Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 6 anos — Atualizado em: 8/27/2019, 10:37:47 PM
Causou arrepio quando se tornou notório que por volta de 400 membros da “milícia Wagner” haviam desembarcado na Venezuela, oficialmente para garantir a segurança pessoal do ditador Nicolás Maduro, escreveu “La Nación”.
Maduro se gaba de estar rodeado de milhares de fanáticos chavistas armados até os dentes e prontos para dar a vida “contra o império”.
Também, os milhares de generais do exército venezuelano exuberantemente recobertos de condecorações fazem barulho jurando fidelidade ao ditador.
Porém, a História da América Latina fornece sobrados exemplos históricos para não confiar nessas bravatas.
O líder da milícia mercenária russa é o cossaco Yevgeny Shabayev. O Kremlin recruta e arma essas milícias dentro do exército russo, mas dispõe que os membros renunciem ao exército na hora de cumprir as missões sujas.
Muitos deles foram capturados na Ucrânia levando consigo os documentos que os acreditam como membros efetivos das forças armadas russas.
Veja também: Féretros de “soldados fantasmas” voltam a cemitérios russos
Shabayev disse que o contingente foi transladado a Venezuela quando começaram os grandes protestos democráticos populares. Primeiro passou por Cuba, onde endossaram roupas para enganação e seguiram para Caracas em algum dos raros voos civis que ainda pousam na Venezuela.
“Nosso pessoal está ali diretamente para sua proteção [de Maduro]”, esclareceu Shabayev.
Acresce que Moscou pode temer que num aperto maior, Maduro pense numa capitulação que o beneficie pessoalmente. Então tem que entender que esses milicianos que o rodeiam estão ali para executar ordens superiores. E das mais sujas.
O Ministério de Defesa em Moscou e o de Informação venezuelano recusam responder às perguntas a respeito.
Segundo o jornal inglês de tendência socialista The Guardian, é a primeira vez que Moscou instala mercenários destes no hemisfério ocidental.
A “milícia Wagner” denomina-se Chastnaya Voennaya Kompaniya, “Vagner” e também Chvk Vagner ou PMC Wagner.
Foi criada em 2014 e é comandada por Dmitriy Valeryevich Utkin, que segundo a mídia russa Fontanka, foi formado nos serviços de inteligência (conhecidos como GRU) e foi condecorado pelo presidente Vladimir Putin.
A agência Bloomberg calculou em dezembro de 2017 que “Wagner” dispunha de 6.000 soldados, maioritariamente russos.
O site especializado Global Security diz que cada um recebe por volta de 2.650 dólares mensais, mais bonificações. Uma fortuna para a Rússia.
A “milícia Wagner” é tida como o “exército secreto privado” de Putin, por isso o Kremlin nunca reconheceu sua existência, escreveu o jornal espanhol de tendência socialista “El País”.
Simultaneamente à chegada da milícia, Putin telefonou a Maduro para alerta-lo contra um possível “banho de sangue”, antecipando ao que ia essa tropa seleta.
Rússia financiou a Venezuela falida com empréstimos de bilhões de dólares e agora disponibiliza seus bancos para burlar o bloqueio americano das contras de Maduro. Em troca, o ditador oferece um petróleo que cada vez sai menos e ouro catado por garimpeiros na região amazônica.
Em dezembro, Putin enviou dois mastodônticos bombardeiros com capacidades nucleares Tupolev – 160, alguns dos poucos que ainda ficam ativos. A manobra de guerra psicológica ficou evidente e a interferência russa num eventual conflito na Venezuela ficou latente.
Rússia também cobiça uma ilha venezuelana no Caribe para ali abrir bases. E essas mirariam precisamente os EUA.
Essas tropas irregulares também poderiam se especializar na guerra na selva com o auxílio de remanescentes das FARCs e do ELN colombianos e espalhar uma guerrilha ecolo-indigenista (em verdade comunista) pela região amazônica.
A “defesa dos índios”, suas “culturas” e reservas potenciada pelo Sínodo da Amazônia poderia ser pretexto barato mas propagandístico para incendiar o continente sul-americano como sonhavam Fidel Castro e Che Guevara.
Nesse caso, o Brasil se não se precaver pode vir a estar na mira.
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