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Plinio Corrêa de Oliveira
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A lama do Rock in Rio


Percorrendo os olhos pelo noticiário do dia 19 de setembro último, meus olhos detiveram-se numa reportagem pelo título: “Lama do Rock in Rio de 1985 é vendida a R$ 185 na Cidade do Rock”.

Lama? Que nojo, já não basta a lama do Lava-Jato? (Um flash de pensamento)

A associação é inevitável, dado o simbolismo da lama e tudo quanto de ruim que está associada, não só pela matéria de que é constituída, mas pelos valores metafísicos que a ela se relaciona.

O nojo cresceu ainda mais na consideração de que a lama foi obtida de um local que não se sabe bem ao certo se não foi usado para outras finalidades que não o simples transitar de pessoas, como sugere a reportagem: “Lá foram encontrados pedaços de tênis, pulseiras e roupas da época do primeiro Rock in Rio”.

O profundo desagrado explica-se pela natural aversão que todo homem deve sentir pelas coisas sujas, fétidas, degradadas e conspurcadas às quais a lama serve como representação material.

Ainda mais, que se venda isso como produto de valor é outra espantosa decadência do espírito. Supondo, por exemplo, que ela sirva para um presente.

A este propósito trago para a reflexão do leitor trechos do artigo escrito por Plinio Corrêa de Oliveira, publicado no então jornal mensal Catolicismo nº 119, de novembro 1960, “Filial presente a João XXIII por dois aniversários augustos”:

“Ao longo da história, têm variado muito os presentes escolhidos pelos homens para exprimirem sua estima e sua alegria aos que desejam obsequiar por motivo de nascimento, de aniversário, de bodas ou por qualquer outra razão.

“Os antigos, afeitos ao simbolismo, gostavam de dar presentes de alto valor, não tanto por causa da utilidade que pudessem ter para o homenageado, como para expressar, através dos predicados do objeto ofertado, algo de espiritual que seria propriamente a quinta-essência do dom. Assim, os Reis Magos ofereceram ao Menino Jesus ouro, incenso e mirra, e expressavam com isto o amor de Deus, a oração e a penitência, disposições de alma que representavam uma oferenda incomparavelmente mais importante do que a utilidade que esses presentes poderiam ter para a Sagrada Família, do ponto de vista prático, na vida quotidiana.

“Não é possível esboçar aqui uma história dos presentes através dos séculos.

“Saltando, pois, daquelas remotas eras para o nosso século XXI, observamos a decadência do sentido de todas as coisas ao ponto de encontrar pessoas que consideram que a lama pode servir como objeto digno.”

***

É verdade que cada século tem tido seu estilo próprio de presentear, porém, cabe perguntar que século é esse que tende a presentear com matéria de significado degradante?

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Nilo Fujimoto

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