Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Cultura, inculturação e o Mandato Divino da evangelização


Os progressistas de todos os matizes, os ecologistas fanáticos e mais recentemente o Sínodo da Amazônia querem impingir uma nova versão, um new look sobre o conceito de cultura. A expressão, tão ao gosto desses neo missionários, é “sabedoria ancestral” dos povos indígenas. “Sabedoria ancestral” que não pode ser substituída, dizem eles, pelo Evangelho de Nosso Senhor.

Ao Santo Pe. José de Anchieta era necessário tirar os índios das garras do paganismo e até do satanismo: todos os deuses dos pagãos são demônios.

E a inculturação? Preservar costumes frontalmente contrários à Lei Natural? Nada mais contrário ao Mandato de Nosso Senhor: ide e evangelizai todos os povos, batizando-os em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo. A Santa Igreja, na sua milenar sabedoria, criou ritos para atender peculiaridades dos povos, porém, nunca admitiu os erros ou deformações da Lei Natural inerentes aos mesmos.

“Todos os deuses dos pagãos são demônios” (Salmos 95, 5) ensina a Sagrada Escritura.

Cultura é aprimoramento do espírito humano

Comenta o Prof. Plinio: “em todas estas acepções a “cultura” contém sempre um elemento basilar invariável, isto é, o aprimoramento do espírito humano.”

Portanto, infanticídio, antropofagia, tão comuns nas tribos indígenas à época do Descobrimento, nunca poderiam ser classificadas como “cultura indígena” porque são práticas contrárias à Lei Natural que Deus imprimiu na alma de todos os homens.

A “inculturação” pregada pelos progressistas desconhece os efeitos do pecado original nos povos. A Evangelização, pelo contrário, aproveita as qualidades naturais de cada povo, as purifica das deformações advindas da decadência ou abandono da Lei Natural e faz surgir uma nova maravilha no universo da Santa Igreja.

Evangelizar não é destruir as características dos povos

Assim resume o Prof. Plinio:

“1 — É certo que cada homem, cada família, cada região, cada povo tem o direito e até o dever de organizar sua vida temporal atendendo ao seu feitio mental próprio (…) disto nos dá um exemplo a própria Igreja que, respeitando a diversidade de índole dos povos, tem uma liturgia e um direito canônico próprio para os Ocidentais, e liturgias e legislações consideravelmente diversas para os Orientais. Assim, na medida em que os ocidentais mataram as tradições, a arte, a cultura do velho Oriente, substituindo-as por nossa “civilização” de cimento e aço, erraram.

“2 — Entretanto, nenhum povo tem o direito de levar tão longe sua própria liberdade de pensar e viver à sua guisa, que desobedeça à Lei de Deus. Às nações pagãs não é lícito fechar-se aos que em nome de Jesus Cristo lhes vão anunciar a Boa Nova. Cada vez que um missionário bate às suas portas, vai assistido pela graça de Deus, que dá a todo pagão as luzes necessárias para perceber — se estiver de boa fé — que aquele é um ministro da verdadeira Religião. Assim, se o enxota, não será, ao menos na imensa maioria dos casos, por ignorância mas por pecado. E, esgotados os meios suasórios, devem as nações cristãs usar da força para obrigar os governos pagãos a dar aos enviados de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santa Igreja o direito de exercer livremente a missão que lhes conferiu o próprio Deus. Admitir o contrário seria afirmar que é preciso obedecer mais aos homens do que a Deus.

Notamos, de passagem, quão distante disso está o Acordo Vaticano-Pequim, no qual o PCCh impõe as regras do jogo, viola o estabelecido, fecha igrejas e persegue sacerdotes e fieis.

“Assim, se um povo tem leis que violam o Decálogo, se manda queimar as viúvas junto à sepultura do marido, se admite a poligamia, o infanticídio, o poder de vida e de morte dos senhores sobre os escravos, etc., é um direito e um dever das nações civilizadas, de lhe impor o cumprimento da Lei de Deus. E se um povo obsta a entrada de missionários, é igualmente um direito e um dever das nações católicas empregar seu prestígio e até fazer uso da força se necessário, para assegurar a liberdade dos ministros da Igreja.”

***

Infelizmente, não foi essa a diretriz do Sínodo da Amazônia, não é essa a orientação do CIMI. Porque os progressistas consideram os costumes pagãos dos povos indígenas como fazendo parte de sua cultura, da sua “sabedoria ancestral” … que certamente não é a Religião Primitiva seguida por Adão e por todos os Patriarcas. Nem é o Decálogo, dado por Deus a Moisés.

Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas leve pela graça divina a todos esses povos indígenas ao regaço da Santa Igreja, nascida do Lado Chagado do Salvador.

Fonte: Catolicismo N (pliniocorreadeoliveira.info)

Detalhes do artigo

Autor

Nuno Alvares

Nuno Alvares

400 artigos

Categorias

Tags

Esse artigo não tem tag

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados