Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 7 anos
Miami (FL), 26 de fevereiro de 2018
O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, sediado no Brasil, acaba de enviar uma carta ao Cardeal Joseph Zen [foto abaixo], de Hong Kong, em solidariedade aos católicos chineses que vivem em situação clandestina, como que em catacumbas, e estão sendo cruelmente perseguidos pelo regime comunista chinês.
A carta também menciona iniciativas recentes e lamentáveis da diplomacia vaticana ao pressionar bispos fiéis a Roma para renunciar e entregar suas dioceses e seus rebanhos aos bispos da chamada “igreja patriótica”, totalmente subserviente ao regime comunista. O documento mostra a relevância da Declaração de Resistência redigida por Plinio Corrêa de Oliveira em 1974, intitulada “A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas — Para a TFP: omitir-se? Ou resistir?”.
Tal Declaração afirma que é totalmente lícito que os católicos demonstrem uma oposição respeitosa à colaboração diplomática da Santa Sé com regimes comunistas, inspirando-se na atitude de resistência do Apóstolo São Paulo a certas medidas de São Pedro que poderiam causar confusão doutrinária nos fieis (Gal. II, 11).
Lembro-me da data exata e do contexto histórico em que tomei conhecimento da importante Declaração de Resistência. Foi numa terça-feira, 5 de novembro de 1996. Eu estava no Chile na véspera da chegada ao país do tirano Fidel Castro para participar da Cúpula Ibero-Americana, de onde ele viajaria imediatamente para Roma para uma entrevista surpreendente com o Papa João Paulo II. Naquela terça-feira, fui com meus anfitriões da capital Santiago até a cidade de Valparaíso, convidados por um grupo de senadores, para um almoço e uma posterior sessão no Senado em solidariedade ao povo cubano. Durante essa viagem, meus anfitriões apresentaram-me as teses da Declaração de Resistência, a respeito da total legitimidade de uma oposição pública à colaboração diplomática do Vaticano com Cuba comunista e com outros regimes marxistas. Lembro-me de ter contado o quanto tal tese se aplicava à situação de inúmeros católicos cubanos, dentro e fora da ilha-prisão, perplexos e confusos com a abordagem comuno-católica em Cuba, encorajados por altas personalidades eclesiásticas.
Tomar conhecimento dessa Declaração de Resistência foi um alívio para minha consciência de católico. E deu-me força espiritual para preparar um artigo sob o título “Fraudulenta política religiosa castrista”, que foi publicado no sábado, 16 de novembro de 1996 — no próprio dia da chegada do tirano sanguinário em Roma — pelos jornais “Secolo d’Italia” e “Diario Las Américas”.
A partir de então, como ex-prisioneiro político cubano por 22 anos e como católico resistente, publiquei dezenas de artigos que discordam frontalmente da política de distensão com o comunismo castrista durante os pontificados dos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco I. Esses artigos encontram-se disponíveis no site www.cubdest.org
Peço à Providência Divina que dê forças espirituais aos autênticos Pastores católicos chineses para que continuem defendendo o rebanho da sanha maquiavélica dos lobos comunistas, resistindo legitimamente à diplomacia vaticana de aproximação com o comunismo; e para que transitem gloriosamente o caminho diametralmente oposto ao entreguismo dos pastores católicos cubanos que, por décadas, deixaram dizimar o rebanho de fieis cubanos.
Armando Valladares
8 artigosArmando Valladares, escritor, pintor e poeta, passou 22 anos nos cárceres políticos de Cuba. É autor do best-seller "Contra toda a esperança", onde narra o horror das prisões castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU sob as administrações Reagan e Bush. Recebeu a Medalha Presencial de Cidadão e o Superior Award do Departamento de Estado. Tem escritos numerosos artigos sobre a colaboração eclesiástica com o comunismo cubano e sobre a "ostpolitik" vaticana para Cuba.
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