Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:24:40 PM
Uma das maiores pressuposições do livro “Return to Order” (*) (Retorno à Ordem, em tradução livre), é que nós enfrentamos uma crise que vai afetar seriamente a nação. Para usar a metáfora inicial da obra, nossa situação é como a de um navio que enfrenta uma tempestade ameaçadora.
A tendência natural é tomar algumas medidas e, principalmente, abastecer-se de suprimentos. As pessoas sentem a necessidade de ter algum grau de autossuficiência, no caso de acontecer alguma coisa. Outros ainda sentirão a necessidade de retirar algo da sociedade, na esperança de se evitar coletivamente o problema. Outros ainda estarão tão esmagados pela imensidão da crise, ou pela ameaça do governo opressor, que simplesmente não saberão o que fazer. Muitos leitores têm perguntado se há uma perspectiva de Retorno à Ordem em se preparar para a tempestade.
De fato, há uma perspectiva. Como o livro bem observa, uma sociedade cristã orgânica é caracterizada por uma “grande tendência a desenvolver e cuidar de cada um, [e] resulta em um grau espantoso de autossuficiência, que filtra todos os níveis da sociedade”. Nas épocas medievais, as pessoas não apenas proviam – amplamente – o sustento para elas mesmas, mas garantiam o futuro com o estoque de comida e artigos de primeira necessidade.
E, então, é razoável que estejamos preparados materialmente para o futuro, especialmente quando as nuvens da tempestade estiverem escuras. Mas essa é a única coisa que deve ser feita para se preparar contra a tempestade? Isso é o mais importante?
Enquanto é natural que as pessoas busquem autossuficiência em tempos de crise, elas também tendem a se isolar dos outros (em consequência disso). Tal preparação não é a melhor maneira de deter a tempestade. Isso é o equivalente a trancar-se numa das cabines do navio, sozinho, esperando a tempestade passar, enquanto a embarcação corre o risco de afundar.
A melhor preparação é estar envolvido na luta sobre qual direção o navio deve tomar. Isso envolve o trabalho com outras pessoas, e não uma abordagem eu-contra-o-mundo.
Na guerra cultural em que estamos, nós podemos empregar um princípio militar. A luta pelos nossos valores é pacífica e legal, mas ela é análoga a uma guerra de verdade.
Dizem que quando uma tropa entra em combate, pela primeira vez, a tendência inicial é se espalhar. Essa tática funciona em benefício da linha de frente, que pode então apanhar os soldados isolados.
Contudo, quando os veteranos são atacados no combate, a segunda tendência é unir-se em bloco, para atirar de volta no inimigo; porque eles percebem que sua segurança depende de um pelotão unido contra o inimigo. Como resultado, eles podem contra-atacar em bloco e ganhar o dia.
A luta pelo Retorno à Ordem é semelhante. Em vez de nos espalharmos (e nos isolarmos) em uma cultura agressiva e hostil, é muito melhor buscar indivíduos com mentalidade similar, opor-se à cultura, e encontrar nossa força na união.
É por isso que Retorno à Ordem fala do princípio de subsidiaridade, no qual a própria sociedade se organiza em vários níveis, em oposição ao individualismo extremo atual. A obra afirma que a única defesa real contra o governo opressor – ou o caos – são as inúmeras associações intermediárias, centradas na família, na comunidade e na fé. Elas acentuam a necessidade de “personagens representativos” e/ou líderes naturais para todos os níveis da sociedade, dando um passo à frente e nos tornando uma nação de heróis. Acima de tudo, um Retorno à Ordem pede a ajuda de Deus, juntamente com seus anjos e santos. Uma abordagem solitária de ir-para-cima não vai funcionar.
Se aqueles que trabalham duro (materialmente falando) e se preparam para os tempos difíceis também se precaverem social e espiritualmente, então haverá uma chance de evitarmos muitos desastres ou, pelo menos, mitigar seus efeitos. O rumo da nação está longe de ser pré-determinado. Na verdade, sociólogos afirmam que os conservadores são muito mais efetivos em formar redes estreitas do que suas contrapartes liberais.
E então, em resposta a questão de se preparar contra a tempestade, nós devemos estar materialmente precavidos para o futuro. Porém, a melhor preparação é unir-se com indivíduos de mentalidade similar, esforçar-se para implementar a subsidiaridade, liderança, e outros princípios de uma sociedade cristã orgânica, ter uma confiança ilimitada em Deus e marcar nossa posição; disputando palmo a palmo o futuro da América.
(Tradução: Fábio Ramos)
Fonte: http://www.returntoorder.org/2014/03/mail-prepare-storm/
(*) John Horvat II é autor do livro best-seller Return to Order
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