Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
7 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:32:29 PM
Atualmente, encontrar uma boa escola é tarefa difícil para os bons pais. Preocupações como o ambiente que seu filho frequentará, suas possíveis amizades e o conteúdo do ensino são questões que eles sempre se põem. No entanto, dificilmente encontram repostas satisfatórias, pois o estado moderno reserva a si mesmo o direito de doutrinar seus filhos, impondo um conteúdo de ensino sem o aval dos maiores interessados na educação da criança: os próprios pais.
Recentemente foi publicado neste site notícias que falam dessa triste realidade. Livros como o de Marcos Ribeiro, “que ensinam a promiscuidade sexual para crianças” e que “estão sendo adotados pelas escolas sem que os pais tenham sequer conhecimento” (1), foi tema de grande discussão, pois o conteúdo dessa cartilha imoral provocou uma sadia reatividade nos leitores. Além disso, estamos diante de uma tentativa de impor um “kit homossexual” às crianças, a partir de 7 anos!
Mas como o ensino chegou a tal decadência? Por que o tutor moderno da educação – o Estado, que teoricamente deveria zelar pelo bem comum da sociedade – busca destruir a inocência de seus indivíduos mais jovens? Haverá um meio razoável de solucionar esse problema que faz com que muitos brasileiros se sintam culpados por não poder dar a seus filhos uma formação adequada, segundo seu nível social? São perguntas que devem ser tratadas com o maior cuidado.
Inicialmente, pesquisando em um artigo do professor Plinio Corrêa de Oliveira, “descobri” que a Igreja Católica moldou a sociedade medieval e deu um contributo intelectual aos homens cujo proveito até hoje os beneficia:
“Foi a Igreja que combateu o analfabetismo medieval. Os clérigos, por toda parte, semearam as escolas monásticas, onde eram instruídos clérigos e leigos. Por outro lado, as universidades que se fundaram, e que chegaram a reunir milhares de alunos, tiveram quase sempre por origem trabalhos da Igreja e seus professores, na grande maioria eclesiásticos. Os conventos foram centros de cultura, onde se estudava profundamente, estando aí guardadas, sendo consultadas e comentadas, as relíquias intelectuais. Foi neles também que se desenvolveram grandes vultos. Nem se diga que a Idade Média não teve sábios e pensadores notáveis. Ela os teve, e na sua maioria foram clérigos, bastando citar São Tomás de Aquino e São Francisco de Assis. (2)
Essa “descoberta” que me deixou perplexo, pois, pelo o que me lembro, sempre ouvi dos meus professores do ensino médio que a Idade Média foi um período de “trevas”.
O conflito pela educação na França
O ensino foi desenvolvido e aprimorado durante mais de mil anos pela Igreja Católica até estourarem, na França, os sanguinários acontecimentos de 1789. A influência do espírito igualitário e anticlerical da Revolução Francesa visava excluir a Igreja Católica da prática do ensino. A Igreja com isso foi perdendo gradualmente o encargo de ensinar nas escolas, passando a função ao Estado encharcado de ideias revolucionárias.
Alguns anos depois da proclamação da primeira república francesa, Napoleão, espalhando os erros da Revolução Francesa por toda a Europa – e conseqüentemente em suas colônias -, além de não devolver os estabelecimentos de ensino à Igreja, criou um monopólio estatal para o ensino superior e uniformizou a educação pública, colocando-a sob o controle da Universidade Imperial por ele fundada.
Três décadas mais tarde, sob o regime da monárquia liberal de rei Luiz Filipe (1830-1848), houve certa liberalização do ensino com a Lei Guizot que permitiu a abertura de escolas privadas, principalmente católicas, mas deixou ainda sob a tutela da Universidade o ensino secundário e o superior.
Em importante artigo para a revista Catolicismo, José Antônio Ureta escreveu:
“Durante a breve II República (1848-1851) foi aprovada uma Constituição que, embora proclamando “o ensino é livre”, acrescentava que essa liberdade se exercia sob o controle do Estado, não admitindo exceções. O que induziu o deputado católico conde de Montalembert a descrever esse monopólio da universidade pública como um “comunismo intelectual”. (3)
Na prática, porém, a Lei Falloux –– assim denominada de acordo com o nome do ministro monarquista católico que a inspirou –– estabeleceu, a partir do chamado Segundo Império (1851-1870), um modus vivendi entre a escola católica livre e a escola pública, dividindo o ensino primário e secundário entre elas, mas colocando-o sob o controle do Conselho Superior da Instrução Pública, do qual participavam quatro bispos católicos. Tal situação de boa vizinhança perdurou durante todo o período de governo do imperador Napoleão III.
