégicas, representadas pelas suas duas opções de ação, descritas acima como “opção de propaganda e opção militar”.

A primeira opção representa a linha “doce”, operada silenciosamente, graças à conivência suicida europeia, por meio de armas demográficas, migratórias e de propaganda; a segunda opção – a militar – é, pelo contrário, a linha “dura”, posta em prática através de ataques e bandos armados, visando criar uma situação de caos incontrolável e de conflito social. Esperemos, pois, que o conhecimento do plano de conquista possa ajudar a Europa e o Ocidente a se inteirar da realidade e promover uma maior conscientização sobre o perigo que nos circunda.

Detalhes do artigo

Autor

Outros autores

Outros autores

430 artigos

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados