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Kremlin esbraveja: ou Trump ou a III Guerra Mundial


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O Kremlin diz ‘Trump ou a guerra’ e acena com Hiroshima ou Nagasaki. Hillary Clinton tem um passado mole e entreguista face à Rússia. Por que é que sendo assim, o Kremlin prefere tanto a Trump?

Um fugaz e intenso ataque de “trolls” elaborados nos laboratórios da desinformação do Kremlin espalhou que o ministério de Defesa russo teria distribuído uma circular a todos os comandantes das forças armadas alertando que a contagem regressiva da III Guerra Mundial já estava em andamento.

O site AWDNews criado pela máquina de desinformação russa fez ativa difusão desse boato, aliás logo desmentido.

O deputado ultranacionalista Vladimir Jirinovski, chefe do terceiro maior partido na Duma e aliado subserviente de Vladimir Putin, em entrevista à agência Reuters, voltou mais oficialmente a bater na tecla que Moscou quer:

Que o candidato Donald Trump é o único que pode desmontar as tensões entre Washington et Moscou.

Acrescentou que se o eleitorado americano escolher sua rival democrata Hillary Clinton poderia desencadear uma Terceira Guerra Mundial.

Vladimir Jirinovski acaba de ganhar de Vladimir Putin a mais alta comenda do Estado russo e seus espalhafatosos propósitos, embora não idênticos aos do Putin, acabam servindo os interesses do amo do Kremlin.

Putin garante que ele não tem interesse em influenciar o resultado da eleição presidencial americana, mas ele estimula por baixo do pano tudo o que favorece seus desígnios.

Jirinovski é um servidor desse jogo e faz o elogio desavergonhado de Trump. Na entrevista, elogiou o candidato turbulento pelo fato de se desinteressar da Síria, da Líbia e do Iraque, prometendo que os EUA “não interfeririam nesses países. Mesma coisa para a Ucrânia. Quem tem necessidade da Ucrânia?”.

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O colérico deputado ultra-nacionalista Vladimir Jirinovski serve para Putin por em circulação o que ele não quer dizer em primeira pessoa.

O pouco equilibrado deputado acrescentou que “Trump teria grandes chances de tornar mais pacíficas as relações. Ele é o único capaz de fazê-lo”, enquanto prometia postular o polêmico bilionário para o Prêmio Nobel da Paz.

Jirinovski tripudiou contra a candidata que ele descreveu como “uma sogra diabólica” que julga ser “a pessoa mais importante da Terra”, incapaz de disputar a presidência dos EUA.

“Os americanos devem escolher Trump”, concluiu Jirinovski acrescentando um punhado de argumentos controvertidos em seu favor.

Em meio a muitas extravagâncias, Jirinovski deixou claro o quer seu chefe: Trump na presidência dos EUA.

E se a grande nação americana não se dobrar ante a exigência de Moscou, a ameaça é clara: a III Guerra Mundial.

Recusamos a chantagem de Jirinovski, mas o medo que ele explora pode empurrar um certo número de pacifistas ou moles indecisos a votar por Donald Trump.

Para aumentar o pânico nesse sentido, o sensacionalista jornal britânico “The Sun” espalhou entre outras coisas que Vladimir Putin teria ordenado a todos os jovens russos e parentes que estudam no exterior voltar logo à “mãe pátria” na perspectiva da chegada da III Guerra Mundial.

Segundo a TV russa, toda ela nas mãos do Estado, a Terceira Guerra Mundial já começou. É a instrução do Kremlin que vale como única verdade, noticiou a France Press.

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Treinos para III Guerra Mundial envolveriam dezenas de milhões de cidadãos

No principal canal do Estado, o âncora preferido anuncia que as baterias antiaéreas russas na Síria tem ordem de “abater” os aviões americanos.

E Rossia 24 divulgou reportagem sobre a preparação dos abrigos nucleares de Moscou.

Em São Petersburgo, o site Fontanka informa que o governador já pensa em racionar o pão em função da guerra iminente.

Na rádio, se discute sobre exercícios de “defesa civil” que visariam mobilizar 40 milhões de russos durante uma semana. Faz parte do programa instruir os cidadãos sobre como evacuar imóveis e condutas a adotar nos incêndios.

Imensos graffiti “patrióticos” de artistas pro-Putin cobrem os imóveis. A causa do frenesi é a perspectiva da “Terceira Guerra Mundial”.

A ruptura das negociações entre Washington e Moscou sobre o conflito sírio foi determinante, enquanto as bombas russas transformavam Aleppo num “inferno na Terra” segundo a ONU e multiplicavam as críticas das capitais ocidentais a Moscou.

Em Moscou, os jornalistas russos e ocidentais acordam e vão dormir com recentes comunicados delirantes do Ministério russo de Defesa atiçando o clima de confrontação amplificado pela mídia oficial.

Na TV Rossia 1, o apresentador Dmitri Kissilev, ecoa o pensamento do general Igor Konachenkov ameaçando abater aviões americanos e atacando o “plano B” dos EUA que consistiria em “atacar as forças do presidente Bachar al-Assad e a aviação russa”.

Gueorgui Bovt no site Gazeta.ru comemora que “a Rússia está mais do que pronta, sobre tudo psicologicamente para uma nova espiral de enfrentamento contra o Ocidente”.

Segundo Bovt ou o Ocidente aceita um novo acordo de Ialta, no qual os EUA e a URSS se repartiram o mundo após a II Guerra Mundial Mundial. Se isso não se torna possível, e que poderia ser com Trump presidente, a solução da Rússia é “golpear a primeira”.

Em sentido diverso, falando para a agencia da Ria Novosti, o último presidente soviético Mikhaïl Gorbatchev considerou que o mundo está namorando “perigosamente com uma zona vermelha”.

Alain Rodier, ex-chefe dos serviços de inteligência francesa disse a “Atlantico” que as bravatas do Kremlin sobre uma III Guerra Mundial visam impressionar primariamente a opinião pública russa.

Porém, se um avião de guerra russo ou americano for abatido numa ocorrência não desejada em volta da Síria o mundo o mundo ficará a um milímetro do apocalipse.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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