Porém, com a queda do II Império e o advento da III República, correntes políticas anticatólicas tomaram as rédeas do governo francês e puseram em prática uma política educacional marcadamente anticlerical. Jules Ferry, um dos políticos mais influentes do regime, várias vezes ministro da Instrução Pública e até presidente do Conselho de Ministros (em 1880), promoveu reformas drásticas para afastar o mais possível a Igreja da educação. Além de instituir o ensino primário obrigatório, eliminou a Religião das escolas impondo a estrita laicidade do ensino, e retirou aos membros das congregações religiosas a licença de ensinar. Ao mesmo tempo, Ferry estendeu até o secundário o ensino público laico e gratuito para as moças.
O objetivo era formar jovens segundo os princípios revolucionários, seguindo o lema de Jean Macé, condiscípulo de Ferry e fundador da Liga do Ensino: “Aquele que tem as escolas da França, tem a França”.
Porém, visando obter o prestígio necessário para atingir esse resultado, a escola pública rivalizava com a escola privada na qualidade da educação oferecida, procurando realizar a utopia de Jules Ferry de “que os camponeses possam recitar Virgílio enquanto sulcam a terra com o arado”.
José Antônio Ureta ressalta em seu artigo:
“Igualmente, em matéria de formação moral dos alunos, os professores laicos rivalizavam com o vigário no intento de educar cidadãos honrados e trabalhadores. Pode-se afirmar que tal ensino público de qualidade, e seguindo padrões tradicionais de moral, perdurou na França até a Segunda Guerra Mundial.”
Mas, depois disso, “…a instrução pública foi dominada por militantes de esquerda (comunistas e socialistas), tanto pelo imenso poder que exerceram a partir de então nos poderosos sindicatos de professores, quanto por terem infiltrado seus elementos em toda a estrutura administrativa do Ministério da Educação. (3)
Notadamente durante a década de 1960-1970, esses detentores das rédeas da educação pública passaram a ter um segundo objetivo revolucionário: promover a igualdade social.
Para atingir seus objetivos revolucionários de eliminar gradualmente as classes sociais, os ideólogos socialistas – especialmente os seguidores de Pierre Boudieu que afirmava ser a escola uma máquina de reprodução das elites – propuseram programas educativos tendentes a fornecer, a todos os alunos, “igualdade de oportunidades” na educação. Isto compensaria, segundo eles, a desvantagem inicial de instrução de que padecem as crianças provenientes de famílias de condição modesta.
Com a vitória do candidato socialista François Mitterrand, em 1981, houve uma tentativa de nacionalizar o ensino privado. Contudo, o projeto fracassou devido à oposição dos pais de família, que realizaram marcha com mais de 1 milhão de participantes, acarretando o abandono da reforma e a queda do ministro de Educação, Savary.
Proposta para um ensino melhor
Após esse resumo que descreve a história da educação francesa conforme seus acontecimentos políticos, nota-se que a atual educação brasileira é muito parecida com a francesa de 1981. Só que na nossa existe algo ainda pior: além de não falarem mais de moral, honra ou bons costumes, ela incentiva, diretamente ou não, a imoralidade, a desonra e os maus costumes.
Essa inversão de valores, se não fizermos nada contra, formará um sociedade completamente vulgar, igualitária e longe dos ensinamentos cristãos. Face a esse problema, o que fazer?
Encontro três sugestões para esse problema:
1º) Nada mais lógico do que moralizar, conforme à Lei de Deus, o ambiente e os temas de estudo.
2º) Favorecer um respeito hierárquico dos alunos para com os professores (infelizmente, nessa matéria, o difícil é convencer os próprios professores).
3º) Mobilizar o maior número de pais dispostos a combater o ensino marxista que deforma nossa História e as consciências de nossas crianças.
4º) Permitir outras formas de ensino. Por exemplo, o homeschooling.
E o leitor? Propõe algo mais?
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Referências:
(1) Daniel F. S. Martins – https://ipco.org.br/noticias/mobilizacao-dos-pais-e-professores-que-querem-defender-o-futuro-moral-dos-filhos-primeiro-passo – acessado em 11 – V -2011
(2) Plinio Correia de Oliveira – http://www.pliniocorreadeoliveira.info/BIO_1936_Pre_Universit%C3%A1rio_14.htm – acessado em 11-V-2011
(3) José Antonio Ureta , Revista Catoliscmo, fevereiro de 2007 – http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?idmat=7A76283C-3048- 560B-1C95B674DB48C141&mes=Fevereiro2007 acessado em 11-V-2011
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