No momento, você está visualizando Internet: Ambiente virtual é mais perigoso do que a rua, afirma Juíza de Vara da Infância e Juventude

No dia 10 de abril de 2025 uma menina de oito anos, Sara Raissa Pereira de Castro, foi encontrada desacordada em sua residência no Distrito Federal após inalar gases de desodorante aerossol.  A criança foi levada ao Hospital Regional de Ceilândia, onde veio a falecer três dias depois. Há suspeita de que ela tenha participado do “desafio do desodorante”, uma prática perigosa que circula nas redes sociais, especialmente no Tik Tok.

Sara Raisa Pereira, 8 anos – Reprodução/Redes sociais

O “desafio do desodorante” consiste em inalar desodorantes aerossóis pelo maior tempo possível. A inalação dessa substância pode causar arritmias, broncos espasmos e até paradas cardíacas, especialmente em crianças porque os órgãos são mais sensíveis.

Outra menina de 11 anos, em uma cidade no interior de Pernambuco, também morreu após inalar desodorante aerossol. Esse foi o segundo óbito registrado no Brasil em 2025 relacionado a esse “desafio”. Em 2017, um menino de 7 anos, em São Bernardo do Campo, SP, também morreu pelo mesmo motivo.

Além desses casos, um levantamento apontou que, nos últimos 12 anos, ao menos 56 crianças morreram em decorrência de “desafios” online como do “desafio do desodorante” no Tik Tok e o da “Baleia Azul”, lançado na Rússia em 2015 e divulgado no mundo inteiro.[i]

É dever dos pais monitorar a atividade online dos filhos

Juíza Vanessa Cavalieri
Imagem: Arquivo pessoal

“Muitas famílias acham que, se o filho está em casa, mexendo no celular ou no computador em seu quarto ele está seguro. Mas isso não é necessariamente verdade” – declarou à BBC News Brasil a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro[ii]

Segundo a juíza, um dos principais pontos de atenção é o tempo de uso das telas e o horário para desligar os aparelhos.

As telas e as redes sociais são altamente viciantes. Estudos mostram que plataformas como Instagram e Facebook ativam no cérebro as mesmas áreas de prazer e recompensa que a cocaína. É esse nível de impacto que estamos discutindo” …

“O ideal seria, no máximo, meia hora por dia de Tik Tok” – assinala a magistrada.

Certos pais consideram invasão de privacidade monitorar a atividade online de seus filhos. A Dra. Cavalieri, contudo, não concorda com esse modo de pensar: “Em nome desse suposto respeito à privacidade, adolescentes estão morrendo ou cometendo crimes graves; pessoas estão se suicidando ou sendo vítimas de golpes gravíssimos. Isso porque os pais não supervisionam o uso da internet”. (o grifo é nosso)

“A internet é um lugar perigoso. Assim como os pais não consideram invasão de privacidade perguntar aonde um adolescente vai ou virem um filho conversando com uma pessoa estranha, temos que olhar para o ambiente virtual da mesma forma, lembrando que é tão ou mais perigoso do que a rua”.

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Muitos apontam para os perigos da internet e das redes sociais, mas poucos se perguntam por que crianças e adolescentes são as principais vítimas desse sistema. Na crise da família pode estar a causa do problema. Já não há convívio familiar como antes do advento da tv e do celular. Os filhos se sentem isolados. Por isso, eles são presas fáceis de psicopatas que utilizam as redes sociais para induzi-los a cometer os crimes bárbaros que vemos quase todos os dias nos noticiários.


[i] https://ipco.org.br/baleia-azul-o-jogo-macabro-da-morte/?doing_wp_cron=1744990801.5531420707702636718750

[ii] https://www.bbc.com/portuguese/articles/cde27d4kzwjo

Este post tem um comentário

  1. PAULO Alfredo Duarte Filho

    INFELIZMENTE MUITAS FAMILIAS DEIXAM SEUS FILHOS USAREM CELULAR E NAVEGAR SOZINHA NA INTERNET. PENSO TAMBEM QUE NOS COLEGIOS , OS PROFESSORES DEVERIAM ENSINAR AOS JOVENS A VALORIZAR A FAMILIA , A RESPEITAR OS SIMBOLOS NACIONAIS , A AMAR A JESUS E PRATICAR A CARIDADE.

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