Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:54:02 PM
Na arquibancada do Ellis Park, os “norte-coreanos” torciam de um modo esquisito. Mais pareciam “bonecos teleguiados que evitam falar”, comentou “O Globo”.
Os 50 homens não queriam, ou não podiam falar e evitavam a imprensa. Um animador comandava-os com batuta de ferro, assim como o “líder supremo” Kim Jong Il dirige o país.
“Aqueles 50 homens pareciam bonecos guiados por controle remoto. Todos com a mesma roupa, receberam de um espécie de animador de torcida, dois pedaços de madeira para que fizessem barulho como se batessem palmas.
Cada gesto era guiado pelo líder, que ficava à frente e dizia quando bater com a madeira, o quê e quando cantar. O grito de guerra era algo como ‘Somos da Coréia do Norte e lutamos muito bem. Em 1966, eles lutaram e agora faremos o mesmo’, numa referência à histórica campanha na Copa da Inglaterra”, registrou a reportagem.
Quando alguém perguntava como tinham chegado até lá, faziam um sinal de silêncio com o dedo indicador à frente da boca.
Mas, eles tinham um porta-voz designado, Kim Yong Chon, que falava pelo grupo:
— Fomos escolhidos para vir apoiar o time. Como viemos? De avião.
Aqueles norte-coreanos, na verdade, sequer se conheciam. E não conversavam entre si. Sobre a vida em seu país, diziam não poder responder.
O mistério não demorou em começar a se esclarecer: a “torcida” norte-coreana era composta por atores chineses contratados pelo regime norte-coreano, noticiou a imprensa internacional.
A própria imprensa chinesa revelou o fato. Eles foram recrutados pela empresa China SportsManagement Group a pedido do Comitê de Esportes da Coreia do Norte.
A Coréia do Norte vem servindo de “desabafo” para as tendências violentamente anti-ocidentais e anti-capitalistas astutamente aboletadas em Pequim. Nada de mais normal que a Coréia do Norte recorresse a seus aliados de confiança para essa delicada operação de propaganda.
Por que não contratou atores do próprio país?
Após a partida com o Brasil, diversos meios internacionais noticiaram que quatro jogadores norte-coreanos tinham “desaparecido”. Fugaram-se? Foram detidos pela espionagem norte-coreana na delegação?
Mistério…
O diretor de imprensa da FIFA, Nicolas Maingot, segundo alguns sites, saiu a dissipar os temores dizendo que “os 23 jogadores estão presentes no hotel”, em Johanesburgo. De fato, o dia da partida com o Brasil no estádio Ellis Park só havia 19 dos 23 futebolistas da equipe.
Dá para temer que o futuro desses jogadores pode ser sinistro, se se considera a experiência passada, observou o jornalista da “Folha de S.Paulo”, João Pereira Coutinho.
Ele lembrou que em 1966, o Portugal eliminou a Coreia do Norte. “Mas na história desse jogo, a verdadeira tragédia aconteceu quando os norte-coreanos regressaram a casa. A revista americana The New Republic relatou recentemente o sucedido: recebidos como heróis pela população, a verdade é que as autoridades oficiais de Pyongyang não gostaram do 3×5 com Portugal. E agiram em conformidade. A equipe foi desmantelada. Os jogadores foram criticados violentamente pela imprensa oficial do Partido, acusados de ‘espionagem’ e outras atividades ‘subversivas’. E, depois de criticados, seguiu-se a tortura e o envio para os campos de concentração do regime.”
“Meio século depois, acrescentou o jornalista, a situação não se alterou. A Coreia do Norte continua a ser um estado comunista e paranoico especialista no assassinato dos seus cidadãos”.
Não admira que alguns desses jogadores tenham dado sinais de deserção, tal vez mendigando asilo político.
Eis o regime mimado pela China maoista ‒ ou “convertida ao regime de mercado” como alguns ingênuos insistem em acreditar.
Ao menos enquanto não cair sobre esses ingênuos (?) a canga da escravidão socialista. Mas ali já poderá ser muito tarde.
Veja a TV norte-coreana retransmitindo a “vitória” Coréia do Norte 1 X Brasil 0, na África do Sul:
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