Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 3 anos
Já vimos, em Posts anteriores, a Introdução e o Cap I do livro Revolução e Contra Revolução, que abrevidamente chamamos de R-CR.
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Visando a formação de um jovem auditório, comentou o Prof. Plinio: “A ideia que está expressa aqui é a seguinte: a Revolução é um fenômeno que teve sua origem no Ocidente cristão. As Nações não cristãs têm seus erros, porém, o paganismo não é um fenômeno igual à Revolução, não tem a mesma profundidade de mal.
“O maometanismo, o budismo, o xintoísmo, o bramanismo, enfim, todos os erros que existem fora da Cristandade não têm nem a malícia, nem o dinamismo da Revolução”.
A Revolução é muito pior do que o paganismo. Por quê?
O que é que é pior, é um budista ou um católico que deixou de ser católico para ser budista? É claro que o apóstata é pior do que o que nasceu no budismo. O pecado do apóstata é maior, não é verdade? “O católico que fica revolucionário é pior do que o homem que nasceu pagão.”
Quer dizer, o pecado dele é maior, tem um dinamismo maior, leva mais fundo, leva mais longe, leva com mais força.
Explica o Prof. Plinio: “Nós poderíamos dizer que há uma diferença do paganismo para a Revolução, como há da energia elétrica para a energia atômica. Quer dizer, o paganismo é ruim, é péssimo; como energia elétrica é muito potente. Mas a bomba atômica é incomparavelmente mais potente do que essa energia que se obtém pelas quedas d’água e esses processos conhecidos.”
Assim também a Revolução é muito pior. A Revolução nasceu nos países cristãos, é uma chaga dos países cristãos, “porque é uma apostasia do cristianismo”, e ela se estendeu, através dos cristãos para os povos asiáticos e africanos. Esse é o papel da Revolução.
Bem, mas na realidade esses povos pagãos receberam do Ocidente um mal maior do que aquele que tinha nas suas entranhas. Por exemplo, a China pagã imperial era má. A China comunista é muito pior do que a China pagã imperial. Porque é a inoculação do pecado do cristão no pagão.
Essa ideia está expressa na frase: “Ela afeta também os outros povos na medida que a esses se estende e neles criou raízes o mundo ocidental.”
Conclui o Prof. Plinio: “Bem, então nós temos, vamos dizer, a tese desse Capítulo II, o primeiro elemento da tese fundamental, que é que é uma crise contemporânea, radicada sobretudo no Ocidente, isso está enunciado aqui. Não está demonstrado. Está enunciado. Por que é que não está demonstrado? Qual é a técnica da R-CR? Eu não poderia fazer todo um Tratado profundo. Eu não tinha tempo para isso. Precisaria consagrar a vida toda para isso para fazer um Tratado.”
“Um estudo pormenorizado deste processo em todos os campos em que se vem desenrolando, excederia de muito o âmbito deste artigo (…) não pudemos explanar, de cada um destes temas, senão as partes que nos pareceram mais úteis, no momento, para esclarecer nossos leitores e facilitar-lhes a luta contra a Revolução. E tivemos de deixar de lado muitos pontos de uma importância realmente capital, mas de atualidade menos premente”, como afirma a Introdução à R-CR.
Desenvolvendo o tema, transcrevemos abaixo um trecho publicado em Catolicismo:
as Nações ocidentais “viviam, em sua política interna, sob a influência profunda das idéias da Revolução Francesa, que apregoou a igualdade de todos os homens. Foi sob a pressão do princípio de igualdade, que ao longo de todo o século XIX e desta primeira metade do século XX as estruturas sociais, políticas e econômicas, os usos, os costumes, as artes, tudo enfim no Ocidente se transformou.”
Essa é, portanto, a mentalidade revolucionária que o Prof. Plinio denuncia, como pior do que o próprio paganismo.
“Procederam assim as nações ocidentais? Dolorosa pergunta!
“É fato que elas abriram as portas — sobretudo as nações católicas — aos missionários E nisto merecem ser louvadas. Mas, de outro lado, infeccionadas pela influência do neopaganismo moderno, o melhor de seu prestígio, de seus recursos, de sua ação, se empregou em difundir uma cultura, um ambiente, uma situação oposta diametralmente em muitos pontos essenciais, à doutrina pregada pelos missionários.
“Foram os missionários ao Oriente, é verdade. Mas foram também os cinemas, os rádios, a imprensa imoral, e todo o oceano de infâmias e de misérias que habitualmente por esses meios extravasam sobre a massa. De sorte que, em última análise, a civilização neopagã moderna serviu para combater e circunscrever no Oriente os frutos da evangelização do Oriente, precisamente como circunscreve e combate a ação da Igreja no Ocidente.
“E, de modo global, a invasão do neopaganismo no Oriente foi muito mais geral e profunda do que a do Catolicismo. É certo que as missões produziram grandes frutos em certos pontos, mas para se compreender nosso pensamento é preciso que se comparem esses frutos ao que conseguiu a penetração torrencial do neopaganismo ocidental no Oriente…
“É preciso, aliás, que a este respeito não nos tomemos de uma compaixão lírica pelos orientais. Nós, ocidentais, conhecemos a Igreja, e pecamos porque em lugar de a seguir, nos deixamos arrastar pelo neopaganismo moderno. Os orientais estão no mesmo caso. Tiveram graça suficiente, todos os que ouviram os ministros do Senhor. Mas isto não isenta de toda a culpa aos fautores de escândalo, que tanto concorreram para que os orientais não ouvissem a Igreja: e estes são os próprios imperialistas do Ocidente.”
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1952_017_CAT_Revolu%C3%A7%C3%A3o_bolchevizante.htm
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Peçamos a Nossa Senhora a conversão do Ocidente, que ele se liberte dos males da Revolução e possa usar de sua influência na conversão do Oriente pagão.
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