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Evo cocaleiro, Francisco, impeachment de Dilma e crise continental das esquerdas


'Hermano Papa, se la recomiendo
‘Hermano Papa, se la recomiendo, así va aguantar toda la vida’. Evo Morales foi se queixar dos bispos que criticam o narcotráfico instalado no Estado

Na rabeira de Raúl Castro e de Nicolás Maduro, o presidente da Bolívia, Evo Morales, fez ouvir sua voz em defesa de Dilma Rousseff, enquanto o impeachment não a tirar do Planalto.

Evo inaugurou sua conta oficial no Twitter e mostrou saber fazer uso dela enviando uma mensagem de apoio à presidente brasileira calcada no discurso petista:

“Não ao golpe congressal (sic!). Defendamos a democracia do Brasil, sua liderança regional e a estabilidade da América Latina”.

Segundo o jornal “La Nación”, de Buenos Aires, “o presidente aimará admitiu sentir ‘indignação’ pelas noticias que chegavam do Brasil e mostrou estar do lado do povo que, segundo ele, é quem tem a verdade”.

Há poucas semanas o povo boliviano tirou-lhe em referendo a possibilidade de se reeleger mais uma vez, contrariando a vontade expressa de Evo e de seu partido. Nesse caso não tinha a verdade!!!

O presidente boliviano foi no Vaticano, onde teve – segundo o jornal “Clarín” de Buenos Aires – “disparatado encontro com o Papa Francisco”.

“¡Hermano Papa, qué alegría verlo!” – saudou aos berros o presidente no início da audiência na qual aconselhou o Papa Francisco a tomar coca.

Se la recomiendo así aguanta toda la vida”, explicou, talvez pensando no amargo momento por que passam os líderes populistas, políticos ou religiosos do continente.

O presidente de Bolívia foi recebido mais longamente que seu homólogo argentino Mauricio Macri, eleito no país natal do Pontífice e ante quem Francisco I exibiu carrancuda fisionomia, em dissonância com a imagem que se divulga habitualmente dele.

Evo Morales foi se queixar dos bispos de seu país. Numa carta pastoral eles advertiram contra o “avanço do narcotráfico e sua penetração nas estruturas do Estado boliviano”. E Evo se sentiu atingido.

Francisco e Evo Morales
Evo deu mais um presente de sabor marxista a Francisco I: Um busto do líder indígena Tupac Amaru símbolo da guerrilha comunista e da Teologia da Libertação

Também aproveitou para fazer apologia da coca, recomendando-a ao Papa Francisco na presencia dos jornalistas: “Eu tomo, me faz muito bem, eu lhe recomendo, assim aguenta a vida toda”.

Embora possa ser ingerida a título medicinal em infusões caseiras sem nenhum efeito tóxico, a folha faz parte da lista de drogas e narcóticos elaborada pela ONU em 1961.

Evo presenteou o pontífice com duas mensagens e três livros. A primeira mensagem foi dos líderes daCentral Obrera Boliviana (COB) e a segunda, daCoordinadora Nacional pelo Cambio, organizadora dos movimentos sociais.

Ambas as mensagens apoiam as críticas do presidente aos bispos pelo tráfico oficial de drogas. Também defendem o cultivo da coca e invectivam a “grupos relacionados com a Igreja Católica” que atacam aos movimentos sociais.

Segundo o jornal espanhol “El País”, os três livros – Coca, la dieta citogénica; Coca, un biobanco e La coca contra la obesidad – fazem o elogio do consumo da coca.

E como se fosse pouco, o presidente Morales ainda tirou de uma caixa um busto de madeira do líder aimará Tupac Amaru, ícone da esquerda subversiva e guerrilheira latino-americana e da Teologia da Libertação, esquartejado em 1781 após liderar uma revolta indígena.

Francisco presenteou o presidente boliviano com dois livros: um com a exortação apostólica “A alegria do amor” e outro com una entrevista do Papa intitulado “O nome de Deus é misericórdia”.

Para o Grupo de Diários América (GDA), que reúne onze grandes grupos jornalísticos latino-americanos, a “esperança” do início dos anos 2000, materializada pelo “socialismo do século XXI”, desabou após os resultados eleitorais na Venezuela, na Argentina e na Bolívia.

“O pêndulo começou a virar à direita, evidenciando o desgaste dos modelos”, comenta em artigo reproduzido pelo “O Globo”.

— A esquerda sempre clamou ter monopólio da vontade popular. Os “outros” não são povo. Em momentos em que a esquerda perde popularidade e os “outros” viram maioria, ela recorre a teorias de conspiração para justificar que ela continua sendo a voz do povo — analisa Juan Carlos Hidalgo, do Instituto Cato, com sede em Washington, segundo o jornal carioca.

 

Disputa na rua por cebolas, no Mercado Central Centenário de Las Mercedes, Venezuela

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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