Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:24:12 PM
Hábitos e leis cada vez mais liberais vão pondo a sociedade em xeque. É a degradação dos costumes, o desfazimento das famílias, o avanço do nudismo e do semi-nudismo, a criminalidade, a… paramos por aqui porque a lista é longa demais, não cabe neste artigo.
Vamos nos deter num ponto apenas, que é fundamental. Trata-se da educação dada a crianças e adolescentes. Dessa educação depende em grande parte, é óbvio, o futuro da sociedade.
Hoje é politicamente correto (e asnaticamente absurdo) impedir que os pais imponham normas a seus filhos menores, se necessário com castigos proporcionados.
A tal propósito, é esclarecedor o documentado artigo da jornalista Ludmilla Ortiz Paiva, publicado no site da UOL (7-3-14), intitulado “Pais liberais demais dão a filho mais responsabilidade do que ele pode ter”. Seguem alguns trechos:
“À primeira vista, deixar os filhos ‘soltos’ demais pode até parecer um sinal de confiança forte dos pais. Mas liberdade em excesso pode tornar crianças e jovens carentes de uma figura que impõe limites.
“Além disso, quando a liberdade é muito grande — principalmente no caso de crianças —, os pais acabam deixando para o filho a responsabilidade de tomar decisões que ele não tem maturidade para administrar. É o que diz o psiquiatra Içami Tiba, autor de diversos livros sobre educação, como ‘Quem Ama, Educa!’
“‘Apesar de pensar que está ajudando o filho, os pais estão errando como educadores. Não se pode deixar a criança ou o adolescente fazer tudo que tiver vontade. São os adultos que vão arcar com as consequências dessa liberdade toda’, declara Tiba. E, futuramente, os filhos também.
“‘Os pais têm a ilusão de que proibir fará os filhos sofrerem. Só que, quanto menor a criança, menos conhecimento ela tem para avaliar as consequências dos seus atos’, afirma a professora Audrey Setton Lopes de Souza, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Segundo a especialista, a liberalidade excessiva não ajuda e, sim, assusta a criança.
“De acordo com Audrey de Souza, as regras devem começar a ser impostas quando a criança ainda é bebê. ‘A gente nasce com uma busca pelo prazer ilimitado. E são com regras básicas que aprendemos a lidar com o mundo’, diz.
“Segundo os especialistas, a liberdade total, geralmente, leva o adolescente para dois caminhos: um é a carência, o sentimento de estar abandonado. O outro é a delinquência.
“A professora Leila Tardivo conta que, certa vez, acompanhou o caso de uma adolescente que fingia estar sempre conversando com a mãe pelo telefone. ‘Ela fazia de conta que tinha uma mãe que a repreendia, como as amigas tinham. Ela precisava de um cuidado, e a mãe não ligava, deixava a garota fazer tudo, a menina se sentia abandonada’, descreve a especialista.
“Segundo a professora Audrey de Souza, o adolescente é transgressor por natureza e é preciso ir contra a essa tendência. ‘Para o jovem, é importante desafiar. A gente sabe que, uma hora ou outra, ele pode experimentar bebidas alcoólicas. É importante que haja um adulto que diga ‘não’. Que dê bronca se ele beber. O desafio sem uma certa intervenção pode criar um delinquente, que só vai parar de cometer excessos quando for barrado pela justiça’.”
* * *
De nossa parte, acrescentamos que todo ser humano, ao lado de qualidades e aptidões próprias a sua natureza, nasce também com más inclinações provenientes do pecado original. Enquanto convém apoiar e estimular aquelas, é preciso refrear e coibir estas. É o papel da educação.
Por isso diz a Sagrada Escritura: “Vara e correção dão a sabedoria; menino abandonado à sua vontade se torna a vergonha da mãe” (Prov 29,15).
Gregorio Vivanco Lopes
173 artigosAdvogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".
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