Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 9 anos — Atualizado em: 10/9/2018, 9:48:39 PM
O leitor notou que praticamente não se fala mais em amor filial nem mesmo em amor materno?
Exaltada durante todo o século XIX e grande parte do século XX como o vínculo sagrado por excelência nas relações humanas, a intimidade mãe-filho parece ter perdido seu viço neste século XXI, como uma flor que murchou.
O que se encontra na literatura, na pintura e nas artes em geral dos séculos passados, exaltando o amor recíproco mãe-filho, é admirável e abundante. E tal sublimação artística constituía apenas um reflexo da realidade social então vigente.
O filho podia ter-se tornado o pior dos homens, abandonado de todos e vilipendiado até pelos amigos mais próximos; a última coisa que o acompanhava, onde quer que seus crimes o tivessem levado, era o amor materno. Este nunca o abandonava.
Reciprocamente, a mãe era sempre a figura venerada pelo filho. Ele poderia tolerar qualquer ofensa a si mesmo, a seus íntimos e até a seu pai, mas uma ofensa a sua mãe o transportava de indignação e o fazia sair de si de cólera.
O que aconteceu para que esse vínculo, que parecia impossível ser rompido, fosse se adelgaçando, adelgaçando, até praticamente se dissolver nos dias de hoje?
Antes de responder a essa dolorosa pergunta, vejamos rapidamente alguns exemplos chocantes, todos desta década.
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Silvana, de 48 anos, é acusada de matar por asfixia a própria filha e de esconder o corpo da criança, para se vingar do ex-marido. O caso aconteceu em Santa Catarina e chocou a cidade de Tubarão. (“Notícias R7”, 16-4-13).
Uma idosa de 79 anos foi espancada até a morte pelo próprio filho na noite desta terça-feira, 12, no município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, dentro da casa da família. O rapaz utilizou uma escada para matar a mãe. (“O Estado de S. Paulo”, 13-1-16).
Uma mulher matou o próprio filho de quatro anos na zona norte de São Paulo, afogando-o na pia do banheiro. Quando a polícia chegou, a mulher confessou que matou a criança, pois o filho estava possuído pelo demônio. (“Jornal da Band – Notícias”, 15-10-15).
Um sírio de 20 anos executou em público a mãe, após ela tentar convencê-lo a abandonar o grupo extremista EI. A mãe [foi] implorar ao filho que retornasse para casa, pois temia a morte dele nos bombardeios à cidade. O jovem informou aos superiores, que determinaram a detenção da mulher. Após a detenção, o próprio filho recebeu a ordem de executar a mãe com um tiro na cabeça, diante de quase 100 pessoas reunidas em uma praça de Raqqa. (“O Estado de S. Paulo”, 9-1-16).
Desde o início do ano, mais de uma dezena de mães assassinaram seus filhos no Brasil. Quem o desejar, confira quais foram os casos mais chocantes. (“Portal Terra”, setembro/2010).
No fim de 2014, no Jaçanã, zona norte de São Paulo, uma mãe foi morta [por seus filhos] com golpes de martelo. Os dois irmãos vão responder por latrocínio qualificado por motivo fútil. (“Jornal da Band”, 27-2-15).
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Esses são exemplos extremos de uma realidade mais ampla que é a agonia do amor recíproco mãe-filho.
Por mais que esse vínculo seja sagrado na ordem natural, ele não resistiu à onda de paganização geral da sociedade moderna: divórcio, controle artificial da natalidade, aborto, feminismo etc. Pois só a civilização cristã, modelada pela graça de Deus, mantém e vivifica as instituições humanas, mesmo as mais arraigadas.
Afastando-se de Deus e de sua santa Religião, tudo fenece, tudo degringola.
Embora algum tempo atrás o desaparecimento do amor entre a mãe e o filho pudesse parecer impossível, entretanto a realidade aí está a desmentir essa ilusão, e a confirmar que fora das vias sagradas da civilização cristã nada de bom se mantém.
Gregorio Vivanco Lopes
173 artigosAdvogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".
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