Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 6 anos — Atualizado em: 5/7/2019, 8:25:42 PM
Combater a propriedade privada foi sempre a meta dos socialistas, comunistas e dos adeptos da Teologia da Libertação.
Continuamos a publicação de trechos do pensamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira explanando a doutrina social católica baseados no ensinamento tradicional dos Papas e na Lei Natural. Alicerces sólidos para a edificação de um Brasil em oposição às garras da esquerda. (subtítulos nossos).
Os socialistas têm uma concepção errada sobre a natureza humana
“Na raiz da oposição entre a tese socialista contrária à propriedade privada, e a tese católica favorável a esta última, há uma diferença de concepção a respeito da natureza humana. Para o socialismo, o homem não é senão uma peça da imensa engrenagem que é o Estado. A doutrina católica o vê com outros olhos. Todo ser vivo é dotado por Deus de um conjunto de necessidades, de órgãos e de aptidões que estão postos entre si numa íntima e natural correlação. Isto é, os órgãos e as aptidões de cada ser se destinam diretamente a atender às necessidades dele”.
Papel da inteligência e da vontade
“O homem se distingue dos outros seres visíveis por ter uma alma espiritual dotada de inteligência e vontade. Pelo princípio de correlação que acabamos de enunciar, a inteligência serve ao homem para conhecer suas necessidades e saber como satisfazê-las. E a vontade lhe serve para querer e fazer o necessário para si. Está, pois, na natureza humana conhecer e escolher o que lhe convém. Ora, estas faculdades não seriam úteis ao homem se ele não pudesse estabelecer um nexo entre si e aquilo de que precisa. De que adiantaria, por exemplo, ao habitante do litoral saber que no mar há peixes, como estes são pescados, ter vontade firme de enfrentar as ondas e efetuar a pesca, se não lhe fosse lícito formar um nexo com o peixe pescado, de forma a poder trazê-lo à terra e dispor dele, com exclusão de qualquer outra pessoa, para sua nutrição? Esse nexo se chama, no caso, apropriação”.
Esse direito de propriedade resulta de sua natureza de ser inteligente e livre
“O pescador se torna proprietário do peixe. Este direito de propriedade resulta para ele – para qualquer pessoa, pois – da sua natureza de ser inteligente e livre. E Deus criou os seres úteis aos homens, para que estes se servissem deles habitualmente por apropriação”. (Temos aqui, pois, uma diferença fundamental entre os fanáticos ecologistas e a doutrina católica: Deus criou os seres úteis aos homens, para que estes se servissem deles habitualmente por apropriação).
“Se é lícito ao homem apropriar-se desse modo dos bens que existem, sem dono, na natureza, e consumi-los, pelo mesmo motivo lhe é permitido apropriar-se destes bens, já não para os consumir, mas para fazer deles instrumentos de trabalho. Assim aquele que se apropria de um peixe, não para o comer, mas para usá-lo como isca. Esta verdade é ainda mais fácil de perceber quando alguém toma um objeto inapropriado e sem utilidade, um sílex, por exemplo, e, afiando-o, lhe confere uma utilidade que não tinha. Pois esta utilidade nova do sílex é produto do trabalho, e todo homem, por ser naturalmente dono de si, é dono de seu trabalho e do fruto que este produz. Mas o homem vê que suas necessidades se renovam. Sua natureza, capaz de apreender e recear o perigo de um suprimento instável, desejosa por si mesma de estabilidade, pede que ele disponha de meios para se garantir contra as incertezas do futuro. É pois lícito que ele, além de ser dono de bens e de meios de produção, acumule pela poupança o produto de seu trabalho, prevenindo assim o futuro. E, sendo o caso, se torne também dono da fonte de produção. A apropriação de reservas móveis e de bens imóveis assim se justifica inteiramente”.
E, conclui o Prof. Plinio: “o fundamento do direito de propriedade, em seus vários aspectos, está, pois, na natureza racional e livre do homem”.
Negar isso é cair no socialismo, no comunismo, nos erros da Teologia da Libertação.
https://pliniocorreadeoliveira.info/livros/1960%20-%20ReformaAgrariaQuestConci%C3%AAncia.pdf
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