Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:52 PM
O presidente Maduro adotou um pomposo projeto chamado de “Nova fase econômica”, cuja retórica é bem conhecida no Brasil e na Argentina e cujos resultados são igualmente invisíveis.
Sem ter o que exibir, em 31.10.15, Maduro acusou os EUA de estar provocando “miniterremotos” que destroem a crosta terrestre por meio do “fracking” que “contamina os afluentes de água interiores; todas poluídas com químicos”, noticiou G1.
Ele adotou o linguajar ambientalista radical sem saber direito do que estava falando. Ele rememorou discurso digno do esquecimento da presidente brasileira em Palmas, no Tocantins: “nós nos transformamos em homosapiens ou mulheres sapiens”, “eu não tenho condições de participar de uma corrida de toras”, ou a incompreensível frase “se ele pular uma janela, pode pular atrás, porque pode ter a certeza que ele achou alguma coisa absolutamente fantástica”, segundo “O Estado de Minas”.
O ditador comuno-populista venezuelano tem pelo menos um objetivo candente imediato: passar pelas eleições de dezembro, seja como for. E precisa de comida para tranquilizar a irritação popular. Brasil e Argentina pelo menos estão prometendo.
O único produto venezuelano que cresceu foi o imobilismo econômico, reforçado por um enrijecimento político.
As perspectivas das eleições legislativas do dia 6 de dezembro, nas quais a oposição é dada como favorita pelas enquetes, só serviram para um recrudescimento da repressão aos opositores e uma crescente suspeita de mais falcatruas eleitorais em preparação.
Neste contexto não é difícil acreditar que a Venezuela tenha galgado a deplorável posição de quarto país mais violento do mundo, segundo organismos da ONU.
Caracas já foi uma cidade alegre e distendida. Hoje, até nos distritos mais ricos, a vida conclui às 22 horas, segundo narra reportagem do “O Estado de S. Paulo”, (26.8.2015).
Permanecer nas ruas além desse horário é uma aventura perigosa. A Venezuela é um dos países mais violentos do planeta, com 55,4 mortes por armas de fogo por cada 100 mil habitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS.
Na mesma lutuosa listagem, o Brasil ocupa a 18º posição, com 21,9 mortes por cada 100 mil habitantes. Para a ONU, os números venezuelanos são próprios de “violência endêmica”, fenômeno de causas variadas e difícil de combater.
O governo tenta desarmar a população, mas não tem conseguido. Os cidadãos temem ficar à mercê dos bandos que espalham o terror e que, de modo suspeito, não são combatidos pelo governo como deveriam.
O socialismo do século XXI procura divisas desesperadamente. Ele perdoou 2,5 bilhões de dólares à Jamaica e 1,5 bilhão à República Dominicana em troca do pagamento das dívidas desses países em dinheiro vivo à vista.
Também aceitou um abatimento de 38% das dívidas da companhia uruguaia do petróleo Ancap, sob a condição de ela pagar logo o restante; empenhou uma parte de suas reservas em ouro (1,5 bilhão de dólares); vendeu refinarias; recortou importações e deixou de pagar bilhões aos fornecedores estrangeiros de produtos importados.
O “salve-se quem puder” define o eixo da política econômica do modelo de ruptura com o capitalismo.
A produção de petróleo cai assustadoramente e, para pior dos males, Caracas deve pagar a Pequim dívidas contraídas em petróleo por volumes que já não produz mais.
Maduro está afrouxando a corda no pescoço dos venezuelanos visando as eleições de dezembro. As medidas são mínimas, mas para quem está enforcado de morte implicam em mais alguns momentos de sobrevida.
Mas, ele não tem com o que pagar esse truque eleitoral. O arroxo que virá será então muito pior.
Então, o que fará?
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