Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 8 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:13 PM
Quatro são as opiniões mais ouvidas em matéria de igualdade:
1. “Quanto menos desigualdades, melhor”: um chavão gasto que se ouve em quase todas as esquinas. É o pensamento radical da igualdade.
2. Mas, em sentido contrário, em nome de um pretenso bom senso, também se diz: “Deixa para lá, a desigualdade é um fato consumado; não discutamos! Preocupe-se em encher o próprio bolso”.
3. Outros se manifestam contrários às duas posições: “O melhor é nenhuma delas, mas um saudável mais ou menos. Nem tanto o mar, nem tanto a terra! Deixa para lá! Viva a mediocridade!”. É bem isso?
4. “Há décadas ouvimos de todo lado louvores à igualdade. À esquerda e mesmo à direita. Se se quiser ser bem visto em círculos mundanos, basta dizer: ‘Oh, as diferenças sociais… é preciso certo nivelamento’” (Nelson Ribeiro Fragelli, in Catolicismo, edição de março/2017).
Quem tem razão, afinal? 1, 2, 3, 4, ou você?
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira figurava a seguinte situação:
“Imagine-se uma família com quatro gêmeos, todos homens, inteiramente parecidos pelo aspecto físico, pelos gostos, pela mentalidade, pelo nível de inteligência. Entre eles reina a mais inteira igualdade.
“Imagine-se outra família com quatro filhos diferentes pelo sexo, pela idade, pela capacidade pelo nível de inteligência, por todo o feitio pessoal, mas que sabem harmonizar e pôr em colaboração essas diversidades, pela força de um mútuo e profundo afeto.
“Pergunta-se: em qual das duas famílias existem condições de convivência fraterna mais perfeita? Em outros termos, a verdadeira fraternidade resulta da igualdade completa? Ou antes de uma igualdade fundamental temperada por toda uma escala de valores diversificados e hierarquizados?”.
“Esta — acrescenta Nelson Fragelli — é uma das razões pelas quais não houve e não pode haver liberdade nos países socialistas: a distribuição igual para todos prejudica os mais capazes e os mais aplicados. Estes, desestimulados por um salário igualmente dado a esforçados ou relaxados, cruzam os braços; cai a produção e a pobreza se estabelece”.
Afirma Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia (1976), em seu livro Liberdade de escolha:
“O ponto-chave não é apenas o fato de que a prática da igualdade contradiz a realidade. O ponto-chave é sobretudo o fato de que existe uma contradição fundamental entre o ideal da distribuição igual a todos e o ideal da liberdade individual.”
Mas voltemos ao título deste artigo. Mme Roland, nascida Marie-Jeanne Phlippon, exclamou ao se aproximar da guilhotina que lhe cortou a cabeça: “Liberdade! Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!”. Se vivesse em nossa época, poderia ter dito: “Igualdade! Igualdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!”, pois a liberdade e a igualdade são como irmãs dentro do lema liberdade, igualdade e fraternidade, da Revolução Francesa. Mas em si mesma a desigualdade é justa (cfr. Mt. 25, 14-30; 1 Cor. 12, 28 a 31; Santo Tomás, “Summa contra Gentiles”, Livro III, Cap. LXXVII).
A esta altura do artigo, chamemos as coisas pelo nome. O motor primeiro do igualitarismo é a inveja, da qual o Prêmio Nobel Rampon Cajal afirmou “é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la”, pois não é senão o desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia.
Birra, antipatia, aversão, implicância, rixa, zanga, aborrecimento, não digo que sempre nisto haja inveja no fundo, mas que frequentemente acontece, acontece!
Como diz Dr. Plinio, “o desejo frenético da igualdade, existente nos invejosos, é semelhante à vontade do bêbado de ingerir álcool, ou do drogado de tomar a droga, ou do homem sensual de praticar a impureza. São coisas do mesmo gênero. É uma apetência subconsciente, ou conforme o caso, consciente” (Catolicismo, edição de julho/1990).
A inveja pode gerar revoluções. Pelo que Dr. Plinio afirmou (23 de agosto de 1989): a Revolução Francesa foi “uma revolução igualitária movida pela inveja”.
Mas “uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela” (1 Cor 15:41). Não existe igualitarismo nem inveja entre elas.
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