Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:51:38 PM
Eram os anos 60. Estávamos no Viaduto do Chá em São Paulo fazendo uma campanha contra as esquerdas (não recordo qual delas), quando um grupo de desocupados vermelhiformes pôs se a gritar: Queremos pão, queremos pão! Não pareciam famintos a não ser de agitação. Nossa resposta foi pronta: trabalha prá ter pão, trabalha prá ter pão! sem tréplica.
Era e continua sendo a voz do bom senso. Os agitadores nada reponderam, talvez porque daria trabalho elaborar uma resposta. Positivamente, eles não queriam nenhum serviço…
Por isso, celebrei com alegria, a notícia de que o Brasil terminou 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada. Dos brasileiros pesquisados pelo IBGE em seis regiões metropolitanas do país (Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre), na média do ano, ficaram sem trabalho 4,8%.1 Os outros, vão trabalhar e ter pão, e quem sabe mais alguma coisa. Vão aumentar, embora em grau modesto e sem desprezo aos que não têm pão, a desigualdade entre homens. Isso é mau?
Aliás, informa a revista “Catolicismo” em seu número de fevereiro que houve uma “vertiginosa” melhoria econômica dos extremamente pobres. Segundo um relatório do Banco Mundial, “a população da Terra em estado de pobreza extrema caiu mais de metade nos últimos 30 anos. A porcentagem mundial dessa faixa era de 34,6% em 1990, caindo para 14,5% em 2011”.
Como dizia meu velho professor de Economia Política, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo), o problema não é dividir o bolo, mas aumentar o bolo. E é o que se pode obter entre outras coisas, diminuindo o nível do desemprego e da ociosidade.
Os vermelhiformes vão repetindo a velha ladainha, dizendo – e pior ainda, pensando — que a desigualdade de riqueza tem aumentado no mundo e que isso de si é um mal.
Encontramos no famoso. histórico livro “Reforma Agrária, Questão de Consciência”, escrito e propagado em 1960 sob a liderança de Plinio Corrêa de Oliveira, e reeditado em 2010 por ocasião dos 50 anos de sua primeira edição:
“Todos os homens ativos e probos têm igual direito à vida, à integridade física, à fruição de condições de existência suficientes, dignas e estáveis. Mas é justo que os mais capazes, mais ativos, mais econômicos tenham, além deste mínimo, o que produzirem graças a suas superiores possibilidades. Daí decorre legitimamente a diferenciação das propriedades em grandes, médias e pequenas, e quiçá a existência de uma classe condignamente remunerada, mas sem propriedade”.
É a voz do bom senso e da justiça social segundo os princípios ensinado pela Igreja, como convém especialmente em nossos dias repetir. É a essa igualdade de escravo que o socialismo nos conduz. Afirma o Papa Leão XIII: o socialismo leva a “uma odiosa e insuportável servidão para todos os cidadãos” 2.
A desigualdade é ensinada na parábola dos talentos 3: A cada qual Deus dá em medida diversa e de cada um exige rendimento proporcionado.
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1 – Jornal da Glpbo, Edição do dia 29/01/2015.
2 – Leão XIII, Encíclica “Rerum Novarum”, de 15 de maio de 1891 – “Editora Vozes Ltda.”, Petrópolis, pág. 11.
3 – Mt. 25, 14-30.
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